Segurança pública é dever do estado. No entanto, com o objetivo de potencializar as ações no município, a Prefeitura de Muriaé vai investir, em 2015, mais de R$400 mil para a manutenção dos órgãos policiais e militares existentes na cidade. Os recursos estão previstos no orçamento anual e podem, ainda, ser incrementados.
"Estamos trabalhando para implantar o sistema de videomonitoramento nas ruas, algo que é um antigo anseio da população muriaeense", garante o prefeito Aloysio Aquino. "Temos procedimentos bem encaminhados e estamos empenhados em resolver esta questão o mais breve possível", completa.
Segundo reportagem publicada em 16 de junho de 2014 pelo jornal O Tempo, dos 853 municípios mineiros, apenas 14 mantêm contratos para auxiliar na execução dos serviços de segurança pública. Muriaé é um dos que investem recursos extras, com repasses realizados para diversos órgãos: Polícia Militar (R$165 mil), Tiro de Guerra (R$88 mil), Corpo de Bombeiros (R$77 mil), Polícia Civil (R$54 mil), Delegacia do Serviço Militar (R$11 mil), Polícia Rodoviária Estadual (R$10 mil) e Polícia Militar do Meio Ambiente (R$7,6 mil). "Se contássemos apenas com a verba estadual, a situação seria precária. Os investimentos feitos pelo município são extremamente necessários para o bom funcionamento das polícias e dos demais órgãos", ressalta Aloysio Aquino.
Os recursos suplementares são utilizados para custear aluguel dos imóveis, aquisição de combustível, materiais permanentes e de consumo, manutenção de viaturas e veículos, entre outras finalidades. Entra na conta também o apoio para a realização de eventos, como a cessão de escolas municipais para as atividades desempenhadas pelo Proerd em Muriaé.
Outras áreas também recebem investimentosAlém da segurança pública, a Prefeitura de Muriaé também investe em outras áreas de atuação, a fim de garantir que os serviços públicos sejam prestados com eficiência.
A saúde é uma das prioridades, com recursos suplementares que ultrapassaram a casa dos R$4 milhões em 2014. Deste total, mais da metade foi repassado para o Hospital São Paulo; já a Rede de Urgência e Emergência (SAMU), que foi implantada em Muriaé em janeiro do ano passado, recebeu repasses totais de R$1,8 milhão.{{banner-interno}}
José Willian Novaes Serapião é quase um desconhecido, mas quando chega-se em Vista Alegre, distrito de Cataguases, e pergunta por "Willian Big" todos o conhecem, especialmente pelo belo trabalho que desenvolve junto a garotos com idade entre 5 e 11 anos. Big criou, há quatro anos, o Projeto Camisa 6, uma escolinha de futebol no distrito que se tornou referência para a garotada não só daquela comunidade como também na vizinhança e desde então vem lutando com garra, determinação e quase sem a ajuda de ninguém para mantê-lo vivo.
Inicialmente, o projeto começou em parceria com o Americano, time de futebol local, mas não vingou, conta ele. Também contou com a participação do ex-jogador Edésio, que atuou pelo Desportivo Ferroviária, do Espírito Santo e faleceu logo depois de começar a desenvolver seu trabalho com o amigo Willian Big. Apesar destes insucessos, o também ex-jogador Willian Big continuava acreditando na viabilidade da Escolinha e decidiu seguir em frente por conta própria. Atualmente, com trinta alunos em média, Big não apenas ensina a garotada a arte do futebol, mas, como ressalta, "os valores essenciais para que possamos ter uma vida com dignidade".A atração que sua escolinha exerce sobre o inconsciente coletivo de meninos que sonham um dia serem famosos jogadores de futebol e reconhecidos mundialmente, aliada ao seu jeito peculiar, "quase pai desses garotos", como ele mesmo se define, os faz querer frequentar as aulas todas as quartas-feiras e sábados. Lá, durante o tempo em que estão treinando, aprendem uma modalidade esportiva e adquirem princípios de vida de forma empírica, como respeito, disciplina e trabalho em equipe, conta Big (foto ao lado). "Aqui, o garoto vai entrar em contato com o mundo do esporte e mesmo que não se torne um jogador profissional, será um cidadão de bem", disse.
