A última noite de shows do Festival de Viola de Piacatuba e Gastronomia, neste sábado, 30 de julho, foi dedicada à música de raiz, com a apresentação de um dos maiores violeiros e cantadores do Brasil, Miltinho Edilberto e, na sequência, pelo ícone Renato Teixeira, artista consagrado internacionalmente e que tem uma carreira de sucessos com uma contribuição imensurável à Música Brasileira. Uma multidão tomou conta da bucólica, charmosa e acolhedora Piacatuba para cantar e ouvir as músicas desses dois grandes artistas brasileiros.

Produzido e coordenado por Maria Lúcia Braga, o Festival tem patrocínio da Energisa, apoio cultural do Governo de Minas, através da Lei Estadual de Incentivo à Cultura, e apoios da Fundação Cultural Ormeo Junqueira Botelho, Cerveja Itaipava, Unimed, Hotel Minas Tower, Sorvete Sol e Neve e Prefeitura Municipal de Leopoldina. Esta décima quarta edição contou com oito restaurantes que privilegiaram a culinária mineira com menus especialmente criados para a ocasião, conforme informou Maria Lúcia. Além disso, um restaurante fez o contraponto servindo comida japonesa que foi bastante elogiada.

Os dois shows da noite parece terem sido escolhidos sob medida para agradar ao público porque, além de registrarem a maior plateia do festival, ninguém arredou o pé do lugar durante as quase três horas de música oferecida por Miltinho Edilberto e Renato Teixeira. O primeiro, Miltinho, um violeiro cantador e também contador de causos que veio do Sul de Minas com um repertório alegre, descontraído e música da melhor qualidade, daquelas que a pessoa começa a ouvir e não quer mais parar. Trouxe com ele Cosme Vieira e seu acordeon, para dar um tempero novo e rechear suas canções, fazendo uma parceria bonita com a viola caipira. Saiu um som gostoso, bonito e canções que fizeram muita gente dançar.

Miltinho Edilberto, que também é folclorista, tem música gravada por Maria Gadu e outros nomes consagrados da MPB, é afilhado de Renato Teixeira com quem voltou a dividir o palco, pouco depois em uma música que foi, na verdade, uma brincadeira com a plateia, durante a apresentação do amigo. Miltinho fez um show alegre, alto astral, contando seus causos com muito bom humor e cantando músicas com letras irreverentes, como a que narra a história da venda do "Seu Lipidirico" - hilariante - que se mesclavam com outras de cunho sério. O tempo passa num piscar de olhos durante o show envolvente desse músico e compositor que toca sua viola até de costas (acredite, porque é verdade!) Piacatuba confirma assim, a fama de trazer para o seu Festival, os melhores da música de raiz.

O show mais aguardado da noite começou logo em seguida e trouxe um Renato Teixeira inspirado e animado. Conversou com a plateia, elogiou Piacatuba dizendo que gosta muito de se apresentar naquele Festival, e comentou sobre o grande número de pessoas que estavam ali para assistí-lo fazendo uma referência à população do distrito. "Tem mais gente aqui do que a quantidade de moradores desta cidade", arrancando risos da plateia. E desfiou seus muitos sucessos sempre acompanhado pela voz da multidão. No palco ele dividiu algumas canções com seu filho Chico Teixeira, talentoso como o pai e violeiro dos bons também. O rapaz é compositor e assina algumas parcerias com Renato. Eles cantaram a versão de uma canção de Cat Stevens feita pelos dois chamada "Pai e Filho" em um dos momentos mais intimista do show. Arrancou muitos aplausos.

Renato Teixeira e sua banda encerraram o Festival de Viola de Piacatuba que foi, talvez, a edição mais comprometida com a música de raiz de sua história. A presença de nomes de peso da música brasileira trouxe ao evento o respaldo necessário para garantir-lhe o seu lugar entre os maiores de seu gênero. Renato Teixeira foi o primeiro a reconhecer sua grandeza em pleno palco ao afirmar que tocar ali, para ele, é uma das maiores alegrias. A música de raiz se fortalece com esta iniciativa e a região também fica muito feliz por ver um festival desta magnitude se consolidar no cenário da música brasileira. O Turismo e a Gastronomia agradecem e toda a sociedade se beneficia. Este é o maior legado deste evento.

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