Em 03/06/2012 às 18h08 | Atualizado em 27/07/2018 às 17h22

Grupo surgido nas redes sociais quer boicotar os postos de combustível de Cataguases para forçar queda nos preços

O assunto que está no centro das discussões em Cataguases é fruto de um movimento originado no Facebook e que hoje reúne mais de 6.700 participantes. Trata-se do preço dos combustíveis praticado no município. Segundo os idealizadores do Grupo "Cataguases Boicote ao Preço dos Combustíveis", os donos de postos de abastecimento cobram preços "muito acima dos praticados na região", segundo revelou Alexandre Soares Campos (foto ao lado), uma das lideranças do grupo que foi criado pelo ex-gerente do Banco do Brasil, em Cataguases, Evanildo Oliveira.
O movimento criado no Facebook pretende, como o próprio nome diz, boicotar os postos de combustível da cidade, incentivando todos os proprietários de veículos em Cataguases a abastecerem em outra cidade. Assim, acreditam os idealizadores do grupo, forçariam estes empresários a reverem suas margens de lucro e a não venderem o produto pelo mesmo preço, ocasionando desta maneira, diferença de valores entre os postos, o que hoje, não existe. O ponto alto do movimento será de 17 a 24 de junho quando seus organizadores pretendem mobilizar a população a abastecer seus carros em Leopoldina e em outras cidades da região.
Alexandre lembra que a diferença entre o menor e o maior preço da gasolina em Cataguases, hoje, "não passa de R$0,06. Isso não estimula ninguém a sair do seu bairro, para abastecer em outro ponto da cidade", argumenta. Ele diz também não acreditar na existência de formação de cartel, mas sim em usar as regras do mercado a favor dos donos de postos. "Se eu consigo vender a gasolina a R$2,99 por que venderei o mesmo produto por R$2,90?, em um mercado capitalista isso não faz sentido, porque quanto mais eu puder ganhar, melhor e mais rápido vou obter o retorno do investimento", analisa. Ele diz também que o consumidor pode reverter a situação e usar as regras de mercado a seu favor, através do boicote aos postos.
Dono de posto de gasolina em Cataguases, o empresário e vereador Guilherme Valle de Souza (foto ao lado), foi o único até o momento a se manifestar sobre o assunto. Ele, recentemente, durante o programa Conversa Franca, exibido pela Rádio Brilho e apresentado por Sousa Mendonça, explicou a realidade vivida pelos empresários do setor, lembrando a alta carga tributária a que estão submetidos, a rigorosa legislação ambiental que são obrigados a cumprir, e às inspeções da ANP - Agência Nacional de Petróleo, além de arcarem com os salários de funcionários, custo do combustível entre outros gastos.
Guilherme rechaçou qualquer possibilidade de existência de cartel em Cataguases. 'Isto não existe, porque aqui ninguém combina preço. E se isto existisse bastaria ao consumidor denunciar ao Ministério Público", explicou. Ele também negou que os preços dos combustíveis praticados em Cataguases sejam os mais caros. "Fiz uma rápida pesquisa nas cidades da região e encontrei gasolina a mais de três reais", contou. O empresário também garantiu a qualidade do combustível vendido na cidade. "Aqui trabalhamos com produto que tem procedência e isto tem um preço. Gasolina batizada (nome que se dá à mistura do produto com água ou outros ingredientes) nunca foi vista por aqui", assegurou.
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