O movimento chamou a atenção para o atraso no repasse de recursos aos hospitais filantrópicos por parte do governo do estado de Minas Gerais
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A Mesa Diretora e funcionários do Hospital de Cataguases, assim como as demais Santas Casas mineiras representadas pela Federassantas, realizaram o protesto "Luto Pela Saúde" na manhã de sexta-feira, 26, reivindicando maior atenção por parte dos governos Federal e Estadual quanto aos repasses de recursos financeiros e a defasagem da Tabela SUS, que cobre apenas cerca de 50 a 60% dos custos operacionais de cada procedimento realizado.
O Provedor do Hospital, Wilson Crepaldi Júnior – Bil, destacou que a situação do Hospital de Cataguases não está pior, devido a ação preventiva realizada pela Mesa Administrativa, em conjunto com diversos setores da instituição, em reduzir despesas e com o realinhamento financeiro. "E com isso estamos conseguindo manter os pagamentos em dia, com nossos fornecedores, nossos funcionários, apenas nossos médicos estamos pagando com alguns dias de atraso", disse. Para sanar esses compromissos e manter todas as certidões em dia (requisito essencial para receber qualquer verba estadual, seja por serviços prestados ou emendas parlamentares), o HC contratou empréstimos bancários a juros bem acessíveis garantindo assim a continuidade da prestação de serviços a seus clientes, de forma resolutiva e eficaz, não deixando faltar medicamento, material ou equipamentos necessários aos diversos tipos de tratamentos oferecidos, acrescentou o Provedor.
A supervisora administrativa do hospital, Maria Inês de Oliveira Dal Bianco, explicou que, Cataguases é um Município de "Gestão Plena", ou seja, os repasses de verbas em relação à Saúde são direcionadas do Governo Estadual diretamente para o Fundo Municipal de Saúde, o que garante menor burocracia e rapidez no repasse desses valores ao Hospital, diferente dos Hospitais de Gestão Estadual. Segundo a Federassantas, os hospitais filantrópicos estão sofrendo com atrasos nos repasses e o Governo de Minas tem apresenta uma dívida que ultrapassa 250 milhões de reais com estes hospitais.
A reavaliação da Tabela de Procedimentos e Medicamentos do SUS, é urgente, pois desde 2002 está sem alteração, mantendo valores ultrapassados, como por exemplo, o da consulta médica no atendimento de Urgência e Emergência que não ultrapassa R$ 11,00 reais. Os demais procedimentos seguem nesta mesma linha, completamente defasados, salientou Maria Inês.
A iniciativa do protesto surgiu com a Federassantas e contou com a adesão dos 28 maiores hospitais de Minas. A Federação já se mobiliza para entrar na Justiça para que as autoridades cumpram com os pagamentos atrasados e dívidas. Sem recursos, vários hospitais deram início à suspensão de importantes serviços à população e ao corte de leitos para pacientes do SUS. Agora, as internações são feitas apenas quando há condições mínimas necessárias para se garantir o atendimento aos pacientes. (Fotos: Assessoria de Comunicação do Hospital de Cataguases)
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