Em 27/04/2012 às 17h42 | Atualizado em 27/07/2018 às 17h22
O Conselho das Pessoas Portadoras de Deficiência de Cataguases - CONDEF - promoveu a I Conferência Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência, na sede do Pró-Idoso. O evento aconteceu durante a tarde desta sexta-feira, 27, quando foram discutidas e debatidas as políticas públicas que assegurem direitos à acessibilidade, educação, esporte, saúde, trabalho, lazer, entre outros. Como tema principal das palestras está a Convenção da ONU que fala das perspectivas e desafios sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência, que foi ratificada em 2008, transformando as normas em Leis Constitucionais.
O presidente da Associação dos Deficientes de Cataguases - ADEC, Delson Gomes (foto ao lado), revelou a expectativa e a importância da Conferência. "Esse assunto requer uma atenção especial e uma política voltada para isso. Cerca de 24% dos brasileiros possuem algum tipo de deficiência, e a ADEC tem esse intuito de trazer os problemas e a realidade para debate, sendo a porta voz dessas pessoas ". Delson explicou que a falta de planejamento traz grandes perdas, sendo necessário contar com os futuros governos e fazer com que essa política sobreviva às próximas administrações.
O Secretário Municipal de Assistência Social, José Fernando Milani, falou sobre a integração e reafirmou o compromisso do governo para implementação de ações e melhorias. O prefeito de Cataguases, William Lobo, em seu pronunciamento na abertura da Conferência, destacou a preocupação em ampliar as ações do governo para os deficientes. "Várias faixas de acessibilidade já foram construídas, e estamos antenados. Tivemos melhorias, mas reconheço que há muito a ser feito", avaliou.
Para o ex-vereador, Jucelei Coimbra Miguel João "já estivemos muito pior”. Ele “explica: Hoje temos uma estrutura melhor, mas está longe da ideal e esta conferência é uma grande vitória”. Ele ressalva que a falta de acessibilidade é o maior problema, “como o acesso aos ônibus e a adaptação das calçadas”. Para o ex-vereador é necessário “capacitar o deficiente para que ele possa ingressar no mercado de trabalho. Há vagas disponíveis – continua - mas elas precisam ser preenchidas por profissionais qualificados. E se o deficiente não pôde estudar porque não conseguia ir à escola, não vai estar preparado profissionalmente”, constata.
O assessor do Núcleo de Atendimento Especial à Pessoa com deficiência da Secretaria de Assistência Social da Prefeitura de Juiz de Fora e palestrante, Wesley Barbosa Severino, falou sobre o evento. "É um marco na luta destas pessoas. A conferência é um espaço próprio para discutir estas questões e é preciso exigir dos poderes constituídos a implementação da política de acessibilidade de maneira integral", analisou. Já o presidente do CONDEF em Cataguases, Geraldo Luiz Campos Ribeiro, o Geraldo Luchini (foto ao lado), destacou que a realização da Conferência pretende ser um "divisor de águas na realidade do deficiente em nossa cidade".
Outras reclamações como pontos de embarque e desembarque para os cadeirantes, escolas com escadas não adequadas e postos de saúde sem acessibilidade também foram debatidas. A programação contou com votação de propostas, discussão nos grupos e eleição dos delegados. A conferência é realizada a cada dois anos e as propostas aprovadas na edição municipal são levadas o CONDEF, depois para o Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Portadora de Deficiência - CONPED e finalmente para o Conselho Nacional, o CONADE, tentando garantir assim a parte legal embasada nos direitos humanos. (Por: Diogo Andrade)