Preferencialmente, a Escolinha de Willian Big procura abrigar crianças carentes, mas isso não impede que outras, em situação sócio econômica melhor, não possam participar. "A gente quer acolher todo mundo que nos procura, mas nem sempre isso é possível, por isso esta regra", justifica. Como ele trabalha sozinho, como voluntário e tem o apoio apenas de seu ex-professor Sidney, outro que se dedica com abnegação ao projeto, e sem receber ajuda de nenhuma entidade esportiva ou instituição governamental, enfrenta sérias limitações para dar continuidade ao seu trabalho. Ele, porém, não reclama, mas diz que se recebesse algum incentivo poderia fazer ainda mais pelas crianças que o procuram. "Um apoio financeiro ao projeto seria o ideal porque nos permitiria ter uma infraestrutura melhor e mais adequada", conta.
Percebe-se que Big não está escondendo a realidade quando vê-se que ele utiliza a própria casa e de seus familiares como vestiário e depósito de material. Bolas e uniformes são adquiridos por Big e amigos, com recursos próprios e, quando há jogos com equipes de outras cidades, não há sequer um alojamento que possa abrigar os visitantes. "É tudo improvisado, mas a gente faz com carinho e amor", salienta. Esta dificuldade é reconhecida pela comunidade local que aprova o trabalho da escolinha, conforme ele revela. "Os pais gostam de ver seus filhos aqui e me elogiam por isso, pedem até para eu não desistir, pois sabem o problema que enfrentamos para manter isso aqui".
No elenco de sua escolinha, o "capitão", como é chamado, é também o pai, o psicólgo, o amigo de cada um dos trinta garotos que comanda. O grupo é bastante diversificado e Big conta a experiência de conviver com menino surdo e mudo, mas que "quando a bola rola é um dos principais jogadores do grupo", assegura, acrescentando em seguida: "Isto acontece porque a linguagem do esporte é universal e nele não há espaço para a discriminação ou preconceito". Para terminar Willian Big diz que a pior hora do dia é quando apita o final do treino. "A molecada quer ficar jogando, eu gosto de ver todos eles aqui comigo treinando, e também ficaria com eles aqui o tempo que quisessem, mas futebol é disciplina e é importante na vida respeitar as regras, este é um princípio super importante do esporte", conclui Big, um atleta que faz jus ao apelido. (Reportagem e fotos Kadu Fontana)
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Fevereiro, a exemplo de janeiro, começa com um homicídio em Cataguases. Desta vez o fato aconteceu no bairro São Sebastião, aos dez minutos do dia 1º de fevereiro de 2015, e teve como vítima Max Sandro Barroso de Oliveira, de 40 anos de idade. Segundo a Polícia Militar o crime aconteceu em frente à residência da vítima, que fica na Rua Francisco de Almeida Gama, 290, naquele bairro, informando também que ele, no passado, enfrentou problemas com a justiça.
Os policiais que atenderam ao chamado, sargento Loures e soldado Leandro Lima, apuraram que Max estava sentado em frente à sua casa quando dois rapazes chegaram em uma motocicleta preta e começaram a conversar. Um deles, mulato, baixo e magro, retirou o capacete da cabeça, gesto que não teria sido seguido pelo colega. Ninguém da família soube dizer aos PMs o assunto que tratavam, nem tampouco o identificaram.Minutos depois ouviram um estampido referentes a três disparos de arma de fogo, o que até o fechamento desta matéria ainda não estava confirmado porque a Perícia Técnica não havia chegado ao local. Os dois rapazes teriam efetuado os disparos em Max e fugido em seguida. Ninguém anotou a placa da motocicleta nem sabe o seu modelo, conforme revelaram os policiais empenhados no caso.
Uma equipe do SAMU compareceu ao local e aguardava a liberação do corpo pela perícia técnica para levá-lo ao necrotério onde passará por exame de necrópsia e posteriormente será liberado para o sepultamento. A Polícia Militar fez buscas nas imediações à procura dos suspeitos sem obter êxito.
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Em reunião realizada na Prefeitura de Ubá no dia 26 de Janeiro, o Prefeito Vadinho Baião orientou a equipe de fiscalização do município para atuar junto à população ubaense nesse momento crítico em que está em vigência o Decreto Municipal Nº 5651 que estabelece Situação de Emergência no Município de Ubá em razão da estiagem que assola a região gerando a falta de abastecimento de água potável pela concessionária COPASA.
