Em 26/01/2012 às 21h56 | Atualizado em 27/07/2018 às 17h22

Radar meteorológico melhora vigilância de eventos atmosféricos em Minas

O Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam) emite, desde 15 de janeiro, dois boletins diários com a previsão do tempo na área de abrangência do primeiro radar meteorológico de Minas Gerais. Adquirido pela Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) por R$ 10,5 milhões, o equipamento permite a melhoria do monitoramento e da vigilância atmosférica, inclusive no período chuvoso do Estado, que vai até março.
A gerente de Monitoramento Hidrometeorológico do Igam, Wanderlene Ferreira Nacif, ressalta que a operação do radar meteorológico irá proporcionar ao Igam uma série de benefícios, principalmente a melhoria dos serviços diretos e indiretos já oferecidos. “A operação contínua do equipamento apontará necessidades, viabilidades e estratégias no trabalho, que servirão de base para aplicação nos demais radares a ser adquiridos para complementar a rede proposta para Minas Gerais”, frisa.
O monitoramento teve início no dia 5 de dezembro em caráter experimental, durante oito horas por dia, cinco dias por semana. Após 40 dias de avaliação e teste, passou a funcionar 24 horas. De acordo com a meteorologista do Igam, Paula Pereira de Souza, esse tipo de radar permite localizar a precipitação, calcular seu deslocamento, estimar o tipo (chuva ou granizo), contribuindo para a melhoria da previsão de curtíssimo prazo. “Ele permite também analisar a estrutura das tempestades e seu potencial para causar tempo severo”, diz.
Segurança meteorológica
O posicionamento do radar no município de Mateus Leme possibilita a melhoraria da segurança meteorológica em toda a Zona Metalúrgica e Campo das Vertentes, boa parte da Bacia do Rio Doce, Zona da Mata e Alto São Francisco. Nestas regiões, integrantes do círculo interno da figura, que corresponde a um raio de 200 km, será possível identificar, monitorar e estimar quantitativamente a ocorrência de precipitação. Também será possível monitorar e identificar o tipo de chuva e a ocorrência de granizo, a intensidade dos ventos e a velocidade de deslocamento das tempestades. Desta forma pode-se aumentar a proteção com relação à ocorrência de tempestades e queda de granizo, inclusive na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH).
Já a cobertura no Noroeste de Minas, Norte de Minas, Sul de Minas e Vale do Jequitinhonha, correspondente ao círculo externo com raio de 400 km, permitirá identificar os sistemas causadores de precipitação e prever sua trajetória, mas não haverá como identificar e nem quantificar o tipo de precipitação.
Durante os primeiros anos de operação do radar, deverão ser realizados estudos sobre a atenuação do sinal do radar devido à topografia de Minas Gerais, o seu alcance real e a estimativa de precipitação, o que permitirá aperfeiçoar sua eficiência ao longo dos anos.
Para a realização do trabalho de monitoramento e vigilância atmosférica o Igam conta atualmente com ferramentas, como imagens de satélite, sistemas de detecção de raios, dados observados por meio de Plataformas de Coleta de Dados (PCDs) automáticas e pluviometricos convencionais. Essas ferramentas, agregadas à utilização de radares meteorológicos irão permitir a emissão mais rápida dos alertas.

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