A partir do dia 1º de agosto, a Aliança Mundial de Ação Pró-Amamentação (Waba) – uma iniciativa que surgiu nos anos 90, da união entre a Organização Mundial de Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) – celebrou mundialmente a 25ª edição da Semana Mundial da Amamentação. Este ano, o tema central é a construção de alianças para proteger o aleitamento materno, pelo bem comum, todos juntos, sem conflitos de interesses. Em Cataguases, um grupo de mães realizou na Praça Rui Barbosa, na manhã de sábado, 5 de agosto, a "Hora do Mamaço", com a presença de diversas mães e seus bebês, amigos e familiares.

A idéia inicial partiu de Bárbara Piva, mãe de dois meninos, um deles ainda em fase de amamentação, que se uniu a amigas que também amamentam e, juntas, começaram a mobilizar outras mulheres na mesma situação pela internet. "Eu tenho um grupo de quatro mães no whatsapp, com quem converso sobre esta fase de nossos filhos. E sabendo que estamos na Semana Mundial do Aleitamento Materno e das dificuldades que todas passamos para amamentar, decidimos fazer este movimento em nossa cidade, para mostrar que sim, nós podemos amamentar, o leite materno é ouro para estas crianças", contou.

Ela lembrou que é comum que muitas mães deixem de amamentar por falta de apoio da família, por mitos em torno da amamentação ou porque precisam trabalhar. "Queremos mostrar que toda mulher pode amamentar seu filho sem problemas e o quanto o leite materno é benéfico para a saúde do bebê", afirmou. No total, Bárbara e suas amigas mobilizaram em três dias, cerca de 30 mães para a "Hora do Mamaço". Ela conta que ficou muito feliz com a adesão que recebeu. "A nossa idéia é manter esta campanha e, para isso, já fizemos contato com o Secretário de Saúde, Eliermes Teixeira, e com o Hospital de Cataguases. Mas a idéia surgiu há três dias, de forma espontânea, então não foi possível fazer um movimento maior. Mas fomos muito bem recebidas por estas entidades, que vão nos apoiar daqui para a frente", afirmou.

Também compareceu à "Hora do Mamaço" a enfermeira Valéria Marques Farage Machado (foto ao lado), especializada em cuidados materno-infantil e consultora em amamentação. Ela elogiou a iniciativa. "Achei muito legal este movimento ter partido das mães. Eu abracei a causa da amamentação com muito amor. Queria fazer alguma coisa diferente na enfermagem e que pudesse ajudar as mamães. Então, eu via que elas estavam parando de amamentar, foi quando decidi atuar nesta área. Foi um trabalho de formiguinha, tive que correr atrás. Encontrei uma especialização em Belo Horizonte porque, como eu disse, eu queria muito ajudar. Agora o tema está sendo mais divulgado e estou com 90% das mamães que atendo amamentando", contou. 

Valéria Farage atende em domicílio e, entre suas atividades, estão massagens mamárias e ordenha. Além disso, ela ministra cursos em vários municípios e faz coleta de células tronco em cordão umbilical. "Mas minha principal atividade é a amamentação, apoiando, tirando os mitos, passando segurança para as mães, para que elas percebam que conseguem alimentar o seu bebê com o seu leite", afirma. Ela explica que não existe um limite para a amamentação. A mãe pode amamentar o tempo que decidir. "Mas, claro que o bom senso deve prevalecer, porque uma criança de dois anos, por exemplo, já causa um desconforto para a mãe, e a criança também precisa ter sua independência. Então, até por volta de um ano de idade da criança, acho que é o ideal", explica.

Ela também conta que trabalha com uma nova técnica chamada "desmame gentil", que visa não causar traumas nos bebês e nas mães neste momento. "Mas minha dedicação é mesmo o aleitamento materno, abracei esta causa, sou uma grande incentivadora, porque é benéfico para a saúde do bebê, que adoece menos, para os vínculos entre mãe e filho, e para a mulher, porque ela volta ao seu peso mais rápido, o útero também se contrai mais rápido e evita sangramentos. Por mais mães amaentando, este é meu lema", concluiu.