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Ouro Preto nasceu sob a febre do ouro, no final do século 17, onde bandeirantes encontraram enormes reservas deste metal no Vale do Tripuí, sudeste de Minas Gerais. Chamada de Vila Rica chegou a abrigar quase 40 mil pessoas interessadas em explorar suas riquezas. Seu ouro motivou a Guerra dos Emboabas (que, entre 1707 e 1709, opôs bandeirantes e portugueses pelo domínio das reservas da área) e a construção do que ainda hoje é um dos principais conjuntos arquitetônicos do país: em Ouro Preto há pelo menos dez igrejas que representam o ápice do barroco mineiro. Todas elas exibem obras de grandes gênios da arte - como Manuel Francisco Lisboa, Antônio Francisco Lisboa (Aleijadinho), Manuel da Costa Ataíde e Francisco Xavier de Brito. E com seus altares dourados e fachadas decoradas, ainda mostram os melhores exemplos de arte religiosa já produzidos no Brasil
Ouro Preto também foi cenário da Inconfidência Mineira, e hoje, entre sua dezena de museus, o visitante pode conhecer as casas de Tomás Antônio Gonzaga e Cláudio Manoel da Costa (famosos poetas e líderes da conjuração), além do Museu da Inconfidência, instalado na antiga Casa da Câmara mineira, e que guarda importantes testemunhos do episódio - como os corpos dos inconfidentes. O passado mineiro da região, ainda se faz presente em toda a cidade. Acredita-se que existam cerca de duas mil bocas de mina abertas dentro de Ouro Preto, e algumas delas, como a Mina do Chico Rei, embora totalmente exauridas, estão abertas para os turistas. O Museu de Ciência e Técnica da Escola de Minas, por sua vez, dará a introdução teórica ao passeio: localizada no coração da cidade (a Praça Tiradentes), a instituição abriga mais de 20 mil objetos relacionados ao fascinante mundo da mineralogia
Outra característica da cidade é que as ruas são extremamente íngremes, fazendo com que o turista passe o dia subindo e descendo ladeiras. Com seu formato ondulado, Ouro Preto é um paraíso para os amantes da fotografia, que sempre irão encontrar ângulos inusitados na hora, compor imagens com igrejas, casas e ruas com calçamento irregular de pedras. Tornando a cidade charmosa e intrigante
Fundada a 300 anos, se tornou Patrimônio Cultural da Humanidade, pela Unesco. E traz um importante centro universitário (abriga, por exemplo, a primeira faculdade de farmácia do país, fundada em 1839) e está recheada de bares e repúblicas estudantis que dão muita animação à vida noturna local. Das procissões religiosas, ao carnaval, as festas populares de Ouro Preto estão entre as mais animadas do país. O que deixa a cidade ainda mais imperdível
O que você não pode deixar de ver em Ouro Preto:
• Matriz Nossa Senhora do Pilar, considerada uma das mais requintadas do barroco, é atribuída a Pedro Gomes Chaves
• Nossa Senhora do Carmo, o projeto é de Manoel Francisco Lisboa, pai de Aleijadinho, e sua construção foi entre 1766 e 1772. Era frequentada pela aristocracia de Vila Rica
• Nossa Senhora do Rosário, é um raro exemplar do barroco mineiro, com sua fachada circular e por isso singular
• São Francisco de Assis, a mais famosa de Ouro Preto, um dos exemplares mais magníficos do barroco mineiro. Sua construção foi iniciada em 1766. É considerada obra-prima de Aleijadinho, responsável pelo risco geral do prédio, portada, tribuna do altar-mor, altares laterais e capela-mor
• Matriz Nossa Senhora da Conceição, sua construção se estendeu de 1727 a 1746. O projeto e a execução ficaram a cargo de Manuel Francisco Lisboa, pai de Aleijadinho. Ambos estão enterrados na igreja. Tem em anexo o Museu Aleijadinho
• São Francisco de Paula, foi a última igreja erguida no período colonial, com execução iniciada em 1804. A imagem do padroeiro, que hoje se encontra no Museu Aleijadinho, é atribuída ao mestre. De seu adro se tem uma bela vista da cidade
• Nossa Senhora das Mercês e Perdões (Mercês de Baixo): edificada entre 1740 e 1772. Passou por reforma em meados do séc. XX
• Santa Efigênia ou de Nossa Senhora do Rosário do Alto da Cruz: sua construção levou 60 anos (1730-1790). Participou do projeto Manuel Francisco Lisboa, sendo que a talha da capela-mor é de autoria de Francisco Xavier de Brito. Diz a tradição oral que foi edificada graças ao ouro da Mina da Encardideira, adquirida por Chico Rei. Na fachada estão os relógios de pedra considerados os mais antigos da cidade. O adro é também um belo mirante, com vista para o bairro de Antônio Dias. Possui rico interior. Na pintura do teto pode ser visto um papa negro
• Nossa Senhora das Mercês e Misericórdia (Mercês de Cima): igreja construída entre 1771 e 1793. A torre central foi projeto de Manuel Francisco de Araújo
• São José: pertencia à irmandade que reunia vários artistas. O risco do retábulo da capela-mor e da torre são de Aleijadinho. Erguida entre 1730 e 1811.
