O pessoal do Caps fez um protesto contra o novo Coordenador Nacional de Saúde Mental
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Usuários, familiares e funcionários do Centro de Atenção Psicossocial reuniram-se para comemorar a chegada do Natal e para protestar contra a nomeação do novo Coordenador Nacional de Saúde Mental, o psiquiatra Valencius Wurch Duarte Filho, ex-diretor técnico da Casa de Saúde Dr. Eiras, de Paracambi (RJ). "Estamos contra o retrocesso à reforma psiquiátrica, pelo Ministro da Saúde, Marcelo Castro, nomear uma pessoa que é declaradamente contra a luta antimanicomial ", enfatizou a Coordenadora do CAPS, Valéria Lazaroni Silva. A manifestação pacífica com cartazes aconteceu na porta da unidade, na Avenida Astolfo Dutra, na manhã desta sexta-feira, 18 de dezembro, em Cataguases.
"Esse movimento está acontecendo em nível nacional, e Cataguases está se posicionando, como todos os outros municípios que tem CAPS", explicou Valéria. Duarte Filho foi diretor do maior hospital psiquiátrico da América Latina, e no ano 2000 a Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados constatou graves violações de direitos humanos na entidade como eletroconvulsoterapia, ausência de roupas em pacientes e alimentação insuficiente. Em 1995, o diretor levantou a polêmica ao ser entrevistado pelo Jornal do Brasil e se mostrar contra a atual lei da reforma psiquiátrica e o fim dos manicômios.
O Caps assiste continuamente a 117 usuários, oferecendo além do atendimento em saúde, atividades terapêuticas de socialização. "Nós já vencemos a primeira luta que foi o fim das unidades de manicômios, agora temos que combater o manicômio interior em cada cidadão e quebrar a resistência em aceitar o convívio com o portador de transtornos mentais".
Movimento da Luta Antimanicomial O Movimento da Luta Antimanicomial se caracteriza pela luta pelos direitos das pessoas com sofrimento mental. Dentro desta luta está o combate à idéia de que se deve isolar a pessoa com sofrimento mental em nome de pretensos tratamentos, idéia baseada apenas nos preconceitos que cercam a doença mental. Oferecendo aos portadores o direito fundamental à liberdade, o direito a viver em sociedade, além do direto a receber cuidado e tratamento sem que para isto tenham que abrir mão de seu lugar de cidadãos.
Por esta razão o Movimento tem como meta a substituição progressiva dos hospitais psiquiátricos tradicionais por serviços abertos de tratamento e formas de atenção dignas e diversificadas de modo a atender às diferentes formas e momentos em que o sofrimento mental surge e se manifesta. Esta substituição implica na implantação de uma ampla rede de atenção em saúde mental que deve ser aberta e competente para oferecer atendimento aos problemas de saúde mental da população de todas as faixas etárias e apoio às famílias
(Com informações da Associação de Volta Pra Casa)
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