Estão em liberdade desde as primeiras horas da manhã desta segunda-feira, 21 de setembro, os cataguasenses Tomáz Pacheco de Medeiros, 58 anos, e Tadeu Duarte de Medeiros, 25, respectivamente pai e filho. No último dia 16 eles foram presos em flagrante pouco depois de passarem pelo Posto da Polícia Rodoviária Federal na estrada próximo a Raposo, distrito de Itaperuna (RJ) por porte de maconha e uma pequena quantidade de outras substâncias parecidas com haxixe e LSD. Segundo disseram ao Inspetor que os abordou poucos metros à frente, não teriam visto o sinal para que parassem. 

As informações foram repassadas ao Site do Marcelo Lopes pela irmã de Tadeu, a advogada Muriel Gouvêa que, juntamente com os advogados Márcio Fachini Garcia, presidente da 6ª Subseção da OAB em Cataguases e Ricardo Zanela, Conselheiro Estadual da OAB, tomaram conhecimento do caso inicialmente e indicaram dois profissionais daquela cidade, o presidente da OAB local, Adair Ferreira Branco Júnior e Henrique Cerqueira, presidente da Comissão de Direitos Humanos de Itaperuna, que assumiram a causa imediatamente. 

Em entrevista exclusiva ao Site, Muriel (foto ao lado) contou ter acompanhado todo o caso de perto. "Estive em Itaperuna com o doutor Ricardo e ouvi do próprio delegado que não havia necessidade de converter a prisão deles para preventiva", explicou. Ela contou também que os dois traziam no carro 268 gramas de maconha, além de um animal silvestre (papagaio) que estava registrado, e outras pequenas porções de substâncias análogas a entorpecentes, "todas para uso próprio porque iriam ficar um mês na Bahia, onde Tomáz está adquirindo um restaurante em Canavieiras', acrescentou.

Sobre Tadeu, a irmã revelou que ele mora "em Goiás desde novembro do ano passado, onde tem uma namorada que está grávida" e que havia chegado a Cataguases no domingo anterior ao fato para poder viajar com o pai na quarta-feira, visto que Tomáz não dirige em estrada. Eles ficariam um mês em Canavieiras, conforme revelou Muriel. "Se o negócio do restaurante desse mesmo certo, continuou, Tadeu e a namorada, mudariam para lá". Além disso, contribuiu para a defesa de pai e filho o patrimônio elevado de Tomáz, fruto da herança que recebeu, a declaração do atual dono do restaurante que ele pretende comprar e de outras três pessoas que o conhecem e sua família e que atestaram ser ele e o filho usuário de droga e não traficante, ainda segundo contou Muriel ao Site.

Os advogados em Itaperuna, Adair Júnior e Henrique Cerqueira receberam todos os documentos para a defesa de Tomáz e Tadeu ainda no sábado e imediatamente redigiram a peça pleiteando a Liberdade Provisória dos dois, dando entrada no final da tarde deste domingo, 20. Após análise da defesa, o Juiz de Plantão, Maurício dos Santos Garcia, concedeu a liberdade provisória a Tomáz e Tadeu determinando a eles que compareçam aos "atos do processo", de acordo com informação de Muriel, argumentando entre outros o seguinte:

"É importante frisar que de acordo com a documentação anexada os requerentes são pessoas de poder aquisitivo elevado e possuidores de patrimônio considerável. Fato este que também causa estranheza e não se compatibiliza com eventual e suposta traficância de quantidade de droga que perto do patrimônio declarado torna-se até mesmo de pequena monta... Não se vislumbram os requisitos para a manutenção do encarceramento dos indiciados (...) pois os indiciados demonstram que possuem patrimônio extenso e residência fixa; (...) de acordo com os atestados de idoneidade são pessoas respeitadas em sua localidade apesar de usarem substâncias entorpecentes.(...) Não se pode olvidar que a Defesa também comprovou a primariedade dos requerentes, não havendo registros desabonadores." Tomáz e Tadeu passaram o final da manhã em um hotel em Itaperuna e devem decidir ainda hoje se retomam a viagem para Canavieiras ou se retornam a Cataguases, segundo informou Muriel.