Em 26/01/2019 às 12h20 | Atualizado em 26/01/2019 às 12h19

Empresas com barragens na região devem tranquilizar moradores

População tem o direito de saber sobre a situação destes quatro reservatórios de rejeitos

A barragem da então Cataguases de Papel estourou jogando lixívia nos mananciais de água da região (Foto: G1)

A barragem da então Cataguases de Papel estourou jogando lixívia nos mananciais de água da região (Foto: G1)

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Ao menos quatro barragens com rejeitos situadas em Cataguases e região deveriam tornar públicos os laudos técnicos mais recentes sobre o estado de cada uma delas. A mais conhecida é a da CBA - Companhia Brasileira de Alumínio - na zona rural de Itamarati de Minas. Construída há mais de 30 anos, hoje está desativada por ter alcançado o seu limite de capacidade de armazenamento. Outra pertence à empresa Bauminas e está localizada na zona rural de Cataguases, e a represa da Usina Paraíso, como ficou conhecido aquele tanque hoje pertencente à Britvic, que adquiriu recentemente a Bela Ischia, em Astolfo Dutra. A quarta barragem está em São Sebastião da Vargem Alegre, onde a CBA também mantém uma unidade de mineração.

A preocupação com a situação destes reservatórios vem do histórico negativo que a região possui com relação a este tipo de problema, ocorrido em dois momentos relativamente recentes. O primeiro em Cataguases, em 2003, com o rompimento de um açude da então empresa Cataguases de Papel, repleto de lixívia, produto derivado da produção de celulose e, quatro anos depois, em Miraí, quando a barragem da empresa Bauminas estourou inundando toda a cidade de lama trazendo prejuízos significativos à economia local.

imageA represa da Usina Paraíso (foto ao lado) também foi notícia em 04 de janeiro de 2014, quando este site reproduziu uma matéria do jornal carioca O Dia. Naquela ocasião o periódico fez a denúncia em nota assinada pelo jornalista Fernando Molica que dizia o seguinte: "O risco de vazamento da barragem da Bela Ischia, fábrica de sucos que fica em Astolfo Dutra (MG), ameaça os rios Pomba e Paraíba do Sul, que cortam o Estado do Rio. No reservatório, de 5 mil metros cúbicos, há restos de frutas e produtos químicos como soda cáustica e ácido nítrico." O açude de seis hectares, possui estação de tratamento com capacidade para 700 mil litros/dia, além de outra estação de tratamento de efluentes. 

A reportagem do Site à época, entrou em contato com a direção da Bela Ischia que se manifestou revelando que o problema já tinha sido resolvido. A nota enviada ao site na ocasião, informava o seguinte: "A Bela Ischia informa que a estrutura que apresentou possível rompimento se trata de um tanque de equalização, que faz parte de um sistema de tratamento de efluentes da empresa e não de barragem de contenção de rejeitos, nem de produtos químicos, como foi mencionado, não havendo, portanto, risco de poluição dos rios próximos em caso de rompimento. A empresa esclarece que o tanque já está sendo esvaziado e o efluente direcionado para tratamento nas demais etapas do sistema." Hoje, há suspeita sobre sua integridade, segundo rumores publicados nas mídias sociais.
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Sugestões são sempre bem-vindas, especialmente em momentos de crise como este. Uma delas é informar - de forma rotineira e maciça - com clareza a população sobre o estado de conservação de seus reservatórios, por meio de laudos técnicos emitidos por órgãos competentes revelando a verdadeira "saúde" destas barragens. É muito bem vinda a iniciativa de garantir aos habitantes destas cidades que não estão rodeados por "bombas-relógio" que podem explodir a qualquer momento. A prevenção é a única capaz de evitar prejuízos - financeiros e de vidas humanas - além de processos judiciais intermináveis. Por tabela, os poderes Executivo e Legislativo destes municípios podem criar meios para exigir a apresentação destes laudos periodicamente. (Foto acima: Arquivo)




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Autor: Marcelo Lopes

Tags: CBA, barragem, Bauminas, Bela Ischia, açude





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