Diversas pessoas apareceram depois da publicação da matéria como vítimas da mulher agora presa (Foto ilustrativa)
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A prisão nesta terça-feira, 02 de abril, em Cataguases, de uma mulher de 35 anos por crime de estelionato, acabou revelando uma rede de pessoas vítimas de seus golpes. Há, inclusive, um grupo que se reuniu através do aplicativo de mensagens instantâneas, Whatsapp, para trocar experiências e buscar recuperar o prejuízo. É preciso dizer que ninguém conseguiu recuperar um centavo sequer e, para piorar, poucas pessoas levaram o caso adiante por meio de uma denúncia à polícia, segundo algumas delas, por falta de informação a respeito de como agir nestes casos.
Tão logo a matéria de sua prisão foi publicada no final da tarde desta terça-feira, 02 de abril, teve início uma enorme repercussão, com pessoas que conheciam quem havia sido enganado pela autora ou das próprias vítimas. Muitos comemoravam sua prisão demonstrando um sentimento de justiça e reparação ao prejuízo sofrido. Uma das organizadoras do grupo "Lesadas pelo Golpe", que preferiu não usar o nome dela para evitar problemas jurídicos, Mariana dos Santos Rosa, foi vítima há três anos e de lá pra cá decidiu encontrar outras pessoas enganadas por ela. O grupo já tem onze participantes, um número que agora deverá crescer, acredita a sua fundadora, devido à publicação da matéria.
Procurado por este grupo, o site escolheu algumas histórias mais representativas dos golpes atribuídos à mulher cataguasense que foi presa nesta terça-feira, 02, por força de um mandado e prisão expedido pela Justiça de Cataguases. Todos os casos são comprovados por diversas trocas de mensagens no aplicativo WhatsApp. Um deles aconteceu com a própria Mariana. Veja como foi nas palavras dela.
"Fui lesada por ela há 3 anos. Primeiro me ofereceu um curso no valor de R$ 600,00 para que pudesse trabalhar no grupo Votorantim. Disse que se eu pagasse teria a vaga certa. Não saiu o curso então ela me ofereceu um cachorro de raça pelo mesmo valor. Porém, no final, não fiz o curso nem recebi o cachorro. Perdi os seiscentos reais e a partir daí comecei a expor este fato no Facebook e cobrando dela o cumprimento do acordo proposto por ela de me devolver o dinheiro em depósitos bancários que estavam quase todos vazios e sumiu." (foto ao lado enviada pela autora à vítima)
Ellen, de Itaperuna/RJ, perdeu R$ 460, grande parte deste montante, retirado do que seria para pagar sua conta de energia daquele mês, agosto de 2018. Ela conta ter sido convencida a participar de um projeto gourmet para crianças em escolas de sua cidade. Receberia por isso uma boa comissão, mas precisava fazer um pequeno investimento. Fechou o evento em duas delas e estava ansiosa para dar início ao projeto quando começou a perceber que sua parceira, agora presa, passou a não cumprir o combinado depois que recebeu o dinheiro. Depois de muitas insistências e promessas de ter seu investimento de volta, ela perdeu a esperança.
Outra mulher lesada é Nayara Ribeiro, de Guaíra/SP. Ela pretendia comprar uma batedeira de bolo, mas acabou recebendo um caderno. Veja o depoimento que ela enviou ao Site.
"Pois bem... em maio de 2018 fiz uma publicação pedindo ajuda sobre uma batedeira em um grupo de confeitaria no Facebook, e essa mulher veio como um anjo enviado do céu com o sonho de consumo de qualquer confeiteira (a batedeira KitchenAid, foto ao lado enviada por ela) por um valor maravilhoso.
Ela me vendeu o produto por R$950,00 e ainda ia me enviar de brinde um jogo de panelas e um jogo de facas, (eu sei que quando a esmola é demais o santo desconfia) mas enfim... Eu cai no golpe dela e depositei o valor.
Depois de eu pressioná-la pedindo o código de rastreio ela me enviou e assim que chegou, para a minha surpresa era um caderno tipo brochurão. Em branco! (foto abaixo)
Entrei em contato com ela e me disse que ia abrir ocorrência no correio porque foi erro daquela empresa que não havia lhe informado que era preciso nota fiscal. Isto, ainda conforme ela explicou, teria retido a batedeira. Esperei por 1 mês e meio e essa batedeira nunca chegou, comecei a questioná-la e não tocava mais no assunto sobre o envio da batedeira, mas que iria devolver meu dinheiro. Depositou um envelope que voltou porque estava vazio; depois transferiu o valor e o estornou e, na sequência, fez mais uma transferência que também não caiu na minha conta. Enfim... Não tem batedeira e não recebi o dinheiro de volta", finaliza.
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Ela também atuou no setor de locação de imóveis para lazer. Veja esta história de uma vítima que preferiu não se identificar. "Tenho uma chácara de aluguel em Leopoldina onde ela ficou 5 dias depois do carnaval. Ela fez um doc (Documento de Ordem de Crédito) pra mim no valor de dois mil reais e o dinheiro nada de cair, o meu vizinho de chácara de aluguel de frente a minha, foi tombado por ela também em dois mil e quinhentos reais que ela disse ter pago através de outro doc, mas o dinheiro não caiu na conta dele.
Quanto a mim, nada do dinheiro cair e eu pressionando. Ela só ganhando tempo, até que me enviou um comprovante do valor feito por depósito bancário. Eis que o envelope estava vazio. E assim foi indo... e nunca recebi.
Ela tinha dois números de WhatsApp e falava comigo através dos dois, um deles era da mãe dela, mas na verdade era ela que falava comigo, se fazendo passar pela mãe", completou.