Ivan Botelho: "O Brasil parou. Então é preciso que os empresários voltem a ter confiança no Brasil"
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Avesso a falar sobre política, o presidente do Conselho de Administração da Energisa, Ivan Müller Botelho, abriu uma exceção e atendeu a um pedido do jornalista Marcelo Lopes, editor deste Site ao aceitar comentar o atual cenário político e econômico vivido pelo país. Presente à solenidade de inauguração do Cineclube no Museu Energisa que recebeu o nome de sua esposa, Stella Perez Botelho, Ivan expôs sua visão sobre a situação e o que espera para o Brasil no que já está sendo chamado de era "pós-Dilma".
Veja o que ele disse abaixo.
"O que o Brasil precisa no momento é de reaver a confiança, porque ninguém investe. O que não é o nosso caso (Energisa). Nosso orçamento nestes três anos vamos investir três bilhões e seiscentos milhões. É um recorde e nós não paramos. Mas o Brasil parou. Então é preciso que os empresários voltem a ter confiança no Brasil. O Brasil é uma maravilha. Eu tenho andado muito lá pelo Centro Oeste; é um outro mundo, outro país, outro ambiente e realmente é preciso que a gente leve não só pro Centro Oeste, mas pro Sudeste, pro Norte, pro Nordeste, pro Sul esse clima de mais confiança. E isso, pelo que se escuta, pelo que se vê, é preciso que haja uma mudança na estrutura, no país, na política e nos seus gestores."
"Ultimamente o Brasil não tem sido bem gerido. Aliás, não tem sido nada bem gerido. O que tá acontecendo é um desemprego enorme, ontem mesmo (sexta-feira, 29 de abril) saiu novo índice. Nós já passamos de onze milhões de desempregados. Isso é um caos, uma loucura, né? E a economia não anda! Só no mês de janeiro houve uma queda de consumo no Brasil de 5% de quilowatt hora. Em fevereiro, talvez por questão de carnaval e tal, teve uma pequena recuperação e em março a área residencial se recuperou um pouco, mas continuamos ainda com números horrorosos. A indústria automobilística, saiu ontem (sexta-feira) outro número, com 28% a menos de vendas. Enfim, todos os setores que você olha tem perda."
"Acho que o impeachment já é quase um fato consumado, pelo que você escuta. Eu não sou político, mas leio e escuto, como todos nós que estamos interessados no nosso futuro. Acho que esse impeachment vem, deve vir, é quase certo. A partir daí temos que construir um Brasil novo. Sou meio suspeito, porque sempre lutei e acho que temos que privatizar o país. O país tem que ser um país livre, país da livre iniciativa, que não tenha empresas estatais a não ser naquilo que realmente é necessário e preciso. Pra que ter empresa estatal em energia elétrica, em telefonia, em portos, em transporte? Tem que privatizar tudo. Isso é um antro de empreguismo e perda!"
"Então eu acho que o Brasil que vem aí, pelo menos eu rezo e espero, que seja o Brasil novo, moderno, que acompanha o mundo, que venda sua mercadoria para o mundo inteiro, que não precisa vender para Venezuela, para Bolívia só. Tem que vender para os Estados Unidos, para a China, como a gente vende e para a Europa.'Ah não mas esse tem uma ideologia que não é a minha!' Ora gente, isso acabou! Tem que olhar é o bem estar e o emprego do povo brasileiro, sem isso fica o marasmo".
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