O Presidente da Câmara, Antônio Beleza (esquerda) não aceitou o documento que lhe foi entregue por Fábio Caetano (direita)
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Na noite dessa terça-feira, 24 de março, três assuntos foram abordados no Grande Expediente da sessão ordinária da Câmara Municipal de Cataguases. Com pauta invertida, os pronunciamentos na Tribuna Livre aconteceram antes da Ordem do Dia e quem falou primeiro foi Fernanda Vidal Magalhães, integrante do Grupo Amigos dos Autistas de Cataguases (GAAC).
Ela estava acompanhada por vários outros membros do GAAC e, quando utilizou o microfone, convidou todos os presentes para participar das atividades da 1ª Semana de Conscientização do Autismo em Cataguases, que ocorrerá de 28 de março a 2 de abril, no Centro Cultural Humberto Mauro, onde haverá palestras ministradas por profissionais de psicologia, psiquiatria, fonoaudiologia, neurologia e musicoterapia (Veja a programação clicando
aqui).
Outros membros do grupo também se pronunciaram para reforçar a necessidade de a população se informar sobre assunto que é uma realidade no município. "Hoje nós temos uma estimativa de cerca de 27 autistas em Cataguases, o que não é verdade", frisou Fernanda, acreditando que nesse município vivem mais de 350 autistas, sendo que a maioria não tem o diagnóstico.
Os vereadores escutaram, em seguida, Ana Lúcia de Souza Macedo, que se inscreveu para abordar assunto referente à segurança pública. Ela disse que seu filho de apenas treze anos foi atacado recentemente por um homem que o ameaçou de morte e tentou jogá-lo embaixo de um caminhão que trafegava próximo ao Bahamas Shopping. A mãe do garoto disse que comunicou o ocorrido a três policiais militares, mas eles disseram não ter como fazer nada a respeito do fato e se recusaram a fazer o boletim de ocorrência, conforme contou.
Não satisfeita com a resposta dos PMs, a mãe da vítima disse ter conseguido registrar a agressão apenas na Delegacia de Polícia Civil, onde ficou sabendo de diversos outros boletins de ocorrência que citam o mesmo agressor, identificado como sendo José Carlos, alto, de cor escura e portador de problemas mentais. Ana Lúcia pediu apoio aos edis, para que intercedam junto às autoridades, com objetivo de solucionar o problema.
Depois de segurança pública, o assunto tratado na Tribuna Livre foi sobre as questões positivas e negativas observadas na audiência pública que abordou a proposta de criação da Área de Proteção Ambiental (APA) Serra da Neblina. O biólogo Fábio Caetano lamentou a ausência de dez vereadores e acusou a organização do evento de não ter convidado autoridades públicas cujas presenças, segundo ele, seriam de grande importância para a discussão do assunto.
Ele ressaltou a presença expressiva da população na Audiência e, em seguida, apresentou denúncia, formulada pela ONG Pacto Ambiental, a respeito de crimes ambientais que estariam sendo praticados por causa de atividades de mineração no município. Fábio chamou a atenção para a omissão que ele acredita estar sendo cometida por alguns membros do Poder Público e pediu para que a Câmara Municipal trabalhe em favor da paralisação das obras de mineração na Serra da Neblina, enquanto seja investigado o trabalho que lá está sendo realizado.
Na hora em que Fábio entregou a denúncia por escrito, o presidente da Mesa Diretora da Casa, vereador Antônio Batista Pereira (Antônio Beleza), disse que não poderia aceitar o documento, pois nele não havia assinatura do responsável pelo texto. Por causa disso, o biólogo se indignou e, quando o vereador Antônio Beleza falou que seria difícil parar a mineradora, algumas pessoas que estavam na galeria também manifestaram descontentamento com relação à opinião do presidente da Casa.
A reação de Fábio dentro do plenário surpreendeu os presentes pelo tom de voz exaltado com que questionou a decisão do presidente daquela Casa de não receber o documento sem assinatura. O gesto foi considerad pelo vereador Fernando Rodrigues do Amaral como uma "falta de educação" e o vereador Serafim Spíndola também se mostrou contrário à atitude, pedindo ao presidente para que faça constar em ata os detalhes do fato ocorrido. O vereador Antônio Beleza também reprovou o ato do biólogo e disse que não se pode denegrir a imagem da Câmara Municipal desta maneira.
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