O artigo 6º do decreto estabelece que durante o período de vigência da "Situação de Emergência" proíbe as lavações de calçadas, frente de imóveis ou vias públicas com água tratada mediante uso de mangueiras ou similares, e também as lavações de veículos, máquinas e similares com água tratada mediante uso de mangueiras e similares, a utilização de água tratada para lavagem de quintais, áreas externas às residências mediante uso de mangueiras ou similares, o abastecimento de piscinas e similares com água tratada além de outras situações que não se adéqüem ao uso racional da água para consumo humano que possam caracterizar desperdício.
Falando para a equipe de fiscalização, o Prefeito Vadinho afirmou: "como é do conhecimento de todos, os casos de abastecimento de água são de responsabilidade da COPASA, mas as pessoas cobram: 'Prefeito, você não vai arrumar água?' Esse não é um momento de radicalizarmos ações contra a COPASA porque nos muitos locais onde a população não tem água, a Prefeitura e a COPASA têm que estar unidas. Esse decreto que nós assinamos vai nos ajudar em dois caminhos. Vai ajudar à COPASA, que numa situação de emergência facilita o trâmite para a contratação de caminhões pipa e as perfurações de poços artesianos dispensando as licitações por causa da situação de emergência que levou ao decreto. O outro ponto que eu acho muito importante, se nós não temos claramente no nosso código de postura, terá um efeito pedagógico sobre as pessoas que estavam lavando carro na rua enquanto o vizinho reclama. Agora nós temos um instrumento a mais que é um Decreto, que está proibindo isto", disse.
Vadinho continuou: "A maior fiscalização será exercida pela própria população, que vai fazer uma pressão muito grande contra aquelas pessoas que são minoria, que desobedecem, descumprem ou desconhecem a situação de emergência e não têm o comportamento de solidariedade. A minoria que não respeitar o decreto deverá ficar menor ainda e eu espero que tenhamos poucos casos isolados em que a gente vai ter que chegar lá e agir. Vocês que têm a experiência de fiscalização maior que a minha, sabem como chegar, sabem como vão ser recebidos e que atitude tomar. Se tiver que mostrar a força, mostrar que nós estamos agindo, vamos ter que fazer isto. Eu espero que isto não aconteça, e espero não utilizar a estrutura que temos", completou.
Além do Prefeito, participaram da reunião a equipe de fiscalização da Prefeitura, os secretário Pedro Raimundo (Finanças) Clécio Giorni (Governo) Filipe Tamiozzo (Ambiente) o Presidente da Câmara, Vereador Samuel Gazolla e o Coordenador da Defesa Civil, Aldeir Ferraz. O Secretário Pedro Raimundo encerrou a reunião agradecendo a presença de todos afirmando que: "estou convicto do melhor empenho da nossa Fiscalização para este momento crítico que estamos passando."{{banner-interno}}
Janeiro de 2015 vai entrar para a história de Cataguases como o mês mais violento de sua história. Números que comprovem esta afirmação, porém, ainda não estão disponíveis oficialmente, mas tomando como base as notícias de crimes registrados pelas polícias Civil, Militar e Rodoviária - todas - divulgadas por este Site, chegamos a esta desconfortável conclusão. Ao todo, foram divulgadas vinte notícias sobre homicídios, assaltos, furtos e outros tipos de violência contra a pessoa. A situação, que começou a se desenhar grave ainda em dezembro, piorou definitivamente em janeiro com uma sucessão de assaltos a pequenos comércios da cidade e distritos.
