Em 07/08/2012 às 10h10 | Atualizado em 27/07/2018 às 17h22

A literatura de Cataguases está de luto com a morte de Celina Ferreira

Celina Ferreira, poetisa cataguasense

Celina Ferreira, poetisa cataguasense

Download Texto de Joaquim Branco
Foi sepultada em Cataguases, sua terra natal, na manhã desta terça-feira, 7 de agosto, Celina Ferreira, que faleceu no Rio de Janeiro, no último domingo, 5, aos 84 anos de idade. Aos 4 anos de idade sofreu um acidente que lhe prejudicou uma das pernas, causando-lhe problemas físicos por toda a vida. Viveu em Cataguases, onde lecionou por algum tempo, transferindo-se depois para Belo Horizonte, onde se tornou assistente social
Casou-se aos 27 anos e transferiu-se para o Rio de Janeiro; teve 4 filhos e tornou-se escritora de certo prestígio por sua poesia de grande poder expressivo. Trabalhou na Rádio MEC, no Jornal do Brasil e na TV Tupi, como redatora
Autora premiada com o Prêmio de Literatura Infantil do Estado da Guanabara, em 1971 e o Prêmio Brasília de Literatura Infantil e Juvenil e o Prêmio Fernando Chinaglia, em 1978. Sua obra foi muito pouco divulgada, o que não a impediu de receber referências positivas de Manuel Bandeira, Guimarães Rosa, Carlos Drummond de Andrade, Artur da Távola, Affonso Romano de Santana e outros grandes escritores. Não fosse essa pequena divulgação, hoje seu nome teria lugar ao lado de Henriqueta Lisboa e Cecília Meireles
Obras: “Espelho convexo” (1973), “Hoje poemas” (1966), “Invenção do mundo” (1958). “Nave incorpórea” (1955), “Poesia de ninguém” (1954) e outros
Ao saber de sua morte o publicitário e escritor cataguasense, Mauro Sérgio Fernandes, fez a seguinte declaração: “Fui aluno de Enedina Prata e Zoraide Guimarães no Grupo Coronel Vieira, onde Celina era responsável por atividades extra-classe na biblioteca da escola. O mundo dela sempre foi entre livros. Entre meus 8 e 9 anos, a presença daquela professorinha morena me levava constantemente a consultá-la. O tempo passou, eu vim pra Brasília e nossos laços se estreitaram ao longo da vida. Celina Ferreira se eternizou em tudo que amou e escreveu”
O poeta e também escritor cataguasense, Ronaldo Werneck, assim comentou a morte de Celina Ferreira: “Uma pena. Pena que se quebra e se encerra”. Joaquim Branco, autor deste texto e primeiro a saber do falecimento de Celina revela: “Eu também conheci Celina e pude apreciar sua presença poética e bonita. Ela se foi, mas sua poesia ficará. Tenho certeza”
Os familiares de Celina, atendendo a seu pedido, trouxeram o corpo para Cataguases onde foi velado na capela do cemitério São José e sepultado às 9 horas desta terça-feira. Veja, abaixo, um poema escrito por Celina Ferreira, que pode dar um pouco da dimensão artística de seu talento e obra:
FLOR SOZINHA
Que flor é aquela
na beira do rio?
Ninguém a descobre
na beira do rio
A flor é sozinha,
parece comigo
Na beira da vida
também vivo só. (“Hoje poemas”, p. 31)
(Com foto cedida por Joaquim Branco)
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