O Centro Cultural Humberto Mauro recebeu o público na noite de sexta-feira, 31 de março, para duas sessões de exibição do filme "Redemoinho", do diretor José Luiz Villamarim, inspirado em romance do escritor cataguasense Luiz Ruffato. Primeiro longa-metragem do aclamado diretor de televisão, a obra foi produzida no Polo Audiovisual da Zona da Mata de Minas Gerais, com a participação de cerca de 150 profissionais da região, entre artistas e técnicos, e foi todo filmado em bairros e distritos de Cataguases, em 2014.

As exibições aconteceram às 19 horas, reservada à equipe local que participou das filmagens, moradores próximos das locações, operários e funcionários de empresas parceiras e apoiadores locais, e às 21h30, aberta ao público. Entre cada sessão, a plateia participou de um bate-papo com o diretor, com a produtora Vânia Catani e com o escritor Luiz Ruffato. Antes, porém, os três concederam uma entrevista coletiva à imprensa local. Na oportunidade, o diretor Luiz Carlos Villamarim afirmou que filmar em Cataguases foi essencial para o filme, "porque a literatura do Ruffato se passa na cidade e seria uma ‘traição’ não realizar o projeto aqui". Ele complementou dizendo também que a existência do Polo Audiovisual facilitou ainda mais as filmagens. "Eu só tenho elogios a fazer a toda a equipe, ao Polo, à cidade, que eu passei a amar. Estamos aqui hoje para fechar um ciclo, e eu estou muito emocionado com este momento, porque o filme está trilhando um caminho lindo", afirmou, acrescentando que sua jornada no cinema apenas começou e que outros projetos já estão sendo alinhados. "Fazer este filme foi a realização de um sonho", concluiu.

A produtora Vânia Catani ressaltou a tradição de Cataguases no cinema e disse que foi muito confortável filmar na cidade. "Fomos acolhidos pela população, todos ajudaram e recebemos toda a infraestrutura para filmar, além disso, a contrapartida do Polo, com seus profissionais, foi um ganho para o nosso trabalho, o que nem sempre acontece nos locais onde vamos filmar", disse, ressalvando apenas a questão de locomoção dos grandes centros para a cidade, o que, segundo ela, dificulta um pouco a logística da produção. O escritor Luiz Ruffato afirmou sentir que sua literatura, quando adaptada para o cinema – e "Redemoinho" é o segundo longa-metragem adaptado de sua obra para a sétima arte – é bem representada, apesar de entender que são diferentes linguagens. "Evidentemente eu vejo minha obra em ‘Redemoinho’, mas o filme é do José Luiz Villamarim e dos atores, do Walter Carvalho, do George Moura, ou seja, não é meu. Eu nunca criei expectativas nos filmes baseados nos meus livros, e já são dois longas e nove curtas. Eu os vejo como um espectador", afirmou.

Também participaram da coletiva o diretor executivo do Polo Audiovisual da Zona da Mata, César Piva, e a presidente da agência do Polo, Mônica Botelho, que agradeceu a presença do diretor, da produtora e do escritor e a parceria com o Polo. "O filme ‘Redemoinho’ foi um presente porque este é talvez o mais cataguasense dos filmes rodados em Cataguases. Foi um projeto acalentado há muitos anos, é uma história que vem sendo gerada há muito tempo, mas nós sabemos que cada filme, cada projeto, tem o seu momento para acontecer. Tivemos outros filmes realizados aqui, mas este em especial marca uma retomada do cinema em Cataguases, porque tem o DNA da cidade, e eu só tenho a agradecer em nome do Polo e da Energisa, que foi patrocinadora, e dizer que este filme nos encheu de orgulho", concluiu.

"Redemoinho" tem grandes talentos nacionais no elenco, como Julio Andrade, Irandhir Santos, Cássia Kiss e Dira Paes. O roteiro é de George Moura e a fotografia de Walter Carvalho. Sua trajetória tem sido vitoriosa: já foi reconhecido em festivais, inclusive internacionais, e pela crítica especializada, e vem conquistando o público nas salas de cinema de todo o Brasil. Na trama, dois amigos de infância se reencontram após 20 anos de separação. Luzimar (Irandhir Santos) é operário da fábrica de algodão e não saiu da cidade. Gildo (Julio Andrade) mora em São Paulo, tem carro, algum dinheiro e a ilusão da vida na metrópole. Entre cervejas e recordações, os dois amigos passam a vida a limpo e repensam suas escolhas. O filme tem a parceria da Fundação Cultural Ormeo Junqueira Botelho, da Fábrica do Futuro e o patrocínio da Energisa. (Fotos: Cristina Quirino)