Em 01/12/2015 às 20h00 | Atualizado em 27/07/2018 às 17h22

Com 25 novos casos somente este ano, Cataguases se mobiliza contra Aids

A equipe do Programa mobilizou a população que passou pela Praça Rui Barbosa e Calçadão nesta manhã

A equipe do Programa mobilizou a população que passou pela Praça Rui Barbosa e Calçadão nesta manhã

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Com o índice de contágio registrado superior ao estipulado pelo Ministério da Saúde, o Programa DST/AIDS e Hepatites Virais de Cataguases promoveu nesta manhã de terça-feira, 1º de dezembro, na Praça Rui Barbosa e Calçadão, uma mobilização pelo "Dia D de Luta Contra AIDS". "Os números não são nada positivos, nos deparamos com a desinformação e o preconceito das pessoas sobre o tema, principalmente os mais jovens", afirmou a coordenadora do programa, Tairises da Silva Roque.
 
imageCataguases apresenta uma taxa de infecção de 33,09 casos a cada 100 mil habitantes, muito além do que recomenda o Ministério da Saúde, que é de 20,3 casos, segundo dados do Programa. De 1988 até 2014 a cidade já apresentou um total de 248 pessoas infectadas pelo vírus HIV. Sendo que 68% dos casos contabilizados são do sexo masculino. Só em 2015 a Secretaria Municipal de Saúde já conta 25 novos portadores do vírus. Segundo o Ministério da Saúde o enfoque maior da campanha seja para os homens entre 15 e 24 anos, das classes C, D e E. "Além da mobilização na praça e Calçadão, também estamos visitando as escolas e realizando palestras. Tudo para atingir esse público mais jovem", explica Tairises.

Neste ano foram disponibilizados cerca de 3 mil unidades de preservativos e as estagiárias da Escola Técnica Municipal Joana D’Arc distribuíram centenas de kits preventivos informativos. "É muito importante frisar que a Secretaria disponibiliza o teste instantâneo, de forma rápida e segura, para qualquer pessoa que queira tirar sua dúvida. E em menos de vinte minutos oferecemos o resultado", disse a coordenadora do programa.
 
imageO que acontece quando ocorre a infecção pelo HIV
Assim que o corpo é infectado pelo vírus, o sistema imunológico começa a ser atacado. No período que pode variar entre as três ou seis primeiras semanas. Só a partir daí o organismo começa a produzir anticorpos anti-HIV. Os primeiros sintomas são similares a uma inflamação de garganta ou gripe, podendo não ser percebidos pelo paciente.

Em grande parte dos casos, da contaminação até a aparição dos sintomas da AIDS pode demorar até seis anos. Nesse período o portador assintomático do vírus é um potencial disseminador da doença.

Com a multiplicação do vírus na corrente sanguínea, e os freqüentes ataques às células de defesa, o organismo fica cada vez mais fraco e vulnerável a infecções comuns. A fase sintomática inicial é caracterizada pela alta redução dos linfócitos T CD4 - glóbulos brancos do sistema imunológico - que chegam a ficar abaixo de 200 unidades por mm³ de sangue. Em adultos saudáveis, esse valor varia entre 800 a 1.200 unidades. Os sintomas mais comuns são: febre, diarréia, suores noturnos e emagrecimento.

A baixa imunidade permite o aparecimento de doenças oportunistas, que recebem esse nome por se aproveitarem da fraqueza do organismo. Com isso, atinge-se o estágio mais avançado da doença, a AIDS. Quem chega a essa fase, por não saber ou não seguir o tratamento indicado pelos médicos, pode sofrer de hepatites virais, tuberculose, pneumonia, toxoplasmose e alguns tipos de câncer. Por isso, sempre que você transar sem camisinha ou passar por alguma outra situação de risco, aguarde 30 dias

imageDireitos do Portador de HIV
Em 1989, profissionais da saúde e membros da sociedade civil criaram, com o apoio do Departamento de DST, AIDS e Hepatites Virais, a Declaração dos Direitos Fundamentais da Pessoa Portadora do Vírus da AIDS. O documento foi aprovado no Encontro Nacional de ONG que Trabalham com AIDS (ENONG), em Porto Alegre (RS).

I - Todas as pessoas têm direito à informação clara, exata, sobre a AIDS.
II – Os portadores do vírus têm direito a informações específicas sobre sua condição.
III - Todo portador do vírus da AIDS tem direito à assistência e ao tratamento, dados sem qualquer restrição, garantindo sua melhor qualidade de vida.
IV - Nenhum portador do vírus será submetido a isolamento, quarentena ou qualquer tipo de discriminação.
V - Ninguém tem o direito de restringir a liberdade ou os direitos das pessoas pelo único motivo de serem portadoras do HIV/AIDS, qualquer que seja sua raça, nacionalidade, religião, sexo ou orientação sexual.
VI - Todo portador do vírus da AIDS tem direito à participação em todos os aspectos da vida social. Toda ação que visar a recusar aos portadores do HIV/AIDS um emprego, um alojamento, uma assistência ou a privá-los disso, ou que tenda a restringi-los à participação em atividades coletivas, escolares e militares, deve ser considerada discriminatória e ser punida por lei.
VII - Todas as pessoas têm direito de receber sangue e hemoderivados, órgãos ou tecidos que tenham sido rigorosamente testados para o HIV.
VIII - Ninguém poderá fazer referência à doença de alguém, passada ou futura, ou ao resultado de seus testes para o HIV/AIDS, sem o consentimento da pessoa envolvida. A privacidade do portador do vírus deverá ser assegurada por todos os serviços médicos e assistenciais.
IX - Ninguém será submetido aos testes de HIV/AIDS compulsoriamente, em caso algum. Os testes de AIDS deverão ser usados exclusivamente para fins diagnósticos, controle de transfusões e transplantes, estudos epidemiológicos e nunca qualquer tipo de controle de pessoas ou populações. Em todos os casos de testes, os interessados deverão ser informados. Os resultados deverão ser transmitidos por um profissional competente.
X - Todo portador do vírus tem direito a comunicar apenas às pessoas que deseja seu estado de saúde e o resultado dos seus testes.
XI - Toda pessoa com HIV/AIDS tem direito à continuação de sua vida civil, profissional, sexual e afetiva. Nenhuma ação poderá restringir seus direitos completos à cidadania.


Fotos: Samuel Pereira

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Autor: Samuel Pereira

Fonte: Com informações do Programa Municipal DST/HIV/AIDS- SMS- Cataguases – MG e Ministério da Saúde

Tags: Aids, HIV, vírus, Dia D, novos casos





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