Em 13/05/2015 às 07h00 | Atualizado em 27/07/2018 às 17h22

Exclusivo: Tarcísio Filho faz duras críticas ao prefeito Cesinha e anuncia filiação ao PT

Para o ex-prefeito, Cesinha está "rodeado de puxa sacos", se aboletou na cadeira de prefeito e sua administração é "uma aventura"

Tarcísio Filho fez críticas e anunciou a existência de um grupo de onde sairá a terceira via na próxima eleição

Tarcísio Filho fez críticas e anunciou a existência de um grupo de onde sairá a terceira via na próxima eleição

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O ex-prefeito de Cataguases (1993-1996), Tarcísio Henriques Filho, atualmente Procurador da República em Minas Gerais onde é responsável pelo Quarto Oficío Criminal em Belo Horizonte e trabalha com questões envolvendo crimes federais de atribuição e competência da justiça federal no estado, provável candidato a prefeito de Cataguases em 2016, concedeu na última segunda-feira, 11 de maio, uma entrevista exclusiva ao Site do Marcelo Lopes. Ano passado ele tornou pública, através deste Site, sua intenção de concorrer novamente ao cargo e sua revelação serviu como uma espécie de "largada" para a sucessão municipal, como ele mesmo definiu nesta última segunda-feira. 

Desde a publicação de sua primeira entrevista no dia 6 de julho de 2014 até hoje, Tarcísio Filho não falou mais com a imprensa, mas deu início a uma série de conversas visando formar um grupo de pessoas que queiram servir a Cataguases, como ele define este movimento que tem por objetivo propor projetos para o desenvolvimento do município. Agora, já com o pedido de aposentadoria formulado, aguarda o resultado desse processo para dedicar-se à política. Veja abaixo o que disse o ex-prefeito sobre a realidade atual de Cataguases, seu desejo de voltar a ser prefeito e os passos que está dando neste sentido.

imageSITE DO MARCELO LOPES: Hoje, a pouco mais de um ano do início da campanha eleitoral, como está a situação da sua candidatura para 2016?
TARCÍSIO FILHO: Bom, a situação se desenvolveu. Eu formulei o pedido de aposentadoria. A minha intenção, tentei externar para você naquela ocasião era sair candidato. Mas o desenvolvimento das conversas, me leva a uma posição hoje mais tranquila. Porque naquele momento a alternativa que eu via para o processo político para Cataguases era ou a atual administração pleitear uma recondução por mais quatro anos ou o retorno do grupo do professor Willian Lobo. Isso pra mim sempre foi um problema muito sério, angustiante, porque enxergo outras (alternativas) e naquela ocasião eu não enxergava e a única viável naquele momento era a minha candidatura. Acho que o lançamento foi feito num momento muito importante, fez com que o processo eleitoral ganhasse outras conformações e isso aí é importante para o movimento político da cidade. É preciso que os eleitores saibam que existem outras alternativas. Eu continuo sendo uma. Nós temos hoje um grupo grande de pessoas discutindo essas alternativas e eu vejo com muito bons olhos o surgimento de interesse nelas em assumirem também essas posições. Ninguém faz política sozinho, nós sabemos muito bem disso.

SITE DO MARCELO LOPES: E quanto à sua candidatura?
TARCÍSIO FILHO: Pois bem, respondendo a sua pergunta, minha candidatura está posta. Eu tenho toda a vontade necessária para resgatar os destinos da cidade. É claro que eu não posso fazer isso sozinho. Estou aí rodeado de pessoas também com os mesmos propósitos. Eu posso citar aqui a doutora Maria Ângela Girardi, que tem participado dessas reuniões conosco, o Fernando Pacheco, ex-presidente da Câmara Municipal, hoje vereador, o Magella, do PT, o Maurício Rufino, o Jesusimar Dornelas, Luiz Paixão, Marcelo Marioto, da Cinta Moderna, que é o representante do empresariado. E gostaria de externalizar a minha vontade de que outros empresários comprometidos com o desenvolvimento do município nos abrissem as portas, participassem conosco dessas reuniões para que a gente pudesse assim discutir essa construção alternativa de um resgate da vida cataguasense. Fica aí o meu convite. 

