Com a assinatura de seis vereadores, a Câmara Municipal abriu uma Comissão de Inquérito para investigar atos do prefeito Willian Lobo de Almeida
Download
A Câmara Municipal de Cataguases abriu uma Comissão Especial de Inquérito (CEI), popularmente conhecida como CPI, para apurar eventuais irregularidades que teriam sido cometidas pelo prefeito de Cataguases, Willian Lobo de Almeida e sua Secretária de Administração, Cláudia Aline da Silva Vargas de Faria. De acordo com a denúncia, ele teria, supostamente, favorecido a empresa Innovar - Consultoria em Medicina e Segurança do Trabalho Ltda - ao editar um decreto alterando texto de outro decreto baixado em 2015 pelo então prefeito Cesinha Samor. A denúncia é do vereador Ricardo Dias.
Apresentada na reunião ordinária desta terça-feira, 15 de maio, seis vereadores assinaram o pedido para instalação da CEI, um voto a mais do que o mínimo necessário. Outros não puderam fazer o mesmo porque queriam fazer parte dela, conforme apurou a reportagem junto aos edis. Após ser instalada, foi eleito presidente o vereador Marcos Costa, o Marquinhos do Açougue, e como relator o vereador Ricardo Dias. Como membros foram escolhidos os vereadores Gilmar Canjica e Sargento Jorge Roberto. A Comissão terá noventa dias de prazo para apresentar suas conclusões.
Esta é a primeira vez que o prefeito Willian Lobo (foto ao lado) terá de responder a uma CEI. Segundo o requerimento de instalação da Comissão apresentado na sessão desta terça-feira, no dia 03 de janeiro de 2017, logo após assumir o cargo, ele baixou o decreto nº 4634/2017 dando nova redação ao caput do artigo 18 do decreto nº 4317/2015 que regulamenta a utilização do sistema de registro de preços constante do artigo 15 da Lei de Licitações. O novo texto permite ao município aderir a ata de preços dos entes federal, estadual e municipal. Anteriormente, ainda segundo a denúncia, o decreto permitia a adesão somente dentro do estado de Minas Gerais.
A denúncia prossegue afirmando que por causa desta alteração no decreto, no dia 15 de março de 2017, durante o pregão presencial nº026/2017, a prefeitura optou por aderir à ata de registro de preços de Marataízes/ES onde a empresa vencedora foi a Innovar. O requerimento que propõs a criação da CEI diz ainda que "ao que tudo indica, o senhor prefeito praticou desvio de finalidade ao editar o decreto nº4634/2017, estando cristalinamente demonstrado que teve a intenção clara de favorecer a empresa Innovar." E "sem realizar cotação de preços no mercado local ou mesmo em cidades circunvizinhas", a prefeitura contratou a Innovar por R$ 475.988,60. De acordo com a denúncia "nossas empresas praticam preços bem menores dos que o município vem pagando a empresa Innovar".
O autor do Requerimento lembra que o fato foi denunciado pelos colegas vereadores da Frente Popular ao Ministério Público que abriu um Inqúerito Civil Público, ainda em andamento. Esta denúncia afirma que a contratação da Innovar trouxe enormes prejuízos ao erário público e que o promotor de justiça recomendou ao prefeito rescindir o contrato com aquela empresa, sendo imediatamente atendido, recordou Ricardo em seu pedido de abertura da CEI. "Todavia - completa o requerimento - muitas outras situações devem ser apuradas de forma que os responsáveis sejam punidos e o dinheiro público protegido", destaca o vereador Ricardo Dias (foto ao lado) em seu pedido para apurar "se existiram irregularidades praticadas na adesão e contratação da empresa Innovar no Pregão Presencial nº042/2017, Processo Licitatório nº065/2017 e Adesão nº 01/2017."
A reportagem do Site entrou em contato com o Procurador Geral do Município, advogado Yegros Martins Malta, para se manifestar sobre a instalação da Comissão Especial de Inquérito. Ele respondeu que não poderia fazer nenhum comentário a respeito porque até aquele momento o prefeito ainda não havia sido oficialmente comunicado pela Câmara sobre a abertura da CEI. E completou: "quando recebermos te falo". O Site reitera estar à disposição do prefeito para que ele possa fazer os esclarecimentos que julgar necessários e no momento em que acreditar seja oportuno.
Última atualiação às 8h48min de 17/05/2018
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE