Em 18/03/2015 às 20h00 | Atualizado em 27/07/2018 às 17h22

Geólogo explica mineração na Serra da Neblina que será tema de Audiência Pública

A área onde acontece a mineração sendo fiscalizada pela Polícia do Meio Ambiente

A área onde acontece a mineração sendo fiscalizada pela Polícia do Meio Ambiente

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Nesta quinta-feira, 19 de março, a Câmara Municipal de Cataguases realiza, no distrito da Glória, uma audiência pública sobre o trabalho de mineração que a Bauminas realiza na Serra da Neblina, distante cerca de dez quilômetros em linha reta daquela localidade. Para isso a empresa obteve a Autorização Ambiental de Funcionamento número 00610/2015 expedida pela SEMAD/COPAM com previsão de extração por dois anos.

Uma das propostas que será debatida é a criação de uma Área de Preservação Ambiental (APA) abrangendo a Serra da Neblina (distrito da Glória) e também a Serra do Jaguara (distrito de Cataguarino), na intenção de protegê-las do risco iminente da atividade mineradora, informou o vereador Vinícius Machado, que propôs a audiência. O encontro atende aos anseios de instituições e de pessoas que defendem a preservação daquele local como biólogos e ambientalistas. Eles temem que aquela região fique comprometida por causa da mineração.

imagePara falar sobre o trabalho que a Bauminas Mineração está realizando na Serra da Neblina, o jornalista Marcelo Lopes, editor deste Site, conversou com o geólogo Alfredo Mucci Daniel, gerente geral daquela empresa. Formado pela Universidade Federal de Ouro Preto e Mestre pela Universidade Federal de Viçosa, ele está há vinte e oito anos atuando no setor e recebeu a reportagem em sua casa. Antes de entrar no mérito, Alfredo diz que "a mineração, por sí só, é um empreendimento que, visualmente impacta, é feio", para em seguida, lembrar que foi o setor que recebeu fiscalizações mais rigorosas e, por isso, "a mineração foi a primeira na questão ambiental. No caso da bauxita - continua o geólogo - é uma extração feita a céu aberto pelo método conhecido como cava fechada, que não deixa a água da chuva escorrer e isso contribui para ela retornar ao lençol freático," explicou. Lembra ainda que o Grupo extrai Bauxita na Região, por mais de 50 anos.

imageSobre a questão da Serra da Neblina (as fotos ao lado e acima, mostram antes e depois do início da mineração), Alfredo deixou claro que a Bauminas não retira minério debaixo de mata, e a Lavra se encontra distante das drenagens e nascentes, disse, contando em seguida que todo o trabalho está sendo realizado em uma área de "seis hectares de pastagens de uma propriedade privada que a empresa negociou com o seu proprietário, antes de iniciar a mineração, e vai devolvê-la, ao final, completamente recuperada". 

O geólogo completa informando que antes de iniciar o trabalho todo o local "foi fiscalizado pela Prefeitura de Cataguases, através do Secretário Municipal de Meio Ambiente e Agricultura, José Alencar Pinto Farage (foto abaixo) e Polícia do Meio Ambiente". Para sanar outras dúvidas sobre a mineração na Serra da Neblina Alfredo diz que "qualquer morador da Glória, ou se uma comissão deles quiser ir lá ver nossa intervenção, estamos à disposição. Basta nos avisar que providenciamos o transporte", para reforçar que a extração da bauxita não está trazendo nenhum dando ao meio ambiente. 

imageO minério retirado da Serra da Neblina será transportado para a unidade da empresa em Miraí, conhecida por "Bom Jardim", sem passar pelo distrito. Ele reitera que no caso dos moradores da Glória, a mineração  "não vai impactar quase nada para eles, ou o mesmo que (causa) uma estrada". Ele assegura ainda que "nem a qualidade da água será afetada no distrito. Nós temos um ponto imediatamente à jusante do empreendimento, que é onde a água desce para a Glória, em que monitoramos o seu nível de turbidez diariamente. Estes dados, claro, estão abertos e o apresentamos, inclusive, para a FEAM", completou.
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Tags: mineração, glória, bauminas, geólogo, bauxita





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