Hospital tomou a decisão nesta sexta-feira, mas a medida entra em vigor no próximo dia 1º de junho
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A direção do Hospital de Cataguases divulgou no final da manhã desta sexta-feira, 27 de maio, a decisão de limitar o atendimento no Pronto-Socorro Municipal a somente casos de urgência e emergência. A decisão, segundo informou o Provedor Wilson Crepaldi Júnior, o Bil, é em decorrência da não renovação do contrato entre aquela instituição e a Prefeitura de Cataguases vencido em fevereiro, cujos valores, segundo planilhas apresentadas, estão defasados. Ainda de acordo com o provedor, "a medida deverá entrar em vigor a partir da próxima quarta-feira, primeiro de junho", acrescentou Bil Crepaldi (foto abaixo).
O Hospital de Cataguases assumiu o atendimento do Pronto-Socorro mediante um contrato com o município em que recebe pelo serviço R$250 mil mensais. O valor, porém, é considerado insuficiente desde o seu início porque, antes de sua assinatura o prefeito Cesinha Samor havia se comprometido a repassar a quantia de R$450 mil. Porém, poucos dias depois, ele voltou atrás e disse que só poderia repassar R$250 mil. A direção do hospital à época criticou a postura do Executivo, disse que a nova oferta não cobria os custos do serviço, mas acabou assinando o contrato. Nesta terça-feira, 30 de maio, o provedor do Hospital e demais representantes da direção vão à Câmara Municipal explicar a situação e nova medida aos vereadores, revelou Bil.
Em janeiro deste ano, segundo informou o Procurador do Hospital, advogado Bruno Gonçalves Couto, a direção daquela instituição começou a procurar a prefeitura para negociar a renovação do contrato. "Desde então e já se passaram cinco meses, não recebemos resposta, ou seja, nenhuma contraproposta por parte do Executivo Municipal. Para nossa surpresa, na última quarta-feira, dia 25, no final do expediente, recebemos um ofício da Prefeitura nos informando que não podemos 'paralisar o atendimento do Pronto-Socorro', o que jamais dissemos e nem faremos", assegura o Procurador. O mesmo ofício revela também o agendamento de uma reunião para o próximo dia 8 de junho, pelo Ministério Público, a qual o Hospital ainda não foi notificado, completa Bruno (foto abaixo).
O Procurador do Hospital, auxiliado pela administradora daquela Santa Casa, Maria Inês Dal Bianco, revelam que a decisão de limitar o atendimento do Pronto-Socorro somente para os casos de urgência e emergência vai equalizar a receita às despesas. "Assim vamos tentar adequar a realidade ao setor em virtude do desequlibrio econônmico financeiro do convênio que venceu", disse ele. E apresentou os números colhidos na triagem do Protocolo de Manchester que comprovam que a grande maioria das pessoas que procuram o Pronto-Socorro pode ser atendida nos postos de saúde dos bairros. Maria Inês (foto abaixo) mostrou que em março, por exemplo, foram feitos 10.158 atendimentos no local. Desses, apenas 3.552 são urgência e emergência. Em abril, 9.686 atendimentos e 3.252 de urgência e emergência.
Bil Crepaldi espera que a partir deste posicionamento do Hospital o prefeito Cesinha aceite negociar um novo valor mensal pelo serviço prestado pelo Pronto-Socorro. O Hospital está pleiteando R$560 mil mensais, informou Bil, justificando a quantia no alto índice inflacional do período, forte aumento no custo dos medicamentos, da energia elétrica, água, além do reajuste dos salários dos funcionários e demais custeios inerentes ao serviço. "Tudo conforme custo operacional efetivado pelo setor de controle da instituição, afinal não é barato, manter cinco médicos de plantão vinte e quatro horas, uma equipe de profissionais ao redor deles, além de toda infraestrutura para fornecer exames e dar o suporte necessário", concluiu.
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