imageSITE DO MARCELO LOPES: O senhor não citou o Sérgio Recepute Gouvêa e atual vice-prefeito, seu amigo particular. 
TARCÍSIO FILHO: O Sérgio tem participado pouco dessas conversas. Eu vou dizer até que isso tem me preocupado. Eu tenho uma relação de amizade muito profunda com o Sérgio. Me considero irmão dele. Não sei se ele se considera meu irmão. Mas ele tem faltado comigo. Por exemplo - aí fica até muito interessante colocar isso dessa forma pública, através da imprensa, que nós marcamos umareunião para a Páscoa, quando eu estaria em Cataguases e ele viajou para praia. É certo que naquela ocasião ele me avisou. E agora, nesse mesmo momento em que retorno a Cataguases dando continuidade a esta série de conversas e preparando melhor a estrutura de uma campanha do vulto que essa próxima vai nos exigir, marquei com ele uma reunião para que a gente pudesse acertar aí nossos ponteiros. Essa reunião foi marcada para o dia 10, domingo, e ele não apareceu. Fico imaginando que o doutor Sérgio tenha outros interesses, até o legítimo e próprio interesse, e vejo isso com muito bons olhos, de bater chapa comigo, numa eleição municipal. Ia ser muito interessante assistirmos isso. Não que descarte a possibilidade de um acerto com ele ao longo do processo. Gosto muito dele e acho que seria um grande prefeito. Tem uma visão social inigualável, coisa que eu não tenho no volume da dele. Mas fica aí o recado pra ele, estou sempre aberto para recebê-lo de volta a estas conversas.

SITE DO MARCELO LOPES: O senhor, apesar de estar articulando uma possível candidatura não está filiado a nenhum partido político por causa do seu atual cargo. E nossa legislação exige no mínimo um ano de filiação para ser candidato. Vai dar tempo de o senhor se aposentar para se filiar a um partido político e disputar a eleição de 2016?
TARCÍSIO FILHO: Aí tem um detalhe que eu vou colocar de forma muito transparente para você, para deixar de forma evidente e evidenciado que eu estou participando desse processo de boa fé. Esse período de um ano de filiação partidária ele é necessário para a generalidade das situações. Mas este não é o caso de membros do Ministério Público e de juízes. Nestas duas hipóteses, por força dos regimes próprios das carreiras, o prazo é diferenciado, não é o prazo de um ano. Eu não me lembro de cabeça este prazo, qual seria, mas é menor que um ano. Então eu tenho aqui uma liberdade ainda para acertar isso. 

imageSITE DO MARCELO LOPES: E o senhor já tem uma ideia de qual partido irá se filiar?
TARCÍSIO FILHO: Dentro dessas conversas tenho conversado com muitos partidos. O que mais me chamou a atenção pela importância que o partido tem, apesar de todos os problemas que ele está passando a nível nacional, é o Partido dos Trabalhadores, PT. Nós tivemos uma reunião muito interessante com o Ari Guimarães, não sei se ele é da comissão executiva, e agendamos uma conversa com a Joana D'arc Guimarães, hoje de volta a Cataguases, e um provável bom nome para a sucessão municipal. E no caso de me filiar ao PT podemos até vir a construir uma candidatura viável com ela de prefeita e eu de vice, ou vice-versa, conforme for o resultado dessas conversas. Essa reunião ainda não aconteceu por problemas mais meu que que dela. Mas a verdade é essa: se eu tivesse que promover a minha filiação seria no Partido dos Trabalhadores.

SITE DO MARCELO LOPES: Sua filiação ao PT pressupõe que o partido está disposto a deixar a administração atual, entregando os cargos que ocupa?
TARCÍSIO FILHO: Não posso dizer isso. Na medida em que abre espaço para a minha filiação ele constrói isso. Minha filiação dá demonstração de construção de uma alternativa. Eu não sei se o PT vai continuar apoiando o César Samor. Mas o fato é que as discussões estão acontecendo e eu tenho uma impressão, já que não tenho nada a esconder, que o César Samor, muito bem informado como é, deve estar ciente dessas conversas. Mas se não estiver vai ficar ciente através de seu site. 

