De acordo com a empresa a barragem não oferece nenhum risco à população. Porém, não existe um sistema de sirenes para casos de urgência
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Na tarde desta terça-feira, 29 de janeiro, a direção da CBA - Companhia Brasileira de Alumínio - realizou reunião na empresa em Itamarati de Minas com os prefeitos da região. Pela manhã o mesmo evento aconteceu na unidade de Miraí, com a presença de prefeitos de seu entorno. O tema foi explicar aos chefes de Executivo que suas barragens são seguras e a população próxima não corre risco de ser alvo de uma tragédia nos moldes da ocorrida recentemente em Brumadinho.
Os prefeitos de Cataguases, Willian Lobo de Almeida e o de Itamarati de Minas, Hamilton Moura Filho, além do vice-prefeito de Cataguases, Tita Lima e o Secretário de Agricultura e Meio Ambiente de Cataguases, José Emilton Silva, bem como o presidente da Câmara Municipal de Itamarati de Minas, Júber Rodrigues e o Secretario de Meio Ambiente de Leopoldina, Saulo Barbosa participaram do encontro. Eles foram recebidos pelo diretor-presidente daquela companhia, Ricardo Carvalho, além de outros executivos da empresa.
O Site do Marcelo Lopes foi até lá para fazer a cobertura do evento, mas foi impedido. A empresa proibiu o trabalho dos jornalistas e fotógrafos presentes sob o argumento de que todas as informações originadas em decorrência do episódio em Brumadinho - como era o caso daquele encontro - estão sendo repassadas exclusivamente pela Assessoria de Comunicação. Informou ainda que os veículos interessados em divulgar o encontro poderiam solicitar o material àquela Assessoria. Durante o período que a reportagem do Site esteve na empresa, não havia nenhum funcionário da Ideia Comunicacão, responsável pela Assessoria de Comunicação da CBA, presente ao evento.
Como estava previsto, a diretoria da CBA explicou detalhes técnicos que envolveram desde a construção até as rotinas permanentes de monitoramento e manutenção das barragens de rejeitos daquela mineradora, conforme apurou o Site junto a alguns participantes. Eles ainda fizeram uma visita guiada nas áreas de contenção que teve como objetivo reforçar as informações anteriormente apresentadas àquela plateia de leigos. Faltou mostrar, no entanto, um plano de ação emergencial para evacuar a população que mora nas proximidades da barragem, e os motivos pelos quais ainda não foram instaladas sirenes para avisar a população se ocorrer algum problema urgente, entre outras medidas em caso de vazamento.
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O prefeito de Itamarati de Minas saiu do encontro convicto de que a barragem da CBA em seu município não corre o risco de se romper como em Mariana e em Brumadinho. Conforme afirmou "segundo os relatórios apresentados pela CBA e as vistorias que realizamos em campo, nosso município não corre riscos com relação a barragem de rejeitos da mineradora", disse Hamilton. O prefeito de Cataguases, que na segunda-feira, 28, revelou ter solicitado às empresas que possuem barragens na região relatórios técnicos sobre o estado de manutenção destes reservatórios, foi mais sucinto e disse ter saído do encontro "satisfeito" com o que viu e ouviu disse Willian.
Nesta manhã de quarta-feira, 30, a Assessoria de Comunicação da CBA enviou uma matéria resumindo em um parágrafo a realidade de seus reservatórios "...os executivos reforçaram que a CBA possui um sistema robusto de gestão de segurança que garante a integridade física de suas barragens. Esse sistema contempla monitoramentos diários, semanais e mensais, que são enviados aos órgãos fiscalizadores de acordo com a legislação. Além do monitoramento interno, as barragens são auditadas mensalmente por uma empresa independente especializada e de competência reconhecida internacionalmente. Os representantes da Companhia também confirmaram que todas as suas barragens estão com licença de operação em vigor." Nenhuma cópia destes laudos técnicos mencionados foi anexada à matéria nem os nomes das empresas responsáveis pelas auditorias divulgados. (Com fotos cedidas pela Prefeitura de Itamarati de Minas)