Em 17/02/2012 às 12h13 | Atualizado em 27/07/2018 às 17h22

Povo de Guidoval usa Audiência Pública para pedir ajuda da Assembleia Legislativa

Casas destruídas, pontes e estradas em situação precária e falta de recursos para reconstruir uma cidade que teve cerca de 80% de suas áreas urbana e rural atingidas pelas chuvas de janeiro de 2012. Essa foi a situação que a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais encontrou em Guidoval, após visita e audiência pública realizadas na manhã desta quinta-feira, 16, a pedido do vice-presidente da comissão, deputado Paulo Lamac (PT).
De acordo com o vereador Delso Gerônimo de Almeida Costa, embora o Ministério da Integração Nacional tenha autorizado a liberação de R$ 450 mil para ações de socorro ao município, seriam necessários R$ 200 milhões para reconstruir Guidoval. Ele afirmou que um estudo ainda está sendo feito para verificar a melhor maneira de aplicar o recurso.
Costa ainda criticou a análise feita pela Defesa Civil Estadual, que visitou a cidade após as enchentes, e concluiu que o município se encontrava em situação emergencial e não de calamidade pública. Segundo o vereador, esse parecer foi determinante para que governo Estadual não liberasse, até o momento, recursos para a cidade. Delso Costa relatou também que 25% da população foi atingida pelas chuvas e os efeitos imediatos das enchentes foram a falta de água, de luz e telefone, deixando a cidade sem qualquer tipo de comunicação por três dias.
Defesa Civil – De acordo com o coordenador de Defesa Civil municipal, Silvio Varoieri, em um primeiro momento foi decretado estado de calamidade pública em Guidoval, mas, devido a uma série de parâmetros estaduais do órgão, concluiu-se que a cidade encontrava-se em situação de emergência. Ele exemplificou que no município não houve a contaminação do solo e da água, nem perdas ambientais, e que o restabelecimento da luz, água e telefonia se deu em tempo recorde de três dias, fatores que descaracterizaram a análise inicial de que a cidade estaria em situação de calamidade pública. “O que temos que fazer agora é informar aos órgãos superiores que, mesmo não estando em estado de calamidade, pela magnitude do evento no município, precisamos de uma atenção especial”, defendeu Varoieri.
O deputado Paulo Lamac (PT) afirmou que vai trabalhar para que a situação em Guidoval seja reconhecida como calamidade pública e o município possa, assim, receber mais recursos. Ele também disse que vai tentar buscar recursos junto ao Governo Estadual.
Zona rural foi a mais prejudicada pelas chuvas
Durante a visita feita pela comissão à área rural de Guidoval, a trabalhadora Solange Aparecida mostrou a situação de precariedade em que se encontram diversos moradores, devido à destruição causada pelas chuvas. De acordo com ela, que foi uma das que teve a casa destruída pela força da água, uma das prioridades seria a reconstrução de uma ponte, que liga os municípios de Guidoval e Rodeiro e é um importante acesso de escoamento das hortaliças e do leite produzido.
Conforme Solange, os prejuízos não se referem apenas à perda da produção, devastada pelas enchentes, mas também à impossibilidade de os agricultores transportarem seus produtos para as cidades vizinhas, devido à falta de acesso, com a queda da ponte. “Queremos viver na roça, mas com dignidade”, pontuou.
O secretário de gabinete da Prefeitura e morador da área rural de Guidoval, Lúcio Garcia, contou que, após as chuvas que atingiram o município nos primeiros dias de janeiro, a população do campo ficou isolada do centro da cidade por cerca de nove dias. Para Garcia, neste momento seria importante que fosse feito o asfaltamento da estrada, bem como o desvio de parte de sua rota, já que o rio Xopotó, que corta o município, já se encontra no mesmo nível da estrada em alguns trechos.
O deputado federal Padre João (PT) afirmou que vai trabalhar para a liberação de recursos pelo Governo Federal para o reassentamento das famílias que tiveram suas casas destruídas, por meio da construção de casas populares.
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