IMO foi muito bem recebido pela crítica especializada durante sua exibição na Mostra de Cinema Tiradentes
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A cineasta cataguasense Bruna Schelb Correa está participando da 21ª Mostra de Cinema de Tiradentes, uma das mais concorridas do país, com seu longa IMO. Aos 25 anos de idade, com um curta premiado na carreira e este seu primeiro longa metragem participando de um dos principais festivais de cinema do Brasil, Bruna atraiu para si os holofotes do evento a ponto do crítico Francisco Russo, do site Adoro Cinema, um dos mais bem conceituados do meio, dizer ao encerrar sua crítica sobre o longa: "o que mais chama a atenção é o fato de um filme tão conceitual e tão ousado, na forma e no conteúdo, ser apenas a estreia da diretora em longas-metragens. Pelo que se pôde ver aqui, vale ficar de olho no que Bruna e sua equipe produzirão daqui para frente."
Ele tem razão. O filme de Bruna arrancou elogios de todos os lados após ser exibido na última terça-feira, 23, às 20 horas, dentro da programação da Mostra Aurora que compete com outras seis produções cujas exibições terminam amanhã, 26. O filme da diretora cataguasense concorre ao Troféu Barroco e também a prêmios de parceiros do Festival, conforme revela a produção da Mostra. Durante o debate sobre o filme, que contou com a presença de Bruna e da convidada especial e crítica de cinema Glênis Cardoso, entre outros, a diretora fez questão de ressaltar que tratava-se de um longa feito por mulheres para mulheres. Por isso também a percepção sobre a obra é diferente entre homens e mulheres, tanto no entendimento do filme quanto no debate, conforme ressaltou Matheus Bongiovani em seu artigo na coluna [Culturadoria], do portal Uai.
IMO não apresenta uma narrativa coerente e não tem diálogos, mas é de extremo rigor estético, na visão de Francisco Russo. Na tela aparecem três personagens femininas, uma delas é a trans, MC Xuxu, vivendo situações "extremamente metafóricas", como definiu Matheus em seu texto. Tudo foi muito bem elaborado por Bruna que assim se manifestou sobre a ausência dos diálogos: "É mostrar que as vezes nossas ações podem falar por nós. Além de termos o direito de falar, também podemos nos recusar a fazê-lo." E completou: "Às vezes, a gente precisa mostrar as coisas para que sejam entendidas." No caso, é a violência cotidiana sofrida pelas mulheres, apresentada por meio de simbolismos. No próximo sábado, Bruna pode levar para casa o seu segundo trofeu, mas seu maior prêmio ela já ganhou: o respeito e o reconhecimento ao seu trabalho. Que está apenas começando. (Fotos: Jackson Romanelli/Mostra de Cinema Tiradentes e Tribuna de Minas)
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