O ex-jogador de futebol e atual presidente do Operário se diz magoado com o esporte no município
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O Operário foi campeão, recentemente, na categoria sub-13 do Campeonato Regional após vencer o Guarani, e encerrou sua participação na Copa dos Campeões Regionais da Liga Esportiva de Cataguases após fazer uma bela campanha, saindo nas semifinais. Além disso este ano é o centenário de fundação do Clube, e apesar dos bons resultados, seu presidente, João Batista Casemiro Marques, o Joãozinho, disse estar "magoado", "triste" e "preocupado" com o futuro do futebol em Cataguases. Esta semana ele concedeu uma entrevista ao Site do Marcelo Lopes quando aproveitou para mostrar as dificuldades enfrentadas pelo clube de dirige e que, segundo ele, se repetem no Flamenguinho e no Cataguases.
Apesar de estar apenas seis meses no cargo, Joãozinho, já coleciona problemas, diz sentir uma forte sensação de abandono no Esporte e de que luta sozinho para manter de pé o "Azulão", ressaltou. Paralelamente, colocou o time para jogar, colhendo resultados significativos. "Acho que nesta parte de jogar, nós conseguimos um feito muito bacana que foi juntar os jogadores de Cataguases em uma equipe. Fazia muito tempo que isso não acontecia. Só trouxemos jogador de fora que a gente não tinha aqui para aquela posição", explicou. Joãozinho, que começou jogando futebol em Santana de Cataguases e passou pelo Operário, tornou-se jogador profissional de sucesso com carreira no futebol internacional onde jogou até 2009.
Hoje ele diz que ser presidente do Operário "é uma honra pra mim, porque eu quero dar ao futebol apenas o que o futebol me deu. Infelizmente, hoje, estou meio decepcionado pelo apoio que eu tive. É um campeonato caro (Copa dos Campeões Regionais) e eu não tive quase apoio nenhum", conta. Ele diz não ter recebido apoio financeiro, nem moral e também não foi cobrado pelos resultados. Em sua visão, se a pessoa torce para o Operário o ideal seria que ela participasse e desse sua contribuição para o Clube. "Então eu fiquei bastante decepcionado porque não tive apoio nenhum; um campeonato caro onde teve momentos que eu cheguei quase a desistir por falta de verba para pagar jogador, porque hoje você tem que pagar o jogador. Eu só continuei no campeonato pela minha honra e pela honra do Operário", revelou.
Para colocar o Operário em campo Joãozinho disse que o clube gasta até R$ 3.000,00 por partida. Além disso tem que pagar a inscrição no campeonato que custou R$ 1.200,00. "Esse valor por partida sempre aumenta à medida que o campeonato vai se desenvolvendo porque é preciso fazer investimentos na equipe", diz. A ajuda que recebeu, reconhece o presidente do Azulão, foi da Prefeitura, que transportou o time para as partidas fora da cidade. Além disso, ele revela ter recebido um patrocínio em dinheiro de um doador anônimo e um jogo da camisas, "muito pouco para as nossas necessidades", assegura. "O ideal é que as pessoas que gostam mesmo do Operário participem mais, inclusive nos jogos. Veja que na primeira partida da semifinal tinha cem pessoas assistindo a partida e cinquenta era de fora", constata.
Na visão dele, para o futebol melhorar é preciso investimento. "Acho que a prefeitura podia ajudar mais, as empresas entendeu? Ou então fazer alguma coisa ou o Operário vai acabar, vai fechar as portas. Tá nesse ponto. Vai fechar. Não só ali, como outros clubes também por falta de apoio. Ou vai ser um campo para alugar pra fazer jogos", avisa Joãozinho, completando: "A situação é muito grave." Segundo ele, se este problema for resolvido, o esporte melhora na cidade, "porque o que falta é investimento no esporte. Se você juntar os três clubes daqui e somar o número de campeonatos que eles disputaram nos últimos dez anos não dá dez campeonatos. Como que as outras cidades conseguem?", analisa. E termina fazendo um apelo para que as pessoas olhem mais para os clubes de futebol da cidade, inclusive, dizendo ter um projeto para passar para as pessoas ligadas à Prefeitura visando levantar este esporte.
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