A titular da 4ª Promotoria de Justiça da Comarca de Ubá, Thais Lamim Leal Thomaz, concedeu por volta das 12h30min uma entrevista à Rádio Educadora/AM, daquela cidade, para esclarecer sobre a Operação Nematóide, desencadeada nesta manhã em Ubá, Cataguases, Viçosa entre outros municípios da região. De acordo com aquela promotora, cinco pessoas entre advogados, servidores e um consultor ambiental, este último de Cataguases, são suspeitos de envolvimento em uma organização criminosa que atuava oferecendo benesses a servidores públicos da SUPRAM - Superintendência Regional do Meio Ambiente - em troca de licenças ambientais para empresas de diversas cidades da região.

Sobre o consultor ambiental de Cataguases, Thais Lamim contou que durante o cumprimento do mandado de busca e apreensão em sua residência foram apreendidos um computador, um HD externo, um veículo, várias pastas de documentos, um revólver calibre, 22 e 11 munições de mesmo calibre intactas (foto principal acima). Ele foi preso em flagrante por posse ilegal de arma de fogo e está previsto sua transferência ainda hoje para Ubá, completou. Outros quatro envolvidos estão presos temporiaramente e para que possam ser ouvidos e sejam produzidas novas provas, acrescentou aquela Promotora. 

A investigação teve início há cerca de três anos após denúncia anônima conforme informou Thaís Lamim. A partir daí a justiça descobriu que os suspeitos convidavam servidores da SUPRAM para almoços e também lhes entregavam dinheiro em troca da liberação de licenças ambientais, entre outros favores. Com o andamento da investigação a justiça atendeu ao pedido do Ministério Público e quebrou os sigilos fiscal e telefônico dos suspeitos que agora estão sendo analisados visando a descobrir a movimentação do dinheiro entre eles. Aquela promotora também descartou envolvimento político no caso, frisando apenas a participação de empresários de Ubá e da região.

A partir de agora ela informou que vai analisar a documentação apreendida e em seguida apresentar a denúncia à justiça contra os suspeitos. Eles vão responder pelos crimes de corrupção ativa, associação criminosa, prevaricação e por mais dois crimes previstos na Lei Ambiental, informou Thais Lamim. Sobre o consultor ambiental de Cataguases preso na operação Nematoide, a reportagem apurou que ele passou mal durante a ação policial em sua residência e  levado ao Hospital de Cataguases com uma crise hipertensiva. Ele foi medicado e permanece internado sem previsão de alta. (Foto: Polícia Militar)