O ex-ministro da Fazenda e atual conselheiro da Energisa, Marcílio Marques Moreira
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O ex-Ministro da Fazenda do governo Collor, Marcílio Marques Moreira, embaixador de carreira e presidente do Conselho de Ética Pública no governo Lula, está em Cataguases neste fim de semana participando das comemorações alusivas aos trinta anos da Fundação Cultural Ormeo Junqueira Botelho. Ele é membro do Conselho de Administração da Energisa e, juntamente com os demais Conselheiros, sao convidados de honra deste evento.
No sábado, 28, após a inauguração do painel de azulejos "Alegoria Elétrica", que ornamenta a fachada da nova sede da Energisa na cidade, o ex-ministro concedeu uma entrevista exclusiva ao Site do Marcelo Lopes, para falar sobre a Economia do país que, apesar da grave crise política, está "andando sozinha" e dando sinais de melhoria, ou seja, a crise está começando a se enfraquecer e o país a retomar o tão sonhado crescimento.
Marcilio disse que o momento atual lembra o que ele viveu há vinte e cinco anos quando estava à frente da Economia do país. "Você pode, sim, se tiver uma equipe econômica bem estruturada e bem harmônica, descolar a economia da política. O exemplo clássico é a Colômbia que com trinta por cento de seu território tomado pelas FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, braço armado da oposição naquele país e que hoje abandonou as armas e se tornou um partido político) eles nunca precisaram, por exemplo, refazer ou reestruturar sua dívida externa, nunca tiveram inflação galopante, nunca tiveram problema cambial. Portanto isso é algo que a gente tem que compreender, pois elas são interligadas, economia e política, mas a economia não é subserviente da política como a política não é da economia.
O ex-ministro vê esse "descolamento" da Economia da Política como positivo. "É positivo porque as pessoas precisam comer, ter trabalho e isso que estamos assistindo agora, uma recuperação que não é extremamente rápida, mas é muito consistente. Todos os números, realmente, estão indicando a recuperação que neste ano deve atingir algo entre 0,8% e 1%. E no ano que vem começa a ter uma consciência de que nós estamos no círculo vicioso, de forma que qualquer medida tomada, e muitas já foram tomadas, essas medidas, têm uma interrelação positiva, algo extremamente importante. De modo que os economistas com quem mais convivo, já prevêm um crescimento no ano que vem entre 3% e 4%", anunciou um otimista Marcílio Moreira.
Outro tema sobre o qual o ex-ministro falou foi a respeito da tão falada Reforma da Previdência. "Acho que vai sair alguma coisa até 2018. E acho que é importante as pessoas não pensarem que é uma reforma previdenciária desidratada. Em todas as partes do mundo reforma previdenciária, assim como a fiscal, nunca foram pontos de chegada; são início de um processo. Se este início é bem feito e se tiver o progresso significativo, mesmo que seja a passos aluvionais eu acho isso importante. O que é importante é ter o rumo e tomar medidas que podem ser parciais, mas nunca podem ser um retrocesso. Se estiver articulado com um fio condutor, elas vão chegar ao seu objetivo.
Sobre o ano eleitoral e a possibilidade de que este fato possa atrapalhar o desempenho da economia, Marcílio Moreira, diz não acreditar em nenhuma novidade no processo. "Certamente é um ano de incerteza... Em qualquer regime presidencial a sucessão é algo como se fosse uma crise. Mas essa crise não precisa se traduzir num enfraquecimento do processo econômico", finalizou o atual Conselheiro da Energisa que esteve acompanhado de sua esposa (foto acima) nos eventos alusivos aos trinta anos da Fundação Cultural Ormeo Junqueira Botelho.
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