O protesto contou também com uma caminhada em torno do quarteirão da empresa. Toda a manifestação foi pacífica
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Funcionários da empresa APA, em Leopoldina/MG (23 km de Cataguases), realizaram na manhã desta sexta-feira, 19 de maio, uma manifestação na porta da fábrica, localizada na Rua 27 de Abril, Bairro Fábrica. O protesto da categoria foi decidido em assembleia dos trabalhadores, realizada no final da tarde desta quinta-feira, 18, em frente à sede do Sindicato dos Oficiais Alfaiates Trabalhadores e Costureiras de Confecções de Cama Mesa e Banho de Leopoldina e Região, e foi motivado pelo anúncio de que a empresa iria cortaro fornecimento de cestas básicas aos funcionários. Gritando palavras de ordem, os manifestantes se concentraram no portão principal da APA e em seguida participaram de uma caminhada pelo quarteirão.
À tarde, a empresa divulgou uma Nota Oficial para a imprensa em que a APA Confecções S/A confirma a informação de que a partir de julho próximo vai parar de fornecer cestas básicas aos seus funcionários elencando alguns motivos como a "brutal inadimplência de clientes; aumento do custo da matéria prima; aumento do custo financeiro com empréstimos bancários para capital de giro; entre outros" para não demitir os trabalhadores, visto que o país enfrenta uma grave crise financeira. A empresa explicou também que as cestas básicas são fornecidas "somente aqueles que não se atrasarem e não faltarem" ao trabalho e desmentiu o sindicato que afirmou aquele benefício é concedido aos funcionários desde o início de sua operação. Por fim considerou o movimento realizado pelos trabalhadores "desnecessário".
Veja a íntegra da Nota Oficial abaixo.
NOTA À IMPRENSA
A empresa APA CONFECÇÕES S/A (APA), diante do movimento de paralisação de parte dos seus empregados ocorrida hoje (19/05/2017), em frente a sua sede na Rua 27 de Abril, Fábrica – Leopoldina – MG, tem a esclarecer o seguinte:
i) A APA, visando a preservação dos empregos de aproximadamente 100 (cem) empregados, resolveu encerrar seu programa de fornecimento de cesta básica como alternativa a manutenção desses empregos;
ii) Não é verdadeiro o fato de que a APA, desde o início da operação, "paga" cestas básicas aos empregados. Existe um programa que trata desse benefício, sendo certo que somente aqueles que não se atrasarem e não faltarem serão beneficiados pela concessão da cesta básica.
Atualmente cerca de 47% (quarenta e sete por cento) dos empregados vem preenchendo tais requisitos;
iii) Os empregados foram avisados com antecedência, sendo certo que aqueles que preencherem as condições do programa receberão a cesta básica em junho/2017, estando encerrada a partir de julho/2017;
iv) Essa decisão vale para todo grupo, inclusive para os empregados de Teresópolis/RJ;
v) Os motivos que levaram a empresa a tomar essa decisão se devem, essencialmente, a brutal inadimplência de clientes; aumento do custo da matéria prima; aumento do custo financeiro com empréstimos bancários para capital de giro; entre outros. Em síntese: não houve outra alternativa;
vi) Destacamos que estamos em processo de contingência diante da notória e aguda crise financeira que todos estão vivenciando, valendo lembrar que para conservar a operação fabril na cidade de Leopoldina/MG foi necessário encerrar a operação fabril na cidade de Duque de Caxias/RJ (nessa ocasião foi necessário extinguir trezentos postos de trabalho), o que ocorreu em 12/2016;
vii) Apesar da imensa crise vivida por todos os brasileiros, com a perda de milhões de postos de trabalho, é importante realçar que a empresa jamais atrasou qualquer das suas obrigações, pagando em dia salários, férias, décimo-terceiro, por exemplo, mesmo com grande sacrifício, onde precisou tomar empréstimos bancários extremamente onerosos para tanto;
viii) Na visão da APA, neste momento, além de ser lícita a atitude tomada a finalidade foi proteger empregos; não demitir parte dos seus empregados; não desampará-los num momento crucial para eles e a empresa. Acreditamos que o foco no trabalho e no futuro é o único caminho para se atravessar as dificuldades presentes;
ix) Esta empresa sempre esteve inclinada ao diálogo, especialmente com o Sindicato dos Empregados, considerando intempestivo e desnecessário o movimento realizado na parte da manhã em frente a sua unidade fabril.
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