Termina em Miraí, com muito samba e animação, o Festival de Samba e Petiscos
13/10/2013Chegou ao fim nesta noite de domingo, 13, a etapa final do Festival de Samba e Petiscos, que aconteceu em Miraí a partir de sexta-feira, 11. Dois shows bastante dançantes com Trio Preto + 1 e, depois, Sandra Portella, encerraram a festa que mobilizou cerca de 30 mil pessoas nos três dias de programação. A excelente comida de boteco preparada pelos bares participantes do Festival também chamou a atenção do público que saboreou diversas iguarias, todas tendo como ingrediente principal ou como acompanhamento, a mandioca. Os três dias de festival foram marcados também pela tranquilidade, uma vez que não foi registrado nenhum incidente durante todo o evento.
O Grupo Trio Preto +1 (foto acima) abriu o último dia do Festival, que começou à tarde e terminou por volta das 20 horas. A banda tocou por duas horas sucessos de grandes compositores e as canções de sua autoria. O Trio surgiu em 2003, na França, quando seus integrantes participavam como convidados de um show de Seu Jorge. Na ocasião eles fizeram uma apresentação solo de pandeiro que encantou a plateia. Surgia assim o grupo que logo em seguida ganhou o nome que carrega até hoje dado pelo produtor francês Jerrome Pijon. Inicialmente era formado por Miudinho, Nenê Brown e Pretinho da Serrinha, depois com a chegada de Didão, acrescentaram o +1 ao Trio Preto. A banda, que se apresentou sob um sol forte, animou o público que fez rodas de samba em diversos pontos da praça onde acontecia o show e conquistou a plateia com seu ritmo contagiante.
A segunda apresentação, que encerrou o Festival de Samba e Petiscos foi de Sandra Portella (foto abaixo), que também fez a abertura do evento em Além Paraíba no último dia 28. A cantora, que tem uma voz privilegiada, uma simpatia incomum e um repertório de tirar o fôlego, cantou sucessos de grandes cantores como Clara Nunes, Paulinho da Viola, Zeca Pagodinho, Alcione e, claro, uma consagrada canção de Ataulfo Alves, que nasceu em Miraí. Sandra, a exemplo do que fez em Além Paraíba, apresentou um show envolvente e a platéia correspondeu cantando com ela e dançando os sucessos do samba brasileiro. A cantora juizforana tem o samba no sangue, pois sua mãe foi compositora da Juventude Imperial e o pai da Imperatriz Leopoldinense. Dona de uma voz singular, Sandra começou sua carreira solo em 2012 e lançou seu primeiro CD Samba de Morro, em 2013.
Ao final do evento, o produtor e organizador do Festival, Fausto Menta, foi cumprimentado pelo prefeito de Miraí, José Ronaldo Milani, que o agradeceu e parabenzou pelo que chamou "excelente festival". José Ronaldo disse que o evento foi muito bem recebido pela população e que ano que vem já conta com a segunda edição - que foi prontamente confirmada por Fausto - e que quer reeditar a parceria deste ano. "Estamos muito satisfeitos com o resultado deste festival", disse o prefeito. A cidade recebeu inúmeros turistas, que lotaram hotéis e restaurantes, além de terem ocupado casas para os dias de festa. Além disso, permitiu à cidade retomar ações musicais à qual seu nome está diretamente ligado por ser a terra de Ataulfo Alves, apesar de o festival não ter nenhum vínculo nem fazer alusão àquele consagrado compositor.
Fausto Menta, que reuniu em torno de si profissionais reconhecidamente experientes em eventos como este, disse estar "super satisfeito" com o resultado do Festival. "Percebemos algumas pequenas falhas, claro, que no entanto, não atrapalharam o resultado geral do evento que, na minha avaliação, foi excelente", revelou. Feliz com o sucesso de público em Miraí e com a receptividade à iniciativa, Fausto disse que ano que vem pretende realizar o Festival em maio, que seguirá o mesmo estilo itinerante, acrescentando que Miraí continuará sediando a etapa final. "Pretendemos percorrer cinco cidades da região, onde faremos as fases classificatórias do evento, mantendo a final aqui em Miraí pela sua tradição com o samba", explicou o produtor da festa enquanto era cumprimentado por colegas e público.
Veja mais fotos na galeria abaixo.{{banner-interno}}
Logo depois, subiu ao palco Leandro Sapucahy, um dos talentosos sambistas da nova geração que está em alta no meio musical brasileiro. Ele que é diretor musical do programa "Esquenta", de Regina Casé na TV Globo, tem sucessos gravados com diversos cantores, como Marcelo D2, entre outros. Leandro lançou seu primeiro CD em 2006. Em Miraí, ele cantou seus sucessos e também as músicas de seu mais novo CD e DVD "Leandro Sapucahy - Malandro também ama", mais romântico e que revela o jeito carioca malandro de amar. Em duas horas de muito samba de ótima qualidade, o público dançou com entusiasmo e só não gostou quando o show terminou. 
O último show da noite foi realizado pelo consagrado grupo Fundo de Quintal, que surgiu no final da década de 70. Por ele já passaram sambistas como Almir Guineto, Jorge Aragão e Arlindo Cruz. Um dos diferenciais no samba do Fundo de Quintal era a maneira de falar do cotidiano e usando um ritmo diferente graças à utilizaão de instrumentos até então incomuns nas rodas de samba, como o banjo com braço de cavaquinho, que foi criado por Almir Guineto, o tantã, criado por Sereno, outro integrante da primeira formação do grupo, o repique-de-mão, criado por Ubirany, além do repique-de-anel. Com mais de trinta anos de carreira, o Fundo de Quintal apresentou um show recheado de sucessos como "A Batucada de nossos Tantãs", "E eu não fui convidado", "Boca sem dente", "Do Fundo do Nosso Quintal", entre outros. (Com a colaboração de Paulo Victor Rocha){{banner-interno}}