A cidade de Salinas conta com 56 marcas de cachaça
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As garrafas da cachaça produzida em Salinas e alguns municípios próximos deverão ganhar novos rótulos nos próximos 60 dias. A previsão é do gerente da regional da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG) de Salinas, Reginaldo Angelo de Sousa. “Os produtores já estão contratando uma empresa para mudar o leiaute das embalagens”, informa. O objetivo é estampar o selo de Identificação Geográfica (IG), concedido pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), à aguardente fabricada em Salinas, Novorizonte, Fruta de Leite, Rubelita, Santa Cruz de Salinas e parte do território de Taiobeiras.
A Emater-MG, segundo o gerente regional, integrou um comitê formado por diversas instituições e representantes de produtores para reivindicar e defender o reconhecimento geográfico do produto mais típico da região. Todo o processo demorou cerca de dois anos e meio e contou com várias ações do grupo e da empresa pública mineira de extensão rural.
“Fizemos um documento, defendendo a demarcação oficial desta região produtora de uma cachaça especial, com características tão singulares. Fundamentamos o pedido com argumentos técnicos e científicos: o tempo de fermentação, as condições favoráveis do clima e solo, as boas práticas de fabricação. Também visitamos outras regiões do país para conhecer de perto outros produtos que passaram pela mesma situação. Fomos ao Vale do Vinhedo (vinho), no Rio Grande do Sul, e a Paraty (cachaça)”, explica.
Para Reginaldo Angelo, a obtenção da IG agrega valor ao produto da terra e representa ganhos tanto para o consumidor, quanto para o produtor. “O apreciador de cachaça vai ter a segurança de um produto único de uma região, tendo a garantia de paladar, cheiro e o jeito de fabricação daqui. E os produtores vão ganhar mais com o que produzem, melhorando a própria qualidade de vida e dos que participam da cadeia de produtiva, como os agricultores familiares quem fornecem a cana de açúcar e a mão de obra”, salienta.
Das 21 indicações concedidas pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial, no país, Salinas é a segunda região brasileira reconhecida pelo órgão com indicação de procedência para a produção de cachaça. A primeira foi Paraty, em 2007, e segundo informações do INPI, isso impulsionou as vendas do produto que já figura entre as mais valorizadas do país.
Levantamento da Emater-MG de Salinas aponta que a produção de cachaça no município gera na área urbana cerca de 380 empregos diretos e 600 indiretos. No meio rural, os dados da empresa apontam para 590 empregos diretos e outros 120 indiretos. Atualmente, segundo este mesmo levantamento, existem 20 fábricas de produtores com alambique próprio, quatro coletivas e oito estandartizadoras e/ou engarrafadoras (compram a cachaça e colocam a própria marca), no município.
No total, de acordo os dados do escritório da Emater-MG, o município de Salinas conta com 56 marcas de cachaça, 14 delas certificadas pelo Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA). Outras dois municípios da regional possuem certificação do órgão estadual: Fruta de Leite, com a marca Fascinação e Novorizonte, com a marca Salinas. Em nível regional, Salinas e os municípios que integram a IG produzem um total de 70 marcas da bebida, segundo o gerente regional Reginaldo Angelo.
Fonte: Agência Minas
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