Ela esperou cinquenta e dois anos para ganhar o presente de natal mais desejado de sua vida. E na última segunda-feira, 28 de dezembro, às 8h30min, Regina e o seu pai biológico, Milton, entraram no Cartório de Registro Civil em Cataguases para coroar uma história que hoje é pautada no diálogo, amor e respeito mútuos, conforme revelou. 

A decisão de registrar a filha foi tomada por ele, conta Regina, "sem fazer o teste de DNA", ressaltou, revelando que o pai nunca negou o relacionamento com sua mãe, porém, mudou-se muito cedo para Sergipe onde formou outra família e com isso, justifica ela, "tudo ficou mais difícil", acrescentou. 

Em toda a sua vida, Regina encontrou-se com o pai apenas três vezes, "sempre nas visitas que fazia a Cataguases", explicou. A última vez foi há quinze anos, recorda. Mais recentemente o diálogo entre pai e filha tornou-se próximo, o que permitiu aflorar as afinidades que se revelaram bem maiores do que ambos imaginavam. 

Ela conta que foi o pai quem manifestou o desejo de reconhecê-la oficialmente. "Precisava tirar uma coisa de dentro dele que o magoava há muitos anos", disse Regina sobre o que o pai lhe disse à época. Mas foi um tio dela que intermediou a intenção de seu Milton, hoje com 81 anos, e perguntou à sobrinha o que ela achava do desejo do seu pai. Com a confirmação da filha, foi só chegar a Cataguases e esperar o Natal passar para irem juntos ao Cartório.

O sonho de uma vida foi concretizado em poucos minutos, e a partir daquele momento sua certidão de nascimento constava o nome do pai, Milton Toledo de Oliveira e o da filha estava, finalmente, completo: Maria Regina Salgado Xavier Toledo. "Uma emoção indescritível", disse ela, em meio às lágrimas, que contagiou todos os presentes. Um almoço entre pai e filha onde os dois brindaram a oficialização da paternidade é o final feliz desta história.