SITE DO MARCELO LOPES: Sua candidatura ou outra surgida desse grupo que o senhor está falando pode ser considerada a terceira via?
TARCÍSIO FILHO: Sim. Vamos colocar aqui, de forma muito tranquila, para quem nos lê neste momento, temos Cesinha como uma alternativa oficial. A alternativa de oposição natural é a do professor Willian Lobo, que ocupou o espaço político regional durante esse tempo todo que esteve afastado da prefeitura. Ele saiu da regional de saúde de Leopoldina há quase dois meses, então é uma legítima liderança política e com a legítima intenção de retornar. Acho que, sinceramente, não sei se ele faria um governo diferente do primeiro que fez. Mas de qualquer forma, o nosso envolvimento neste jogo serve para evitar o retorno dessa proposta e colocar um ponto final nessa aventura do Cesar Samor que nós começamos há três anos e ainda vamos ter que conviver por mais um. 

Quero lembrar que estou afastado das disputas políticas de Cataguases há vinte anos. Eu me sinto aqui sendo um candidato diferente por isso. A prefeitura que eu deixei é uma prefeitura completamente diferente. E pra ser sincero, muito pior, quando poderia estar muito melhor. Afinal depois de mim nós tivemos de novo o Paulo Schelb, que muito fez por Cataguases, papai também foi prefeito, mas nós também tivemos administrações desastradas. Tenho a impressão que o povo sabe de quem estou falando. E que tenham aprendido com o passado para que não repitam esses mesmos erros.

imageSITE DO MARCELO LOPES: Qual avaliação o senhor faz dessas duas últimas administrações?
TARCÍSIO FILHO: Eu fico numa situação delicada ao falar sobre isso por causa do meu afastamento, mas tenho escutado muitas coisas. Faço esta avaliação com alguns senões. Estou externando estas opiniões minhas, que não são do grupo, mas o fato é que nós assistimos nas duas administrações, o envolvimento dos agentes (prefeitos) distante, muito distante dos verdadeiros interesses de Cataguases. Professor Willian Lobo tem um pecado de origem: ele vincula os interesses do município aos projetos políticos do ex-secretário Danilo de Castro. Isso pra mim levou Cataguases a perder não só espaço político, porque se subordinou desnecessariamente a outro grupo, não daqui, diga-se de passagem, mas também por ter perdido a oportunidade de construção de lideranças internas dentro do município. Os investimentos foram feitos de uma forma, na minha avaliação, muito erradamente. Coisa que prefeitura não fazia havia anos, a do professor fez, como por exemplo alienou imóveis. O terreno que estava reservado aqui na avenida Astolfo Dutra para construção do prédio administrativo, da nova câmara e de outros próprios públicos foi alienado e hoje serve para um estacionamento. Os recursos destes imóveis estavam destinados na lei para adquirir o cinema Edgard, coisa que não foi feita. O que foi feito com esse dinheiro? Por esses motivos classifico como ruinosa a administração do professor Willian. Não tenho nada contra ele.

Agora, o nosso prefeito Cesinha, pra mim, e eu falo em meu nome e não em nome do grupo que se reúne pra discutir essas questões, foi uma enorme decepção. Eu achei que o César, por ter tido uma experiência enorme com administração de uma empresa pública eficiente como era a Telemig, ele foi assessor da presidência da Telemig, trouxesse para a administração essa visão de que o administrar supõe conversar. Essa necessária condicionante do projeto político com o diálogo político. Cesinha se aboletou na cadeira de chefe de executivo municipal. Tenho impressão que já deve ter realizado o sonho de colocar o retrato dele na galeria dos ex-prefeitos, coisa que se ele tivesse me peddo, eu teria deixado que ele colocasse o retrato dele no lugar do meu. Quem sou eu pra pleitear de forma tão vaidosamente coisa desse tipo. Mas a verdade é que ele não conversa com ninguém, muito menos conosco que o apoiamos em sua eleição. Meu pai nunca foi consultado por ele para nada, nunca foi procurado para um diálogo, uma conversa, nem para colocar de forma clara na mesa quais são os pontos e os contrapontos de uma decisão. Ninguém sabe nada! Ninguém é capaz de tomar uma decisão acertada sem ouvir contraposições, posições antagônicas. Eu não vejo Cesinha rodeado de assessores. Vejo o Cesinha rodeado de puxa sacos. Pessoas que não levam à ele a verdadeira situação da cidade, a verdadeira consequência das ações que ele está tomando. Você precisa ouvir não, é aí que você consegue administrar. 
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Tags: tarcísio, prefeito, candidato, eleição, município





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