Em 17/05/2012 às 22h57 | Atualizado em 27/07/2018 às 17h22

Cataguases contribui para aumentar os índices de violência doméstica e de abuso sexual de crianças e adolescentes

[caption id="attachment_7557" align="aligncenter" width="400" caption="Débora, Sousa e Roberta durante o intervalo da entrevista"][/caption]
Os temas violência doméstica, abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes e até prática de bullying foram abordados na manhã da última quinta-feira, 17, no Programa Conversa Franca, da rádio Brilho, apresentado por Sousa Mendonça e que contou com a participação do jornalista Marcelo Lopes, editor deste site. As entrevistadas foram a advogada Roberta Cabral e a psicóloga Débora Mantovani, ambas atuantes na Casa de Maria, que prestaram vários esclarecimentos, destacando os pontos principais e a gravidade da ocorrência desses crimes, com orientação de como agir nessas situações.
O Centro de Referência de Proteção e Inclusão Social de Mulheres (Casa de Maria) atua desde novembro de 2011 e já atendeu 140 casos, mas nem todos chegaram a processos. Roberta frisa que as agressões contra o público feminino não estão aumentando. "Sempre existiu nesse nível. As mulheres, hoje, se sentem mais seguras a denunciar. O que muda, então, é a conscientização delas perante seus direitos", avalia. O Centro oferece uma equipe multidisciplinar para acompanhamento psicológico, apoio social e orientação jurídica. "Mas nenhuma delas é obrigada a registrar queixa na delegacia contra seus companheiros. Isto é uma decisão de cada uma. A Casa de Maria está lá para apoiá-las”, completou.
Segundo Débora, não há como estabelecer um padrão psicológico das mulheres que procuram a Casa de Maria. "Algumas se mostram determinadas a denunciar, outras estão bastantes fragilizadas. A maioria dos casos trás uma violência que acontece há mais tempo, não sendo um episódio isolado. Já tivemos episódios em que elas sofreram algum tipo de violação dos direitos durante dez, vinte anos de relacionamento", afirmou. A questão do machismo e da dependência financeira é apontada como algumas das causas. Há, também, casos de violência física grave em Cataguases. "Como psicóloga procuro mostrar que o primeiro passo para livrar-se desta condição é a independência. Neste sentido, a nossa assistente social trabalha no engajamento dessa mulher através de cursos profissionalizantes para a inserção dela no meio social", salientou.
É importante alertar que as medidas protetivas determinadas pela lei Maria da Penha que também são estendidas aos filhos, sendo garantida a eles proteção. Esta sexta-feira, 18 de maio, é o Dia Nacional de Combate a Exploração e Abuso sexual de  Crianças e Adolescentes. Pela manhã, a partir das 8 h, vai acontecer em vários pontos da cidade, passeatas com alunos da rede pública e privada de ensino para finalizar o trabalho realizado de conscientização nas escolas sobre este problema. Uma delas vai percorrer a Avenida Astolfo Dutra com destino à Praça Rui Barbosa. Os alunos vão às ruas como forma de mostrar à sociedade em geral que este tipo de conduta não pode persistir.
Roberta aponta a existência de muitos casos de pedofilia em Cataguases. Crianças de três, quatro anos sendo abusadas pelos pais. Um dos fatores agravantes para esses cenários é a baixa renda e a dependência de drogas. "Cerca de 80% e 90% dos casos recebidos pela Casa de Maria tem envolvimento com drogas lícitas e ilícitas. Aquela família que já está sendo danificada pela dependência do álcool, provavelmente pode vir a desenvolver uma situação mais grave", acrescentou. Roberta e Débora também confirmaram a existência de casos de Bullying em Cataguases. (Texto de Diogo Andrade)
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