A engenheira ambiental, Letícia Leal Ferreira, detalhou o Plano que agora será encaminhado para votação pelo Legislativo
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Foi realizada na noite desta quinta-feira, 8 de dezembro, na Câmara Municipal de Cataguases, uma Audiência Pública sobre o Plano Municipal de Saneamento Básico de Cataguases. O documento foi elaborado pela empresa DRZ Geotecnologia e Consultoria, de Londrina (PR), que foi contratada pela AGEVAP - Agência da Bacia do Rio Paraíba do Sul - órgão que recebe e aplica os recursos arrecadados com a cobrança pelo uso da água na bacia, após uma profunda pesquisa e estudo in loco da realidade do município e de discussões com a comunidade local.
Agora, o documento será encaminhado ao legislativo para ser votado e, se aprovado, será transformado em lei que vai amparar o tema pelos próximos vinte e cinco anos. Nele estão elencados os problemas e soluções, além dos investimentos que deverão ser feitos no período pelo município para a captação e tratamento da água e do esgoto, drenagem de águas pluviais (para evitar e acabar com os alagamentos em períodos de chuva), além da coleta e destinação do lixo. Tudo o que o que há para fazer nesta área pelas próximas duas décadas e meia está elencada no estudo, disse a engenheira Letícia Leal Ferreira, engenheira ambiental que apresentou o estudo.
Todo o trabalho foi custeado pela Agevap para o Município de Cataguases. Cerca de vinte profissionais das mais diversas especialidades como engenheiros ambientais e técnicos de outras áreas trabalharam na elaboração deste plano conforme explicou Letícia. Ela destacou ainda que, agora, cabe ao prefeito, em caso do texto apresentado ser transformado em lei, buscar os recursos nas esferas estadual e federal. De acordo com ela, há recursos disponíveis nestas esferas e ela acredita que exista também em entidades não governamentais.
Alguns números apresentados pelo estudo revelam, por exemplo, a situação caótica do córrego Lava Pés, especificamente na Avenida Astolfo Dutra, onde, ele sofre um "estrangulamento". Os técnicos apresentam a solução para o problema e o valor do investimento, além de apontar outras causas que são as ligações clandestinas de esgotos sanitários nas galerias pluviais, a falta de cadastro de rede de drenagem e o diâmetro desta rede que é muito variável. Para solucionar o problema nesta área no município a longo prazo será necessário um investimento superior a R$15 milhões, aponta o relatório.
Outro exemplo são os resíduos sólidos. Cataguases produz mais lixo do que deveria, assim como consome mais água per capita do que necessita (o ideal por habitante é 110 litros por dia e aqui se gasta 140 litros por dia). Cada cidadão cataguasense produz, diariamente, cerca de 673 gramas de lixo. Com esse cenário o estudo prevê a implantação da coleta seletiva do lixo em todo o município, a criação de uma legislação que regulamente a gestão dos resíduos de construção civil e, ainda, a criação de um novo aterro sanitário porque o atual tem vida útil curta e que também vai receber uma série de melhorias, entre outras ações.
Na área de captação e tratamento de água, o estudo mostrou que a sede do município é bem atendida pela empresa concessionária do serviço e que tem estrutura suficiente para atender ao período de vinte e cinco anos, abordado pelos técnicos. Nos distritos o relatório apontou algumas deficiências nesta área que vão necessitar de investimentos da empresa a curto, médio e longo prazos. No entanto, todas estas localidades recebem água tratada. O mesmo não acontece com o esgoto que é jogado in natura nos córregos e rios do município e há, no momento, a conclusão de obras que visam a tratar este esgoto na sede do município, conforme revela o documento.
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