Em 09/11/2018 às 12h00 | Atualizado em 09/11/2018 às 09h49

Audiência Pública apresenta o Plano Municipal de Redução de Riscos de Cataguases

Município possui 105 áreas de risco e 700 edificações em áreas propensas a deslizamentos de terra

Nos últimos 20 anos cerca de sete milhões de pessoas foram afetadas por desastres no país, como escorregamentos ou alagamentos.

Nos últimos 20 anos cerca de sete milhões de pessoas foram afetadas por desastres no país, como escorregamentos ou alagamentos.

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Foi realizada na noite de quinta-feira, 8 de novembro, na Câmara Municipal, audiência pública sobre o Plano Municipal de Redução de Riscos de Cataguases (PMRR), tema relacionado aos desastres naturais, como enchentes, deslizamentos, entre outras ocorrências. O PMRR foi elaborado nos últimos dois meses, atendendo a um dispositivo legal, através de um convênio do município com o Ministério das Cidades, por meio da Secretaria Nacional de Desenvolvimento Urbano. A execução ficou a cargo da Universidade Federal de Viçosa (UFV), que designou para o trabalho uma equipe técnica formada por professores e alunos mestrandos e doutorandos das áreas de engenharia, ambiental, geografia e geologia, sobre a liderança do engenheiro geólogo Leonardo Andrade de Souza.

Estiveram presentes vereadores, o coordenador da defesa civil, Carlos Pires Júnior e sua equipe, bombeiros militares, entre eles o capitão Patrick, do 4º Pelotão do Corpo de Bombeiros Militar de Leopoldina, bombeiros civis, além dos secretários municipais de Obras, Walber Lacerda Alves, e de Serviços Urbanos, José Angelo Lavorato, além do público em geral. Na oportunidade, o professor Leonardo Andrade apresentou o resultado do estudo realizado, que resultou em dois grandes volumes com informações além de um trabalho cartográfico bastante detalhado, onde são apontadas as áreas de risco em diferentes graus de gravidade no município, especialmente com relação à movimentação de terreno – as populares encostas propensas a deslizamentos em períodos de chuva.

imageSegundo o professor e engenheiro da UFV, nos últimos 20 anos cerca de sete milhões de pessoas foram afetadas por desastres no país, como escorregamentos ou alagamentos. "Cada evento chuvoso, por exemplo, traz uma série de danos ao município", afirmou. Leonardo Andrade falou da urgência em se buscar soluções para este problema. "Tivemos 5 mil vítimas fatais em consequência da movimentação de terra no Brasil nos últimos anos. É preciso fazer algo sobre isso e cabe às Prefeituras a gestão e a prevenção destes desastres. Por isso as informações aqui coletadas são importantes e permitem, inclusive, que o município pleiteie verbas para obras junto a órgãos federais, porque a ação preventiva é fundamental nestes casos", afirmou.

Durante a apresentação, Leonardo Andrade detalhou todos os passos do estudo realizado e apresentou propostas preventivas e estruturais necessárias à redução de riscos e desastres. "Em Cataguases foi feito um trabalho de campo para mapear as áreas de maior risco com relação à movimentação de terra e, para isso, fizemos uma extensa investigação geológica e geotécnica de superfície, a fim de facilitar as intervenções. Sobre os alagamentos, não há como atuar preventivamente, a não ser num sistema de alerta para remoção da população ribeirinha, já que sabemos que nossas cidades foram crescendo sem um planejamento que contemplasse melhor a distribuição da população no entorno dos cursos d’água. O que podemos fazer é, tendo hoje uma série de informações disponibilizadas pelos órgãos que estudam a questão pluviométrica, retirar moradores em áreas de enchente", explicou.

O professor falou, ainda, que a Defesa Civil Municipal deve atuar principalmente no período de seca, que é quando é possível agir preventivamente. "Obviamente, nos períodos chuvosos as ações da Defesa Civil são de socorro, mas aqui estamos querendo reduzir os riscos e é no período de seca que é possível fazer este trabalho", destacou.
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imageO estudo também apresentou obras que seriam necessárias de serem feitas na cidade e seus custos estimados, para auxiliar na reivindicação de verbas para tais medidas junto ao governo federal. Como resultado, o Plano Municipal de Redução de Riscos de Cataguases apontou 105 setores de risco em todo o município, sendo os mesmo subdivididos em muito alto, alto e médio risco, cerca de 700 edificações em áreas propensas a deslizamentos de terra e quase 2 mil em área com grande possibilidade de alagamentos. 

"Com este estudo em mãos – que é publico – o município tem um importante instrumento para atuar preventivamente, revindicar verbas para obras e estar a um passo de possíveis desastres que poderemos evitar, seja removendo famílias em áreas perigosas, seja sensibilizando a população sobre construções inadequadas, podendo planejar um trabalho engajado com todos os setores da administração pública e participação da sociedade", disse o coordenador da Defesa Civil Municipal, Carlos Pires Júnior.

Fonte: Da Redação

Tags: terra, Defesa Civil, deslizamento, plano, risco





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