Em 27/07/2015 às 07h00 | Atualizado em 27/07/2018 às 17h22

Vacina contra a raiva vai atrasar e pode até ficar para o ano que vem

A campanha de vacinação antirrábica deste ano corre o risco de não acontecer

A campanha de vacinação antirrábica deste ano corre o risco de não acontecer

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As campanhas de vacinação contra a raiva em cães e gatos devem começar mais tarde neste ano ou até mesmo ficar apenas para o início do ano que vem. É o que diz um documento enviado, pelo Ministério da Saúde, as secretarias estaduais de saúde.

A vacina é apontada como uma estratégia de sucesso no controle da doença. O atraso preocupa os Estados e as entidades do setor de medicina veterinária.

Segundo o ofício, a vacina antirrábica canina só estará disponível a partir de setembro e, por isso, "a organização da campanha deverá ser revista". O texto não informa os motivos da "revisão". Diz que, à medida que forem recebidas, as vacinas serão distribuídas para Estados prioritários, onde há "iminente risco de transmissão de raiva".

Estados na lista
Doze estão nessa lista: Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Paraná, Acre, Rondônia, Amazonas, Roraima e Amapá.

Nos demais, segundo o documento, as campanhas devem iniciar somente a partir de novembro ou, ainda, no primeiro trimestre de 2016.

Cerca de 30 milhões de doses estão previstas. Recebidas do governo federal, as doses são distribuídas aos Municípios, que organizam a campanha com os Estados.

Em São Paulo, parte dos Municípios já planejava iniciá-la em julho. Agora, a secretaria estadual solicitou as doses para novembro, mas a data não está confirmada.

Não é a primeira vez
Essa não é a primeira vez em que há atrasos na vacinação. Em 2014, a demora no repasse das doses fez com que a campanha fosse adiada em alguns Estados, como São Paulo - onde começou apenas em outubro –, ou fosse substituída por ações de vigilância em outros, como Minas Gerais.

Santa Catarina e Rio Grande do Sul são os únicos que não recebem a vacina, por não terem registro de circulação do vírus.

As campanhas de vacinação costumam mobilizar prefeituras e donos de animais. Não à toa. Pesquisa divulgada neste ano por Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e Ministério da Saúde mostra que, em 44% dos domicílios, há pelo menos um cachorro. A estimativa é que haja 52 milhões de cães no país. Gatos somam 22 milhões.

Transmissão
A raiva é uma doença viral, que pode ser transmitida entre mamíferos por meio da mordida. A doença afeta o sistema nervoso e gera danos à coordenação motora. Quando infectados, a letalidade em humanos é próxima a 100%.

O ideal é que a vacinação ocorra a cada ano como forma de garantir a proteção. "O perigo está em postergar. O animal vai diminuir sua imunidade", diz Josélio Moura, da Sociedade Brasileira de Medicina Veterinária.

Com a mudança, o prazo pode ser estendido em alguns pontos do país. No Distrito Federal, por exemplo, a última ocorreu em fevereiro e março do ano passado.

A política de vacinação é tida como um dos motivos do sucesso do controle da raiva. Nos últimos quatro anos, foram registrados no país 11 casos da doença em humanos – um neste ano. Em 2014, foram identificados 19 cães e gatos com raiva no Brasil.
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Autor: Agência CNM

Tags: vacina antirrábica, cachorro, gato, governo, recursos





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