ONB Jeans fechousuas portas e deixou 150 pessoas desempregadas
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Depois das Confecções Baby (O.N.B. Jeans), empresa com mais de 40 anos de atividades em São João Nepomuceno que, inclusive, chegou a exportar sua produção para o Chile e Argentina, fechar suas portas deixando quase 150 trabalhadores sem emprego naquela cidade, surgem novos indícios de que a situação de um dos principais polos fabricantes de roupas da Zona da Mata Mineira parece ser alarmante.
A cidade que tem tradição na fabricação de roupas para marcas famosas em todo o Brasil como Toulon, C&A e Marisa, vê agora outra de suas principais empresas reduzir drasticamente o número de empregados, além de ter colocado de férias os que ficaram. A Bora Bora, empresa respeitadíssima e com uma carteira de clientes espalhadas por quase todo o país, ao entrar em crise aumenta ainda mais o clima de desconfiança e insegurança na cidade e em toda a microrregião cuja economia é quase que exclusivamente movimentada pelo polo confeccionista, opina o presidente do Sindicato dos Empregados nas Indústrias de Calçados e Confecções daquela cidade, Sebastião Sérgio Rodrigues, o Paraná.
A reportagem do Site do Marcelo Lopes não conseguiu falar com os proprietários da Bora Bora que preferiram não se manifestar sobre este momento difícil. Mas pessoas ligadas ao setor avaliam que a empresa deve ter reduzido sua produção em até 80%. Já "Paraná" (foto ao lado) analisa a situação atual da indústria de confecção pior do que no final de 2014 quando foi entrevistado pelo Site pela primeira vez para falar sobre a crise no setor em São João Nepomuceno que já mostrava suas "garras". "De lá pra cá não evoluiu positivamente. Eu, porém, espero que a mudança de estação aqueça o mercado novamente, caso contrário a situação poderá ficar insustentável", prevê.
O Presidente do Sindicato dos Empregados conta sobre "rumores" que indicam instabilidade em outras empresas que estariam prestes a reduzir suas produções a qualquer momento ou "até mesmo fechar suas portas", contou Paraná. Uma mudança que já é realidade na opinião de Paraná é a terceirização de mão de obra com as confecções mantendo apenas os setores de Corte e Desenvolvimento em funcionamento. "É uma alternativa para reduzir encargos trabalhistas e tentar manter a empresa funcionando, mas ao que tudo indica esta medida não está surtiundo o efeito esperado", avalia.
Os motivos para esta crise, na opinião de Paraná são os mesmos alegados anteriormente. "O primeiro, segundo ele, e o mais importante é a economia do município estar concentrada em apenas um setor, o de confecções. Além disso, enfrenta a dura concorrência com os produtos da China, a inadimplência de alguns clientes tradicionais e a política econômica adotada pelo governo federal, principalmente", destaca. Ele completa seu raciocínio fazendo uma espécie de torcida para que a situação não piore definitivamente; "Agora é aguardar e torcer para que, pelo menos, as empresas resistam até a próxima temporada, que começa em junho para que possamos evitar algo bem pior".
Na foto ao lado o prédio onde funcionou uma confecção fechada recentemente.
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