• Bom Jesus de Matozinhos ou São Miguel e Almas: sua construção se deu por volta de 1778. Na porta principal o coroamento, a imagem de São Miguel Arcanjo é supostamente de Aleijadinho. No interior as pinturas da ceia e da crucificação são de Mestre Ataíde
• Capela São João Batista: é o mais antigo templo de Ouro Preto, construído por determinação do bandeirante Antônio Dias em 1698. No local foi rezada a primeira missa pelo padre Faria
• Capela Nossa Senhora do Rosário dos Brancos ou do Padre Faria: é conhecida pelo nome do padre que rezou a primeira missa na região. A singela fachada contrasta com o rico interior, confeccionado em 1740 pela irmandade dos brancos. Contudo sua construção é bem anterior: data de 1710. Destaque para a cruz pontifical de 1756
• Capela Nossa Senhora das Dores: a primitiva capela foi construída por volta de 1780, pela irmandade de N. Sra. das Dores e Calvário. A atual construção data de 1835, mas por falta de documentação desconhece-se o autor do projeto. Possui imagem de N. Sra. das Dores, originária da cidade portuguesa de Braga. Destaque também para uma banqueta com seis castiçais de talha dourada e duas mesas D. João V utilizadas para os ofícios divinos. Monumento tombado pelo Iphan em 1939. Em restauração
• Capela de Santana: erguida antes de 1720, próxima às antigas minas de ouro. A região do morro de Santana era densamente povoada no início do século XVIII
• Capela de São Sebastião: localizada no morro de São Sebastião. Data da primeira metade do séc. XVIII
• Capela de Bom Jesus das Flores (Taquaral): singela capela construída por volta de 1748. Localizada no bairro Taquaral (saída para Mariana)
Além das igrejas, Ouro Preto conta também com oratórios, passeios ecológicos, a Maria Fumaça que faz o percurso Ouro Preto – Mariana, a casa de Aleijadinho, cachoeiras e montanhas
Como Ouro Preto é uma cidade mineira, também não foge à regra quando o assunto é culinária. A cidade concentra grande quantidade de ótimos restaurantes de comida mineira, além de cozinhas internacionais, como a italiana e a francesa. No centro histórico, principalmente nas ruas São José e Conde de Bobadela, há também restaurantes por quilo que oferecem comida honesta por preços módicos. Ainda abriga ótimas lojas de chocolate e cachaçarias, que, além de bombons e aguardente, oferecem deliciosos bolos, tortas e receitas como licor de jenipapo e gelatina de cachaça
Principais distâncias:
Cataguases - 223 km
Leopoldina - 244 km
Miraí - 196 km
Muriaé - 226 km
Juiz de Fora - 239 km
Além Paraíba - 295 km
Rio de Janeiro - 400 km
Belo Horizonte - 98,2 km
Fonte: http://www.ouropreto.org.br/
Fotos: www.ouropreto.org.br e Marcelo Lopes (acervo pessoal)
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