Dores da Vitória é um distrito de Miraí agradável, com escola, creche, ruas calçadas e o clima de montanha é predominante. Tem, portanto, quase toda infraestrutura necessária para a população viver dignamente. Quase, porque seus moradores ainda não podem usar a telefonia celular. Desde 2013 eles aguardam a chegada deste benefício, conquistado mediante aprovação pela Câmara Municipal de Miraí, do projeto de lei número 38/2013, que estabeleceu as normas gerais para instalação naquela localidade de uma Estação Rádio Base (ERB) e equipamentos afins que vão levar o sinal para o distrito e toda a zona rural daquela região.

O vereador Marcileide Carlos dos Santos (foto ao lado), presidente do Legislativo Municipal, revela estar "chateado" e "sem saber mais o que fazer" para que a população possa usufruir da telefonia celular. Ele conta que desde a aprovação do referido projeto de lei, "eles construíram a torre para a gente ter celular, mas até agora nada dela funcionar", afirma. A referida ERB, aliás, é vista da estrada muito antes de chegar ao distrito. Imponente e alta, ocupa uma área de aproximadamente 200 metros quadrados da Fazenda Nova Morada, quase na chegada de Dores da Vitória. 

A obra, pelo que observou a reportagem juntamente com o vereador, está aparentemente concluída e a energia ligada. Aos olhos leigos da população, só falta mesmo colocá-la para funcionar. E é exatamente esta reposta que ninguém consegue ouvir da responsável por levar a telefonia celular àquele distrito: a Vivo. A empresa ganhou licitação do governo de Minas para instalar diversas ERB's como aquela nos distritos mineiros dentro do que ficou conhecido como Programa Minas Conecta II, levado a efeito a partir daquele ano. A empresa, para os moradores, fez a parte mais difícil, e mesmo assim, não ativa o sinal permitindo assim que o celular seja usado pelos consumidores que estão visivelmente ansiosos e, inclusive, já compraram seus aparelhos, muitos deles no último natal.  

- A torre ficou pronta e aguarda a Vivo liberar o sinal do celular desde novembro do ano passado, conta Marcileide, que também é morador do distrito. "São sete meses de espera pelo serviço e sequer temos uma informação sobre o motivo pelo qual a torre ainda não funciona nem quando vai começar a funcionar", conta angustiado. A última tentativa foi feita também nesta sexta-feira, 15, quando Marcileide assinou um ofício em nome da Câmara Municipal, pedindo explicações à Vivo pela demora na ativação do sinal e a definição de uma data para a sua entrada em funcionamento. "É tudo o que podemos fazer neste momento. E vamos pressionar aquela empresa de todas as maneiras até que todos os moradores de Dores possam usar o serviço", completou.

A reportagem do Site do Marcelo Lopes entrou em contato com a Vivo através do seu diretor de Relações Institucionais, Ricardo Mascarenhas Lopes Cançado Diniz, da Regional Minas Gerais. Ele não especificou uma data para a chegada do sinal de telefonia celular naquele distrito, mas disse que "nossos esforços são no sentido de que todas as ERBS sejam ativadas no melhor tempo possível" e também revelou que quando o serviço estiver ativado a população vai receber sinal de telefonia celular 3G, necessária para navegar na internet usando um smartphone. Outro esclarecimento prestado por ele é sobre a torre em si. De acordo com Ricardo Diniz, "as obras de engenharia civil representam apenas uma das fases de implantação integral de uma Estação Rádio Base (ERBs). Questões afetas à certificação regulatória, à energia elétrica, e conexão ao restante da rede também devem ser consideradas", acrescentou. 

Abaixo, Marcileide e Fernando, em frente ao portão de entrada da torre de telefonia celular que vai levar o serviço para os moradores de Dores da Vitória, zona rural daquela região e até ao Patrimônio, outro distrito de Mirai, conforme informações preliminares.