Os carreteiros revelaram que nos últimos sete anos tiveram reajuste no frete de apenas R$0,81
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Dezenas de carreteiros que prestam serviço para a mineradora CBA, localizada entre Muriaé e São Sebastião da Vargem Alegre, na região do trevo de Pirapanema, paralisaram suas atividades em protesto por melhorias na remuneração e condições de trabalho.
Desde a tarde desta segunda-feira, 10 de agosto, os profissionais estão com suas carretas paradas na estrada de acesso à empresa e às margens da BR-356. Segundo representantes do movimento, cerca de 70 carreteiros - a maioria de Muriaé - estão de braços cruzados.
Na manhã desta terça, 11, a reportagem da Rádio Muriaé esteve no local. O repórter Gilson Jr. conversou com os carreteiros, e entre as principais reivindicações está o aumento no valor do frete, que de acordo com os manifestantes, foi reajustado em apenas R$ 0,81 (81 centavos) nos últimos sete anos, passando de R$ 34,00 por tonelada, para R$ 34,81.
Mesmo sem gravar entrevistas, os trabalhadores argumentaram que o valor do frete está muito baixo diante do aumento dos custos nos últimos anos, principalmente em relação a combustível e manutenção dos veículos.
Os motoristas reclamaram também que muitas vezes as carretas saem com carga bem abaixo do limite de peso, o que, na prática, reduz o valor final do pagamento, já que o frete é cobrado por tonelada de minério transportado: "Não sobra quase nada pra gente. Estamos praticamente pagando para trabalhar", disse um dos carreteiros.
E as queixas não param por aí. Os manifestantes alegam que duas empresas de Belo Horizonte foram contratadas para prestar o serviço e que isso acaba "tirando" trabalho de motoristas da região. Segundo os profissionais, há carreteiros que compraram veículos financiados, "apostando" no setor, e que agora, diante das dificuldades, estão sem condições de pagar pelas carretas.
Os integrantes do movimento afirmaram que o protesto vai prosseguir até que a empresa aceite negociar às reivindicações.
No final da tarde a Votorantim Metais divulgou nota sobre a paralisação dos carreteiros. No comunicado a empresa afirma que está sempre em diálogo com fornecedores e que os valores praticados estão em conformidade com a "realidade do mercado". Leia abaixo a íntegra da Nota Oficial da Votorantim Metais.
"A Votorantim Metais informa que mantém um diálogo aberto com seus fornecedores e pratica valores condizentes com a realidade do mercado. Em relação à paralisação dos caminhoneiros, a empresa esclarece que a segurança é um valor inegociável para seus empregados e terceirizados. Todas as medidas necessárias para continuar garantindo o transporte seguro do minério estão sendo tomadas, bem como a supervisão rigorosa dos procedimentos de prevenção de acidentes."
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