O Promotor rodrigo de Barros destacou que o rateio de despesas entre os municípios da microrregião pode ser uma saída para o impasse
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Foi realizada na manhã de quinta-feira, dia 10 de janeiro, uma reunião entre prefeitos da região e seus respectivos secretários de saúde, membros da mesa diretora do Hospital de Cataguases, com destaque para o provedor José Roberto Furtado, promovida pelo Promotor de Justiça Rodrigo Ferreira de Barros, que vem atuando desde o final do ano passado na busca de propostas de coparticipação dos municípios da comarca no financiamento do Pronto-Socorro daquela Santa Casa. Também compareceram ao encontro o Gerente Regional de Saúde recentemente nomeado, Renan Guimarães, e o representante da superintendência da Federassantas (Federação das Santas Casas de Misericórdia), Adelziso Pereira Vida Filho.
O Promotor Rodrigo de Barros abriu aos trabalhos fazendo um breve balanço da situação, que já havia motivado uma reunião em dezembro passado. "Precisamos superar as dificuldades, principalmente de ordem financeira e, para isso, é necessário conhecer a fundo a situação do hospital para consolidarmos um acordo", disse, lembrando que a rede de Urgência e Emergência vem passando por diversos problemas, tendo dificuldades, inclusive, para manter a equipe mínima para o atendimento dos casos daquela que é a principal porta de entrada do hospital.
O representante da Federassantas apresentou um modelo para garantir a prestação de serviços e resolver o que ele chamou de problema histórico dos hospitais da rede. "Estamos captando e padronizando todas as informações dos hospitais do estado que fazem parte da federação, num trabalho que já vem sendo realizado há seis meses, e temos verificado que a situação é parecida em praticamente todas as unidades", disse ele, que apresentou uma planilha com a demonstração de todos os serviços do Hospital de Cataguases por unidade produtiva. Pelo documento, chegou-se à conclusão que o hospital opera com um débito mensal da ordem de R$ 500 mil, sendo que só o pronto-socorro participa com mais de R$ 100 mil de prejuízo nesta conta.
A Prefeitura de Cataguases repassa mensalmente ao Pronto-Socorro o valor de R$ 340 mil. Além disso, a unidade de serviço hospitalar conta com outros incentivos financeiros repassados pelo estado e federação, porém as verbas não são suficiente para o seu funcionamento e custeio. Falando em nome da mesa diretora da Santa Casa, a gerente administrativa Maria Inês Dal Bianco lembrou que o hospital está prestes a fechar as portas, pois não tem mais como sustentar a situação que, segundo lembrou, vem se prolongando nos últimos tempos. Conforme Maria Inês, o hospital não consegue mais honrar com a folha de pagamento de seus funcionários, fornecedores de insumos e medicamentos, bem como com médicos especialistas e plantonistas para suas respectivas unidades de serviços. Ainda de acordo com Maria Inês, uma auditoria está em curso para levantar com maior precisão toda a situação em que se encontra aquela unidade de saúde.
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Por sua vez, o promotor Rodrigo Barros destacou que o rateio de despesas entre os municípios da microrregião pode ser uma saída para o impasse. Além disso, ele reforçou que aquela era a oportunidade de esclarecer os gestores presentes, com transparência, a real situação da Santa Casa. "É um hospital centenário do qual toda a microrregião depende, por isso é necessária a participação e o engajamento de todos os municípios aqui representados", destacou. O médico Hudson Pinheiro Faria pediu a palavra e reforçou a situação emergencial do hospital, comparando-a a de um paciente terminal. "Não adianta ficar aqui discutindo possíveis responsabilidades; é preciso encontrar uma solução imediata para que o hospital não feche suas portas muito em breve", reforçou.
Ao final, o promotor Rodrigo de Barros ficou de estudar toda a planilha apresentada pela Federassantas e enviar o mais breve possível a todos os participantes da reunião um parecer com o escopo inicial de um acordo, definindo valores para a coparticipação dos municípios que se utilizam do hospital e, em especial, de sua porta de urgência e emergência, que é o pronto-socorro. Junto com a proposta inicial, o promotor deve marcar uma nova reunião para que a situação seja resolvida em definitivo, possibilitando a continuidade do atendimento do Hospital de Cataguases.