O Júri popular começou pouco depois das 8 horas e não há previsão para a divulgação do veredicto
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Começou pouco depois das 8 horas desta quarta-feira, 21 de novembro, o júri popular que tem como réu Sebastião Fabiano Lopes, 37 anos, motorista acusado de matar duas pessoas, provocar um aborto e deixar três pessoas feridas, uma delas, criança de dois anos à época, que ficou com seqüelas. A tragédia aconteceu em um acidente no dia 29 de janeiro de 2017 na rodovia MG 285, próximo à localidade de Santana do Campestre, distrito de Astolfo Dutra. O autor fugiu do local do crime e só prestou depoimento dias depois, mas sua prisão somente ocorreu no dia 07 de julho, em Rodeiro, por força de um mandado de prisão.
O juiz do caso, Eduardo Rabelo Thebit Dolabela (foto) falou com a imprensa ao chegar no Fórum da Comarca de Cataguases esta manhã. Ele reconheceu a grande repercussão do caso na região, previu um júri longo "devido a imputação de cinco crimes diversos que são dois homicídios e três lesões corporais", explicou. De acordo ainda com ele a expectativa é de chegar ao um veredicto ainda hoje "até porque se for preciso vou avançar a madrugada", contou. Já o promotor de justiça Carlos Eduardo Fernandes Neves Ribeiro, responsável pela acusação disse que a estratégia a ser adotada é "revelar a verdade acontecida no dia 29 de janeiro de 2017. Foi um crime absolutamente grave, que manchou a história de Cataguases e, sem dúvida, vai se constituir em uma página negra na história dos crimes de trânsito em Cataguases", comentou.
De acordo com aquele promotor o réu está sendo julgado por dois homicídios simples e mais três por lesões corporais graves, Ele informou também ter "absoluta convicção e todas as testemunhas assim declaram de que o acusado consumiu álcool antes de pegar o seu veículo automotor. Além disso temos absoluta convicção que ele tomava remédios controlados e misturou esses remédios com álcool. Ele estava completamente desnorteado, não tinha a menor condição de chegar e assumir a direção daquele veículo e assumiu categoricamente a produção deste resultado: morte e lesão que acabou dilacerando duas famílias de Cataguases", completou.
A defesa do réu está sob a responsabilidade do advogado Zanone Manuel de Oliveira Júnior (foto ao lado), que também defende o Adélio Bispo de Oliveira, acusado de ter desferido uma facada contra o então candidato a presidente da República, Jair Bolsonaro, e já participou de outros casos de repercussão nacional. Ele também falou com a imprensa antes do júri começar, esclarecendo que não vai pedir a absolvição de seu cliente, mas vai trabalhar com a tese de crime de trânsito, evitando uma provável condenação por crime comum. "A defesa não está aqui para passar a mão na cabeça de ninguém. Uma tragédia ocorreu, temos várias vítimas, infelizmente não há como consertar o que já está fatidicamente colocado no processo, mas a tipificação, se nós teremos o crime do Código Penal, ou se a lei de trânsito será suficiente para enquadrar todo este fato. Vamos trabalhar com uma condenação justa", completou. (Fotos exclusivas Site do Marcelo Lopes)