Alexandre Ferreira, Willian Lobo de Almeida e Pastor Silas Malafaia, ao chegar em Cataguases
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O pastor Silas Malafaia, uma das principais lideranças evangélicas do país, esteve em Cataguases na tarde deste sábado, 18 de junho, após inaugurar a igreja de um amigo, em Rio Pomba (63 Km de Cataguases). Veio visitar o cunhado Onésimo dos Santos e Alexandre Ferreira, proprietário das emissoras Rádio Melodia, em Cataguases, e Rádio Jornal, em Leopoldina, com quem mantém uma antiga amizade. Ele foi recebido para um lanche na residência de Alexandre onde estava outro convidado, o pré-candidato a prefeito de Cataguases, Willian Lobo de Almeida.
Após fazer uma oração para os presentes e saborear o queijo de Minas, Silas Malafaia conversou com o jornalista Marcelo Lopes, editor deste Site, quando falou sobre o movimento evangélico no país e sobre a situação política e econômica do Brasil. O pastor que não foge de uma polêmica e não se esquiva em dar sua opinião, terminou a entrevista fazendo uma severa crítica ao Programa Bolsa Família do governo federal. Antes, revelou a intenção de abrir uma igreja em Cataguases e sua posição contrária à ideia que surgiu no Senado esta semana de tentar fazer uma lei que possa promover também o impeachement do Procurador Geral da República. Veja a entrevista abaixo.
Site do Marcelo Lopes: Pastor Silas Malafaia, há boatos na cidade de que o senhor estaria planejando abrir uma Igreja em Cataguases. É verdade? Pastor Silas Malafaia: É possível, sim. A gente tem aberto igrejas em vários lugares no Brasil. Nós temos uma igreja aqui mais ou menos perto, que é Carangola, e temos pretensão, sim.
Site: Como o senhor está vendo o Movimento Evangélico hoje no Brasil?
Silas Malafaia: A Igreja Evangélica no Brasil tem algumas peculiaridades. Por exemplo, ela não é uma igreja homogênea. Ela é heterogênea. Não é de um líder só. Os evangélicos no Brasil tem várias lideranças, alguns com mais influência, outros com menos, essa é uma marca. E isso é bom, muito bom porque você cresce. A Igreja não pode ser única, apenas um tipo de liturgia, uma única forma. Tem pessoas que gostam de barulho, outras não. Umas gostam de uma liturgia mais ortodoxa, então isso tudo é muito válido.
Site: O senhor ontem (17/06) manifestou-se frontalmente contra a ideia surgida no Senado de tentar uma forma de impeachment do Procurador Geral da República, Rodrigo Janot. Por que o senhor saiu em sua defesa?
Silas Malafaia: Eu já fiz muitas críticas pesadas ao Procurador Geral. Os caras que foram denunciados do PT, até hoje, não pediu o indiciamento de ninguém. Isso é uma história. Você criticar membros de uma instituição é o estado democrático de Direito. Agora entre você fazer crítica ao Procurador Geral e apoiar uma trama de gente que é citada em delações, aí mudou o jogo. Como eu disse, a Santíssima Trindade do PMDB - só tem gente "santa", "legal", não tem nenhuma acusação contra eles - Quem são esses caras para tentar arrumar um negócio desse? Então isso é, sim, uma tentativa de cercear o Minitério Público. E o Ministério Público tem que ser livre e independente para que a gente possa ter neste país, justiça. Senão, nós estamos fritos e a bandidagem vai tomar conta.
Site: Como o senhor vê, agora, a situação do deputado suspenso, Eduardo Cunha?
Silas Malafaia: Já era. Dançou. O Eduardo Cunha errou - na minha opinião - quando ele conseguiu construir o impeachment. Ele sabia que não tinha moleza pra ele. Então o que ele tinha que fazer? Renunciar a presidência para salvar o seu mandato. Mas ele não escuta ninguém! Taí o resultado. Nem a presidência, nem o mandato. É só aguardar. Ele procurou isso. Você não pode brigar com todo mundo ao mesmo tempo.
Site: O senhor apoiou o governo interino de Michel Temer. Qual a avaliação que o senhor faz deste início de atividade? Silas Malafaia: Esses caras pegaram uma batata tão quente, e fazer um julgamento de sessenta dias de governo interino é muito prematuro. O que eu observo é o seguinte: Ele botou gente competente em setores vitais. Um cara que foi presidente da Câmara três vezes é um cara que sabe das coisas, sabe lidar com o mundo político, coisa que Dilma não tinha nem um pouquinho de cintura. Os "águias" que estão perto dele, sabem lidar com esse mundo. Ele tem tudo para dar certo, para livrar o Brasil do caos total. Não é a solução final, mas essa transição, acho que é importante.
Site: E esses ministros que estão caindo por denúncias?
Silas Malafaia: A Dilma, quando um cara era denunciado virava ministro, ela protegia. Olha a diferença. O cara era denunciado: Edinho (Silva, ex-ministro chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República) era denunciado, vira Ministro. Mercadante (Aloisio Mercadante, ex-ministro da Educação), denunciado: Ministro. Lula, denunciado vai virar ministro. Ele (Michel Temer) está fazendo o contrário. Denunciado? Rua! Então eu acho que fica difícil é proteger gente enrolada. Aí eu acho que fica ruim pra caramba. O Brasil tá cansado disso. O cara tem que agir. Ele (Michel Temer) pegou um bagaço chupado, seco. Ele tem uma chance de dar um certo equilíbrio pra essa travessia para um governo eleito pelo povo pra ter de fato o respaldo da sociedade para a mudança e para operar tantas coisas.
Site: O senhor vê alguma atitude para sair rápido dessa crise econômica que assola o país?
Silas Malafaia: Eu vejo. Sou um otimista. Eu acho que se a gente não acreditar que é capaz de reverter situações, não tem jeito. Nações que foram arrasadas por guerras se levantaram, como é que um país rico desses não vai se levantar? Não é possível um país desse não dar certo! O que é preciso é trabalho e parar com essa compra de voto oficial, essa vagabundagem, essa bandidagem de Bolsa Família, que o cara vai buscar de carro. Certo? É cortar o monte de malandro que está comendo nisso aí, que é a maior compra de voto oficial do país. Não conheço nennhuma nação prosperar dando benesses para "nego" não trabalhar. Eu não conheço isso. Claro que tem um cinturão de miséria extrema no Brasil. Ok. Vamos atender esse. Agora, vinte e cinco milhões de pessoas comendo no Bolsa Família? Vai ver se eu estou na esquina! Isso é bandidagem para comprar voto para ganhar eleição. Essa é que é a verdade.
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