Capa do mais novo livro de poemas que Ronaldo Wern
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Por Ronaldo Werneck*
É “para Cataguases, seu rio, sua gente” – e a Manuel das Neves, in memoriam –, que o poeta Ronaldo Werneck dedica agora seu novo livro, cataminas pomba & outros rios (Dobra Editorial, São Paulo, 2012), que será lançado no próximo dia 24, no Museu Energisa (Avenida Astolfo Dutra, 41, em Cataguases) com patrocínio da Lei Municipal Ascânio Lopes. Com uma série de novos poemas – que giram em torno de várias cidades e ao longo e no curso de vários rios, do Brasil e do exterior –, cataminas inclui também uma retomada do pomba poema, poema-livro lançado em 1977, por ocasião do centenário de Cataguases. Em 1999, outro livro do autor, minas em mim e o mar esse trem azul, incluía uma versão do pomba poema, só que no formato vertical
Agora, com novas ilustrações – e mantendo o formato horizontal de sua primeira edição –, o poema-livro possibilita maior “diálogo visual” entre o corpo do texto, as muitas imagens nele inseridas e os brancos da página. Não só o “poema-livro” como todos os demais poemas do novo livro, que traz também um longo poema-levantamento da trajetória do Rio Pomba – poema pós-pomba poema –, da fonte à foz, seu curso, afluentes, cidades que atravessa
Foi também acrescentada uma seção de abertura, formada por poemas em torno de Minas e Cataguases, sua gente-geografia, minas-mundo. Cat´agua´ses. Cata dos veios d´água. Cata das minas, da prata das palavras. Cataminas. Na terceira seção, o foco do livro volta-se para o exterior – rios-cidades-poemas percorridos pelo poeta na Europa, na África, na América Latina. Por trás de toda a trama, o velho Pomba e seu lento rumar: nuvens de palavras, manchas esparsas que flutuam sobre o branco, contrastando em caudal com a lenta cadência do rio, seu mágico mover imóvel
Minas, a imperturbável
“Sua poesia, que nos suga e seduz, é a da palavra, posta a serviço da própria palavra, recriando uma outra – sua metamorfose”. São palavras da poeta e ensaísta Lina Tâmega Peixoto na contracapa de cataminas pomba & outros rios. A mesma Lina que escreve no posfácio do livro: “Ronaldo Werneck mexe nas palavras como se elas estivessem adormecidas num balaio do mundo. Uma poesia que se espalha na página como esteios de uma fascinante arquitetura. A capacidade do poeta em jogar palavras e frases para criar o prazer de um sentimento estético, se assemelha ao lançar sementes no infinito”
Segundo o crítico Fábio Lucas, “entra-se no Pomba Poema como quem ingressa num sonho, puxado por um rio sem foz. É que o poeta implanta na consciência do leitor um simultaneismo de lembranças e emoções em que a camada confessional se apresenta como um jogo. Os Outros Rios são primos-irmãos do mesmo Rio Pomba. É que a paisagem da Europa e as diferentes faces da viagem do poeta representam a mesma busca. Ou, talvez, a mesma volta: voltas às raízes, fincadas em Minas. Onde quer que tenha estado o poeta, corria no seu íntimo o rio de Minas”
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*Poeta e cronista, membro do Pen Clube do Brasil, é mineiro de Cataguases, para onde retornou no final do século passado, após mais de 30 anos no Rio de Janeiro. Vários livros publicados, entre eles Minerar O Branco, Kiryrí Rendáua Toribóca Opé, Há Controvérsias 1 e 2. Maiores informações sobre o autor no site www.ronaldowerneck.com.br
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