O escritor Luiz Ruffato brinca, com um sapo, ao saber que ganhou o prêmio Jabuti de melhor livro infantil de 2015
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Luiz Ruffato é um autor fora de série e prova disso é que logo em sua primeira obra infantil ele já conquistou o principal agraciamento da literatura nacional, o Prêmio Jabuti, na categoria melhor livro infantil, com "A História Verdadeira do Sapo Luiz" (Editora DSOP). O resultado foi aberto nesta quinta-feira, 19 de novembro, ao público.
No livro, Ruffato reinventa a já tão conhecida história da princesa que beija o sapo para que ele se transforme num príncipe. "Era uma vez um reino distante..." É com essas familiares palavras que começa a obra, que conta com ilustrações de Ionit Zilberman.
A nova obra do autor, que marca sua estreia no universo das crianças e jovens, mistura diversos elementos característicos de contos de fadas, como um rei justo, sábio e generoso, irmãs invejosas e uma maldição que se contrapõe à bondade e à beleza da donzela. Na versão de Ruffato, a protagonista, princesa Juliana, é inteligente, sabe o que quer e não aceita nenhum dos pretendentes cheios de títulos e qualidades que seu pai lhe apresenta. Ela espera pelo amor, que acaba encontrando no sapo Luiz.
A busca pelo grande amor, entretanto, não é tão fácil. Só depois de beijar centenas de sapos e quase desistir é que ela se apaixona – qualquer semelhança, metafórica, com a vida real não é coincidência. "Muitas vezes, a boa fortuna se encontra onde menos se suspeita.", diz sua aia. E então, uma surpresa! Para não a estragar, vale conferir em A história verdadeira do sapo Luiz. Nem tudo no livro de Ruffato acontece como nos tradicionais contos de fadas, mas mesmo assim, "Juliana e o sapo Luiz vivem felizes para sempre!".
Sobre o autor e a ilustradora
Para o público adulto, o mineiro Luiz Ruffato foi organizador da coletânea Entre as Quatro Linhas: contos sobre futebol, lançada recentemente pela Editora DSOP, reunindo quinze renomados autores.
Antes disso, escreveu Eles eram muitos cavalos, De mim já nem se lembra, Estive em Lisboa e lembrei de você e a pentalogia Inferno provisório, composta por cinco livros sobre o operariado brasileiro. Suas obras ganharam os prêmios APCA, Machado de Assis, Jabuti e Casa de las Américas, tendo sido publicadas na França, Itália, Portugal, Alemanha, Finlândia, Argentina, Colômbia, no México e em Cuba.
Natural de Cataguases, Ruffato formou-se em tornearia mecânica pelo Senai e trabalhou como operário da indústria têxtil, pipoqueiro e atendente de armarinho durante a juventude. Graduou-se em Comunicação pela Universidade Federal de Juiz de Fora e atuou em jornais mineiros até se mudar para São Paulo, em 1990. Passou pelo Jornal da Tarde e, em 2003, abandonou a carreira de jornalista para se tornar escritor em tempo integral.
Nascida em Tel Aviv, em Israel, Ionit Zilberman veio ainda pequena, com os pais, para São Paulo. Foi vendedora de livros, assistente de artista, montadora de bienal e ilustradora de revistas, entre outras aventuras, e há alguns anos trabalha ilustrando livros infantis, tendo vários deles já sido publicados no Brasil e no exterior.
Para ilustrar A história verdadeira do sapo Luiz, fazendo ela também uma releitura dos contos de fadas, usou páginas de livros antigos, pintou e colou sobre elas, num trabalho feito em camadas, em que algumas coisas aparecem e outras ficam escondidas.
Em seu processo de criação, passou ainda por todo um estudo da vestimenta dos personagens, utilizou técnica de colagem e se valeu de papéis de vários lugares do mundo, o que deu ao livro uma tridimensionalidade incrível.
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