Em 04/02/2012 às 16h12 | Atualizado em 27/07/2018 às 17h22

Normas da Vigilância Sanitária orientam o funcionamento de lavanderia hospitalar

O despacho número 004/2012 da Gerência Regional de Saúde com sede em Leopoldina, datado de 1º de fevereiro de 2012, aponta com sendo o motivo do fechamento provisório do Pronto Cordis “...dificuldade de manter, a partir desta data, rouparia em condições de uso pelos usuários, além da grande dificuldade de promover a destinação adequada aos resíduos gerados”. Com base nesta conclusão o Site do Marcelo Lopes procurou informações a respeito de lavanderias hospitalares, sua rotina, máquinas e equipamentos necessários e leis que regulam o seu funcionamento. O assunto é extenso, complexo e este tipo de serviço é completamente diferente de uma lavandeira comercial ou, por exemplo, daquelas usadas em hotéis.
Na última sexta-feira, 3, nossa reportagem visitou o Hospital de Cataguases e seu provedor, José Eduardo Machado, mostrou todo o funcionamento de uma lavanderia hospitalar (fotos abaixo). A primeira informação por ele repassada é a de que aquele setor do hospital segue o Manual de Lavanderia Hospitalar, criado em 1986, agora denominado “Processamento de Roupas de Serviços de Saúde: Prevenção e Controle de Riscos”, obra revista e atualizada em 2007. A alteração da denominação deve-se ao fato de que todo o material têxtil necessita ser submetido ao processamento em um serviço especializado e com profissionais capacitados, informa, já na apresentação, o texto da cartilha.

Para montar este tipo de lavanderia é preciso levar em consideração a planta física da unidade, a disposição dos equipamentos, instalação hidráulica, técnicas de lavagem, centrifugação, calandragem e secagem, dosagem de produtos, manipulação, transporte e estocagem de roupa. “Tudo isso deve ser pensado junto com os padrões e normas de segurança e saúde ocupacional, proteção contra incêndio, controle de infecção porque este setor bem como todo o hospital, passam pelo controle da Vigilância Sanitária”, acrescenta José Eduardo. Depois de tudo pronto, a lavanderia vai funcionar mediante normas e rotinas padronizadas em “um trabalho pautado nas orientações de uma comissão de controle de infecção”, ensina o novo manual.

A prática diária de uma lavanderia hospitalar é repleta de regras que vão desde a roupa suja até a entrega da peça limpa no quarto do paciente. O funcionário deve retirar a roupa suja com o mínimo de agitação e manuseio (evita dispersão de microorganismos e possível contaminação) e colocá-la em sacos que devem ser fechados. Já o transporte deve ser feito de tal forma que o seu conteúdo não contamine o ambiente ou o trabalhador que a manuseia, por meio de carro de transporte ou por tubo de queda, que é utilizado no Hospital de Cataguases (uma espécie de escorregador onde é colocada a roupa que desce por força de gravidade até o subsolo, caindo diretamente dentro de um dos setores da lavanderia).
A lavagem, além de eliminar a sujeira da roupa deve deixa-la com nível bacteriológico reduzido ao mínimo. De acordo com o manual editado pela Vigilância Sanitária, “as fases de um ciclo completo de lavagem consistem em: umectação, enxágües, pré-lavagem, lavagem, alvejamento, enxágües, acidulação e amaciamento”. O texto ainda acrescenta: “as roupas que serão utilizadas em procedimentos cirúrgicos ou procedimentos que exijam técnica asséptica devem ser submetidas à esterilização após a sua lavagem. Roupas que serão submetidas a esterilização (campos cirúrgicos, capotes, etc) não poderão ser submetidos à calandragem ou passadoria a ferro”. (O quadro abaixo mostra todo o processo deste tipo de lavanderia).

José Eduardo conta que há “uma série de outros procedimentos que seguimos porque conforme a doença ou estado do paciente a roupa é tratada seguindo uma norma específica”. E cita como exemplos casos de pessoas com hepatite e aquelas que estão em tratamento radiológico para câncer, entre outros específicos. Ele completa dizendo que todo este cuidado tem um único objetivo: “fornecer uma roupa higienizada e pronta para o uso sem riscos de contágio para pacientes e trabalhadores”, completou. Uma curiosidade: hospitais podem lavar roupas de hotéis, motéis, restaurantes e pousadas, mas o contrário não é permitido por lei. A legislação permite, no entanto, que hospitais terceirizem o serviço de lavagem de roupa para lavanderias comerciais que estejam dentro dos padrões determinados pela Vigilância Sanitária. O Pronto Cordis adotou este procedimento e o Hospital de Cataguases vinha realizando o serviço.
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