A Polícia Militar reagiu com a Operação Cavalo de Aço, ainda em andamento e como prometeu o Major Fernando Miranda (foto abaixo), comandante da 146º Companhia Especial de Polícia Militar em Cataguases, está fazendo o seu trabalho para "reverter o quadro". Resultado preliminar da ação policial é a interrupção imediata dos assaltos. Desde o início da referida Operação, não foi registrado mais nenhum assalto. A Polícia vem fazendo apreensões seguidas de motocicletas que trafegavam irregularmente seja por falta de documentação ou por ter sido roubada. Várias pessoas foram detidas e presas e a sensação de segurança começou a ser percebida pela população que não entendia este surto de violência inédito em Cataguases e nas cidades vizinhas como Astolfo Dutra, Leopoldina, por exemplo.O ano começou com a PM registrando o último homicídio de 2014, ocorrido no bairro Santa Clara. Ele prenunciou, na verdade, o que estava por vir. Poucos dias depois, o primeiro assassinato acontece em Astolfo Dutra, quando um hovem de 23 anos é perseguido de moto e morto a tiros. Seu corpo foi encontrado na manhã seguinte, às margens da estrada que corta aquele município. Na noite de 11 de janeiro, Pablo Pereira de Oliveira foi morto a facadas após sair de uma festa no Bairro Carijós. Dez dias depois outro rapaz é baleado no bairro São vicente por uma dupla que passou de motocicleta. Ele levou um tiro na virilha e se recupera bem. Na tarde do dia 19, um homem que estava sentado na calçada em frente a sua residência, no bairro Imê Farage levou uma facada nas costas. No dia seguinte, dois irmãos brigam e um deles é socorrido com uma perfuração nas costas. O outro teve cortes na cabeça.
Mas o que chamou mesmo a atenção de toda a população foram os assaltos. Sequenciais, realizados sempre com a mesma metodologia, ou seja, dois rapazes armados em uma motocicleta, com o capacete na cabeça e sem usar de violência, e que escolhiam os alvos considerados pelos marginais mais fáceis para fugirem após a prática do delito, deixaram os cataguasenses apreensivos e com sentimento de impotência. E logo no segundo dia do ano foram dois desses somente em Cataguases: nos bairros Beira Rio e Pouso Alegre. Poucos dias depois, outra vez, dois assaltos em sequência: o primeiro no bairro Ibrahim e o segundo na Taquara Preta. O bairro Granjaria e o distrito de Sereno também foram alvo de assaltos. Por fim, ladrões assaltaram mercearia nos distritos de Ribeiro Junqueira (pertencente a Leopoldina) e pouco tempo depois, repetiram o delito em Vista Alegre, distrito de Cataguases.
Com a reação da Polícia Militar os assaltos cessaram, bem como assassinatos ou tentativas de homicídio. E marginais foragidos ou que estavam sendo procurados pela justiça começaram a ser presos. As operações de patrulhamento e blitze nas ruas têm apreendido número recorde de motocicletas; mais de dez pessoas envolvidas com o crime foram presas inclusive, em flagrante delito; diversos veículos foram recuperados e a PM prendeu um rapaz que estava a passeio em Cataguases mas que tinha em aberto contra ele um mandado de prisão por homicídio no Rio de Janeiro. Até remédio sendo vendido de forma ilegal a polícia descobriu e prendeu o rapaz que o comercializava. Menores de idade também se envolveram com o crime e, para encerrar as estatísticas, até um homem foi preso pela polícia após receber uma ameaça. Havia contra ele um mandado de prisão em aberto.
O "janeiro negro" também deixa suas marcas nas estradas da região com acidentes. Morreram, por conta disso, o pastor Washigton e sua esposa, pessoas queridas, após perderem o controle do veículo na estrada próximo a São João Del Rei. A dor da família e de amigos ficou ainda mais forte porque era o aniversário dela. Na última quinta-feira, o produtor de eventos e músico, um dos fundadores do Grupo Aero e um visionário que queria fazer de Cataguases uma cidade de eventos musicais para atrair turistas, Osmar Antunes da Costa, morreu próximo a Cataguases, após bater de frente em um caminhão. Pouco mais tarde, dois homens que voltavam de Itamarati de Minas para Cataguases quando sofreram acidente na estrada sendo que um deles morreu na hora e o outro está gravemente ferido. Janeiro termina com um acidente estúpido na manhã deste sábado, 31, quando Luiz Antônio, que trabalhou muitos anos na extinta Papelaria Real e depois na Distribuidora Leone, perdeu o controle de sua bicicleta e caiu na rua tendo sua cabeça esmagada por uma roda de caminhão que passava naquele momento.
Definitivamente, este janeiro de 2015 não vai deixar saudade, mas, sim, muitas lições sobre segurança para os cataguasenses. Principalmente a lição de que não é esta a cidade que queremos para viver.
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