O secretário de Desenvolvimento Econômico de Minas, Altamir Rôso, prometeu fazer a interlocução com outras instâncias do governo para que elas sejam cumpridas
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Com base no estudo "Perspectivas de Desenvolvimento para a Zona da Mata Mineira", elaborado pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) e lançado há três meses, uma nova ação foi realizada na última sexta-feira, 19, com o intuito de alavancar a "reindustrialização" da região. Nesse sentido, a regional da Fiemg promoveu, em Juiz de Fora, o "Encontro Regional para o Desenvolvimento da Zona da Mata". O evento reuniu empresários e lideranças políticas, como o prefeito de Cataguases, Cesinha Samor, que debaterem propostas para uma nova política industrial regional.
"Nosso objetivo é mostrar o que avaliamos como mais importante e urgente a ser feito para que as ações de desenvolvimento, que vão impactar direta ou indiretamente 142 cidades da região, finalmente saiam do papel. Tratam-se de prioridades que não podem mais ser ignoradas", afirmou o presidente da Fiemg Regional Zona da Mata, Francisco Campolina.
O dirigente reconheceu as dificuldades enfrentadas neste momento em função da crise econômica que assola o País e a escassez de recursos para investimentos por parte dos governos federal e estadual. Por isso, Campolina considera fundamental a adoção de uma "agenda mínima" que possa efetivamente ser concretizada.
"Precisamos resolver a questão tributária para acabar com a guerra fiscal com estados vizinhos que tanto nos prejudica há mais de 20 anos. Já tem um projeto de lei tramitando na Assembleia (Legislativa de Minas Gerais). Mas o que queremos é que o governador (Fernando Pimentel) facilite esse processo e assine um decreto para que o problema deixe de existir o mais rápido possível", ressaltou.
Migração - Além disso, conforme Campolina, são necessários alguns investimentos em infraestrutura para viabilizar a implantação de indústrias na região e evitar que as existentes migrem para outros estados, como o Rio de Janeiro. "Caso contrário, podemos desistir e abandonar de vez a Zona da Mata, porque a nossa indústria está literalmente morrendo", enfatizou. Os recursos necessários para essas obras, segundo o dirigente, são da ordem de R$ 350 milhões.
Para o presidente da Fiemg, Olavo Machado Junior, é papel da entidade fazer esse tipo de ação, tomando a iniciativa e cobrando do poder público para que assuma suas responsabilidades no desenvolvimento industrial do Estado.
Ele lembrou que a industrialização de Minas Gerais começou na Zona da Mata. "Deixar que ela morra seria enterrar de vez qualquer possibilidade de crescimento do Estado e do Brasil. País que não se baseia na indústria para crescer não tem futuro", ressaltou. (Fotos: Andrea Otoni/Fiemg Zona da Mata)
Prioridades - Na solenidade foram entregues documentos assinados por lideranças da Fiemg e autoridades políticas do Estado, com uma série de reivindicações. Um deles, entregue ao secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Altamir Rôso, solicita ao governo estadual que viabilize a construção do minianel viário sul de Juiz de Fora (para ligar as BR-040 e BR-267), a criação de regime tributário diferenciado para o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) às indústrias da região e a retomada da pavimentação da nova estrada de acesso ao Aeroporto Presidente Itamar Franco.
Em relação aos recursos para as obras de infraestrutura, Rôso lembrou que, embora seja de conhecimento geral a atual situação financeira do Estado, o governador Fernando Pimentel já deixou claro que vai manter os investimentos prioritários.
Um segundo documento também foi entregue à diretoria da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig), com a solicitação da implantação de um novo distrito industrial (DI) em Juiz de Fora e a liberação dos recursos oriundos do convênio de cooperação técnica e financeira entre a companhia e o município para a conclusão das obras do Teatro Paschoal Carlos Magno.
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