Os medicamentos do Hospital César Leite na Zona da
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Um rastreamento rigoroso dos medicamentos do Hospital César Leite (HCL), em Manhuaçu, na Zona da Mata, está trazendo mais segurança e qualidade no tratamento para os pacientes e economia para a instituição. Isso por que a gerência farmacêutica tem o controle, em tempo real, de tudo que foi ministrado a cada paciente; lote, quantidade dispensada e data de validade.
O projeto de rastreabilidade foi implantado com recursos do Prêmio Célio de Castro, concedido pela Secretaria de Estado de Saúde (SES). São beneficiadas as instituições de destaque no Programa de Fortalecimento e Melhoria da Qualidade dos Hospitais do SUS (Pro-Hosp), do Governo de Minas. O HCL ficou em segundo lugar no Estado e recebeu a quantia de R$ 300 mil que, necessariamente, deveriam ser revertidos em benefícios aos pacientes.
“A farmacovigilância possibilita o controle exato do lote de cada medicamento encaminhado ao paciente. Se houver uma notificação da Anvisa, alertando para algum lote de medicamento com desvio de qualidade, nós sabemos em tempo real quais os pacientes que fizeram uso. Outra vantagem é no caso de paciente apresentar alguma reação adversa não esperada; assim é possível saber quais os pacientes que também tomaram e identificar se o problema é com o paciente ou com o medicamento”, explica Chardson Roberto da Paixão, farmacêutico responsável do Hospital.
Ele também ressalta os benefícios na gestão da farmácia do HCL. “Diminuímos o desperdício, pois sabemos tudo o que vai vencer nos próximos meses e já posicionamos para serem utilizados no período de validade”, conta. O rastreamento é feito a partir da leitura do código de barra do medicamento e identificadores para cada usuário. Assim, fica armazenado no sistema exatamente o que foi ministrado para o paciente, datas, quantidade e lote dos medicamentos.
O trabalho na gerência farmacêutica foi beneficiado, ainda, diretamente pelo Pro-Hosp. A direção do HCL destinou parte dos recursos do Estado para a reestruturação das unidades farmacêuticas dentro do hospital e viabilizou a construção da farmácia da UTI. O almoxarifado, que funcionava em um espaço de 88 m², hoje ocupa 272 m². Atualmente, 25 funcionários trabalham no setor.
Gestão hospitalar
O Programa de Fortalecimento e Melhoria da Qualidade dos Hospitais do SUS repassa, desde 2007, recursos para o Hospital César Leite, em Manhuaçu. Os investimentos, até o momento, somam R$ 6,5 milhões e, além da melhoria no atendimento, o programa promoveu a profissionalização da gestão hospitalar.
A administradora do HCL, Ana Lígia de Assis Garcia, destaca a modernização não só tecnológica, como também gerencial, propiciada pelo Pro-Hosp. “Você recebe o recurso, mas tem que aplicar também em profissionalização, como a participação em curso de formação de gerentes hospitalares”, relata.
Para ela, o foco na qualidade da gestão, foi um ganho principalmente para os hospitais do interior. O diretor técnico do HCL, Gláucio Quarto Martins, confirma. “O Pro-Hosp trouxe não só o recurso, como a mudança gerencial, mais motivação. O relacionamento da administração, com funcionários e corpo clínico é melhor hoje”, diz. Os investimentos para a melhoria da gestão incluíram aquisição de computadores, impressoras, material para educação continuada e treinamento de pessoal.
Obras e equipamentos
No Hospital César Leite, além do rastreamento de medicamentos e da profissionalização, os recursos do Programa de Fortalecimento e Melhoria da Qualidade dos Hospitais do SUS foram aplicados em obras, como a ampliação do Centro de Tratamento Intensivo, da Central de Material Esterilizado, enfermaria, centro cirúrgico e portaria; reforma do apoio ao diagnóstico, farmácia e vestiário; e pintura do hospital.
Também foram adquiridos materiais e equipamentos para o centro cirúrgico, como aparelho de anestesia, monitores cardíacos, cardioversores, sistema de ventilação mecânica, carro de emergência, compressor, bisturis, filtro de absorção, mesas cirúrgicas, carros para anestesia completos para cirurgia de alta complexidade e kits para intubação; UTI, como kit de fisioterapia, ventiladores, berços aquecidos e fototerapia; CME; pediatria; e lavanderia.
“Um dos principais ganhos foi a condição de receber o paciente e ter equipamento para dar segurança para o monitoramento, para as cirurgias. O paciente de UTI é monitorado em todos os leitos. Não falta nenhum respirador para nenhum leito”, ressalta o angiologista Gláucio Quarto Martins.
O hospital referência para a microrregião e, atualmente, atende a 22 municípios. Em junho deste ano foram realizados 3327 atendimentos ambulatoriais; 1062 internações; uma média de 300 partos no mês; e mais de 800 cirurgias. Para o provedor do HCL, Sebastião Onofre de Carvalho, o Pro-Hosp é fundamental para atender à demanda na instituição. “Temos uma população flutuante grande, duas BRs passam próximas à cidade. Sem equipamentos de primeiro mundo, a assistência ao paciente não teria a mesma excelência”, afirma.
O paciente José Hilário Ferraz, 72 anos, é capixaba, se acidentou na estrada e recebeu atendimento no HCL. “Fizeram chapa, cirurgia no joelho, pontos no braço. Estou sendo muito bem cuidado”, conta, pouco antes de receber alta.
De Ipanema, no Leste do Estado, o paciente Nilson Gomes de Oliveira, também não tem do que reclamar. “Tive uma queda da escada e quebrei o braço. Passei por cirurgia, colocaram um pino na minha mão. Foi muito bem sucedida, porque eu poderia até ter perdido movimento. É minha primeira vez nesse hospital e estou tendo atendimento de primeira”, declara.
Pro-Hosp na Zona da Mata
Em toda a Zona da Mata, desde o início do programa, o Governo de Minas já investiu, por meio do Pro-Hosp, R$ 72,7 milhões. Foram beneficiadas, além de Manhuaçu, as cidades de Além Paraíba, Carangola, Cataguases, Juiz de Fora, Leopoldina, Lima Duarte, Manhumirim, Muriaé, Ponte Nova, Rio Casca, Santos Dumont, São João Nepomuceno, Ubá e Viçosa.
Fonte: Agência Minas
Foto: Gil Leonardi
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