Em 06/06/2015 às 12h38 | Atualizado em 27/07/2018 às 17h22

Guilherme Marinato: o cataguasense mais bem sucedido no futebol profissional

Guilherme logo após receber a taça de campeão da Copa da Rússia

Guilherme logo após receber a taça de campeão da Copa da Rússia

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Jogador de futebol cataguasense mais bem sucedido na atualidade, Guilherme Alvim Marinato, 29 anos, goleiro do Lokomotiv, de Moscou, na Rússia, onde atua há 8 anos, está de férias em Cataguases, com a família (mulher e duas filhas) até este domingo, 7 de junho, quando retorna a Curitiba (PR) terra natal de sua esposa e de lá embarca para a Rússia onde no dia 18 de julho, recomeça o calendário oficial de jogos. Em meio ao convívio familiar, visita a parentes e aos amigos que deixou aqui ainda adolescente, Guilherme recebeu a reportagem do Site do Marcelo Lopes para falar sobre sua carreira.

imageTranquilo, falando pausada e francamente, o atleta cataguasense disse que a carreira profissional aconteceu quase por acaso em sua vida. E lembracomo tudo começou. "Eu comecei jogando como goleiro de futsal no Remo com sete anos de idade e depois fui pro Operário aos dez anos. Lá fui recebido pelo treinador Silvinho Corneta e pelo Zé Vítor (atual presidente do clube). Pelo Operário, comecei a jogar uns campeonatos regionais para um time de Ponte Nova e de Rio Novo. E nesse time de Rio Novo, o cara que era treinador lá, Celso, negrão, tinha um primo que jogava em Londrina, o PSTC, time de formação lá e conseguiu uns testes para alguns jogadores e eu fui nessa leva", conta.

Com treze anos Guilherme mudou-se para Londrina com outros quatro colegas para jogar na equipe de Júnior do novo clube que era federado junto à Federação Paranaense de Futebol."Fiquei lá dois anos. Esse time tinha uma parceria com o Atlético Paranaense e me levou para lá. Foi quando eu comecei a cair na real que a coisa estava ficando seria. Até então era pura diversão. Sinceramente, não tinha aquela ambição: eu quero ser jogador de futebol. Não encarava dessa forma, eu estava feliz ali. Mas quando eu caí lá no Atlético e comecei a ver o profissional treinando e convivendo lá dentro do CT (Centro de Treinamento) com o jogador comecei a desperter o interesse", revela. Lá ele começou também na equipe de juniores onde atuou por três anos e depois mais dois anos na equipe profissional, sendo que jogou efetivamente na equipe principal, em 2007, conforme informou Guilherme. "Em 2007 apareceu a oportunidade e eu joguei 26 jogos no profissional e depois disso fui vendido para a Rússia", acrescentou.

imageDesde que saiu do Brasil - há 8 anos - Guilherme jogou apenas na Rússia e em uma única equipe, o Lokomotiv, de Moscou, time fundado em 1936, e um dos seis grandes do futebol daquele país (CSKA, Zenith, Rubin Kazan, Dinamo e Spartak são os outros cinco). É também o atual campeão da Copa da Rússia, título recentemente conquistado, no dia 21 de maio, cujo troféu de campeão foi levantado por Guilherme, capitão da equipe, o primeiro desde que se mudou para lá. Mas sair do país foi uma decisão tomada porque "a proposta era mesmo muito vantajosa", reconhece o atleta cataguasense acrescentando que não sabia o que iria encontrar no novo país. Mas eu me surpreendi muito porque a Rússia é um país muito bom e eu tenho uma vida lá maravilhosa, estou muito bem adaptado à vida lá", reconhece. Com relação ao nível do futebol praticado naquele país, Guilherme também vê uma evolução nos últimos oito anos: "sem dúvida melhorou muito. Eles estão progredindo tanto dentro de campo quanto fora dele", assegura.

Inspiração para uma legião de crianças que sonham um dia serem jogadores profissionais bem sucedidos como ele, Guilherme diz que ser apenas "bom de bola" não é garantia de sucesso na carreira."Eu via alguns colegas meus jogando e pensava: esse aí vai se dar bem com todo este talento. Mas depois vi que ficaram pelo caminho, porque não souberam fazer as escolhas certas. A verdade é que a maioria desses talentos é de origem humilde e não tem uma estrutura familiar forte, consistente, como a que eu tive e tenho até hoje. Foi essa estrutura que me fez chegar onde estou, porque me orientou o tempo todo. E não é fácil. Eu sei que não é fácil, mesmo eu tendo essa estrutura familiar, os meus pais por trás o tempo todo, foi dificil me manter na linha. É muito mais fácil vc ir pro caminho errado. O que eu digo é o seguinte: quem quer tentar ser jogador de futebol deve encarar de maneira natural como eu sempre agi. Tem que trabalhar, tem que ter foco, sim, mas de maneira natural. Se você ficar matutando muito, acho que atrapalha porque você não consegue desenvolver o seu melhor", ensina.

imageJogador reconhecido e muito benquisto na Rússia, realizado profissionalmente, satisfeito com a equipe em que atua, além de gostar de viver naquele país, Guilherme diz que não pensa em deixar o futebol russo. "Só se algum time do Brasil me fizer uma proposta muito boa", ressalva. Sobre seleção brasileira, Guilherme revela-se conformado com o fato de não ser lembrado pela comissão técnica. "Isso é meio complicado porque o Lokomotiv não disputa a Champions League (Copa dos Campeões) se não me engano há dez anos. Eu nunca joguei. E ela é a vitrine. Então eu jogando no Lokomotiv é um pouco dificil ser visto. Mas quando cheguei lá, fui cogitado para integrar o elenco da seleção olímpica, só que naquela época eu não estava jogando bem, fase de adaptação e ainda tive uma lesão no joelho, o que impediu uma possível convocação. Mas depois não surgiu mais nenhum comentário. Atualmente o que vem sendo comentado por lá é que eu me naturalize russo para jogar pela seleção da Rússia. Eu, sinceramente, não tenho vontade de jogar na seleção russa, tenho vontade de me naturalizar para jogar como russo, porque lá tem limite para estrangeiro jogar. São sete por equipe. E no meu caso, eles deixam de contratar um centroavante para manter um goleiro. Essa é a minha vontade", conclui Guilherme.
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Tags: futebol, Rússia, Lokomotiv, atleta, cataguasense, Guilherme





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