Anastasia assina o convênio em Cataguases que viria a cancelar dois meses depois, antes de deixar o governo
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O Governador de Minas, Fernando Pimentel, concedeu uma entrevista, por telefone, exclusiva no último sábado, 18 de abril, ao radialista Haroldo Campos Crespo, que apresenta o progama "Haroldo em Notícias" na rádio Cidade, em Leopoldina (FM 104,3). Na ocasião, o governador falou sobre a situação em que se encontra o Estado de Minas Gerais, comentou a respeito de alguns problemas daquela cidade e, inclusive, conversou com o prefeito de Cataguases, Cesinha Samor, ao vivo, e confirmou que o município ficou mesmo de fora do Programa Pró-Município assinado em outubro de 2014.
A respeito dos convênios assinados com os municípios, o governador informou que "seis mil foram cancelados no apagar das luzes para não ter que honrar com esses compromissos e transferir dinheiro para municípios. Um deles é o de Cataguases e faz parte dessa situação de descalabro, de desarranjo administrativo que nós encontramos". E constatou: "Não tem nada de gestão eficiente, essa propaganda toda que fizeram. Tudo conversa fiada! Não tem nada disso. É o contrário. Nós vamos ter que recuperar a capacidade de gerenciamento do Estado. E ela hoje é fraquíssima, nós não temos praticamente instrumentos para gerencia-la adequadamente... Mas não tenho medo de situação difícil, não. Nós já enfrentamos isso na Prefeitura, conseguimos recuperar bem e não temos medo de trabalhar", completou Pimentel.
No dia 9 de outubro de 2013 o então Governador de Minas Gerais, Antônio Anastasia veio a Cataguases inaugurar a reforma do Colégio Cataguases e também para assinar convênios. Um deles, firmado com a Prefeitura de Cataguases previa a liberação de R$ 350 mil para a recuperação de duas pontes sobre o ribeirão Meia Pataca, uma nas proximidades do bairro São Diniz e outra no distrito de Sereno. O recurso também seria destinado para a melhoria da ponte metálica, um dos cartões postais da cidade. Outro convênio assinado com a Prefeitura iria viabilizar a aquisição pelo executivo municipal de veículos e equipamentos de infraestrutura, através do programa Pro-Município.
Outro convênio foi celebrado com o Hospital de Cataguases prevendo o repasse de R$ 4 milhões, sendo R$ 3,1 milhões para a construção de uma nova área de pronto atendimento, R$ 1,4 milhões para a reforma da UTI de adultos, com ampliação de dez para vinte leitos, e R$ 370,4 mil para a construção da UTI neonatal, com dez leitos. São estes convênios que o governador Fernando Pimentel revelou terem sido cancelados pela administração anterior. "Esta medida trouxe um enorme prejuízo para nós cataguasenses, disse Cesinha, que entende esta medida como "falta de administração".
Na última parte de sua entrevista, Pimentel também criticou a Lei 100 que foi julgada pelo Supremo Tribunal Federal inconstitucional e, por isso, mandou demitir todos os servidores que haviam sido efetivados em seus cargos sem terem participado de concurso público. O governador também dedicou um bom tempo de sua entrevista para falar da situação da água em Minas Gerais. Conforme revelou "em doze anos de governo não foram capazes de fazer um levantamento, uma estatística sobre a realidade deste setor uma vez que ninguém soube me responder qual a nossa capacidade para armazenar água". Pimentel aproveitou para dizer ao ouvintes de Haroldo (foto ao lado) que a partir de maio próximo voltará a percorrer o Estado e informou que uma das primeiras visitas que fará será aqui na Zona da Mata.
NOTA DA REDAÇÃO:
O título da matéria foi alterado para corresponder ao que de fato aconteceu. O governador que cancelou os convênios assinados com o município de Cataguases foi Alberto Pinto Coelho que era vice de Anastasia e o sucedeu no governo quando ele teve de se afastar para concorrer a uma vaga no Senado.
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