Os detentos pintaram as paredes, colocaram pisos e trocaram os forros de teto das salas de aula e das oficinas de trabalho
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Presos de Visconde do Rio Branco, no Território Mata, reformaram a Associação de Pais e Alunos Excepcionais (Apae) Rural da cidade, que presta, gratuitamente, atendimento nas áreas educação, saúde e assistência social. Atualmente, a instituição atende 68 pessoas com deficiência intelectual ou múltipla.
Os detentos pintaram as paredes, colocaram pisos e trocaram os forros de teto das salas de aula e das oficinas de trabalho. A rampa de acesso aos cavalos da equoterapia foi reformada para melhorar o deslocamento de pessoas com algum tipo de dificuldade de locomoção, como cadeirantes.
Funcionários voluntários
A empreitada foi possível graças ao movimento de voluntariado de funcionários do presídio. Mensalmente, em horários de folga, eles visitam asilos, orfanatos, clínicas de reabilitação e outras entidades assistenciais sem fins lucrativos, para identificar carências e ajudar a resolvê-las.
No caso da Apae Rural, o grupo arrecadou R$ 1,4 mil em doações para os forros de teto e mediou a liberação pelo Judiciário do presídio de presos para trabalhar na reforma.
O diretor-geral do Presídio de Visconde do Rio Branco, Luis Almeida, integra o grupo de voluntários. Ele conta que os detentos da unidade já fazem trabalhos de capina e manutenção na Apae Rural, na Apae Centro e em outras entidades assistenciais. "É uma oportunidade para o preso sair da marginalização e sentir-se valorizado como ser humano", afirma.
Para a assistente social Silvana Reis, coordenadora da Apae Rural, tanto a reforma quanto as constantes manutenções não seriam possíveis sem o apoio voluntário, já que a associação vive de doações e da venda de alguns produtos.
Ressocialização
Além de atuar em um projeto humanitário, a cada três dias trabalhados, os detentos ganham um dia de remissão da pena, em conformidade com a Lei de Execução Penal. Luis Fernando, de 28 anos, é um dos quatro presos que trabalharam nas melhorias da Apae Rural. Ele conta que foi bem tratado por funcionários, pais e alunos. "São pessoas especiais. Não nos tratam com discriminação", revela.
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