O Hospital de Cataguases não vai renovar o contrato de prestação de serviços que mantém com a Prefeitura de Cataguases para realizar o atendimento de Pronto-Socorro em suas dependências. O contrato expirou em 31 de dezembro e aquela Santa Casa avisou ao prefeito Willian Lobo de Almeida seu desejo de não renová-lo. Caso esta decisão permaneça após as negociações, no início de julho próximo, a Prefeitura passará a prestar este serviço como fez durante vários anos até o início da gestão do então prefeito Cesinha Samor. (Veja vídeo explicando o assunto ao final desta matéria)
Nesta noite de terça-feira, 05 de fevereiro, foi realizada uma reunião no Hospital de Cataguases entre o provedor, José Roberto Furtado (em prinmeiro plano na foto ao lado), corpo clínico e profissionais da área administrativa para tratar deste assunto e da crítica situação financeira daquela Santa Casa, com dívidas que ultrapassam os R$ 20 milhões. A decisão de não renovar o contrato com a prefeitura nos termos em que ele é atualmente obteve apoio unânime de todos os presentes. Ficou decidido ainda que até o final do prazo em que o Hospital estará prestando o serviço, a Administração vai se esforçar em negociar um novo contrato que cubra, efetivamente, os custos do serviço.
No final da administração do governador Antônio Anastasia (2010-2014), ele e uma grande comitiva estiveram no Clube do Remo para anunciar recursos de R$ 5 milhões para o Hospital de Cataguases, construção de novo Pronto-Socorro, aumento de 20 leitos para a UTI e, principalmente, elevar a categoria do hospital para nível 2. Para isso precisava que a instituição assumisse o serviço de Pronto-Socorro até então prestado pela Prefeitura. Ficou acordado à época também que, pelo serviço, o Hospital iria receber R$ 450 mil/mês. Tudo isso ficou no papel e o hospital desde então começou a ter prejuízo por arcar com atendimento de urgência e emergência de toda a microrregião e receber por ele valores que não cobrem as despesas.
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O primeiro sinal neste sentido foi logo no primeiro mês quando a Prefeitura de Cataguases fez o acerto com o Hospital. Cesinha, prefeito à época, negou-se a pagar o valor acordado de R$ 450 mil. Depois de muita negociação aceitou pagar R$ 250 mil. Desde então o valor repassado pelo município é considerado insuficiente para cobrir as despesas com o Pronto-Socorro. Hoje a administração municipal repassa R$ 340 mil mensais, valor que não está em dia. Segundo informado na reunião, a prefeitura deve ao Hospital atualmente, R$ 720 mil referentes ao Pronto-Socorro. As demais prefeituras da região que também utilizam o mesmo serviço de urgência e emergência, pagam, segundo o Hospital, valores abaixo do necessário para cobrir os custos. A administração do Hospital também quer renegociar com cada uma delas um novo patamar de remuneração pelos serviços prestados.